quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Portugal – 2014: OS REINCIDENTES



Francisco Louçã - Público

Em todas as OPAs de 2009 a 2013 surgiram indícios de crime, disse Carlos Tavares, que dirige a Comissão de Mercado dos Valores Mobiliários (Diário Económico, 30 outubro 2014). Todas sem excepção.

“Em alguns dos casos os investidores realizaram as compras através de contas de terceiras pessoas; em alguns outros dispersaram o investimento por distintas contas e vários intermediários financeiros; em outros ainda decidiram utilizar circuitos de intermediação internacionais fazendo passar as operações por diversas jurisdições incluindo ‘off-shore’, recorrendo mesmo a veículos ‘off-shore’; também se observaram estratégias de investimento com recurso a instrumentos financeiros derivados”, explicou Carlos Tavares.

E nestes negócios terão sido geradas mais-valias significativas, pois houve “elevadas rentabilidades registadas pelos investidores que negociaram nas imediações da divulgação de informação privilegiada (sempre superiores a 100% em termos anualizados)”. Sempre superiores a 100%. Sempre.

Este é o retrato da nossa economia. Se nos perguntamos qual é o mal de Portugal, onde falha a sua classe dirigente, aqui está o retrato do seu sucesso: todas as OPAs com indícios de crime. Numa palavra, o mercado funcionou.

E em 2014 terá sido diferente? Quer deitar-se a adivinhar?

E então quais são os seus melhores desejos para 2015?

Boas entradas para todos e para todas, que bem precisamos delas.

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