O
discurso do Ministro da Educação foi hoje interrompido por investigadores e
alunos do ensino superior que pediram a demissão de Nuno Crato, durante uma
conferência sobre ciência que decorre no Instituto Superior de Economia e
Gestão, em Lisboa.
Pouco
depois de Nuno Crato começar a discursar na conferência "Ciência e
Inovação no Portugal 2020", um grupo de dez manifestantes, que estavam
sentados numa das últimas filas do auditório do Instituto Superior de Economia
e Gestão (ISEG), levantou-se com uma faixa que dizia "Parabéns Crato. O
Ensino e a Ciência nunca estiveram tão bem".
O
desfraldar da faixa foi acompanhado pelo rebentar de um canhão de festa que fez
um estoiro -- um som parecido com um tiro -- e lançou confettis para o ar.
O
ministro começou por responder com um sorriso e agradeceu os parabéns aos
presentes no auditório do ISEG -- Lisboa School Of Economics & Management.
Mas, segundos depois, um novo canhão foi rebentado e mais papelinhos apareceram
no ar.
Os
alunos foram então convidados a abandonar a sala, o que fizeram sem qualquer
resistência, mas a faixa passou para a fila de cadeiras da frente e o protesto
continuou.
Nuno
Crato não suspendeu o discurso e, poucos depois, cerca de 20 alunos do ensino
superior e investigadores começaram a gritar repetidamente
"Demissão".
Quando
abandonaram o auditório, e em resposta ao protesto, o ministro respondeu:
"quando não há razão apresentam-se estes argumentos".
Filipa
Gonçalves, estudante do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, explicou à
agência Lusa que a ação pretende reivindicar junto do Governo e do ministro
melhores condições para a ciência e para a investigação em Portugal.
"Estamos
aqui para exigir os nossos direitos e protestar porque as respostas deste
ministro têm sido catastróficas, resultando nos problemas que se viram no
início do ano letivo (ensino obrigatório) para pais, alunos e
professores", acrescentou a aluna do ISCTE.
O
grupo de alunos e investigadores do ISCTE e do ISEG, das áreas da Medicina e
Letras, chamaram ainda a atenção para a situação dos bolseiros de investigação,
sublinhando que "a Fundação Para a Ciência e Tecnologia (FCT) está um
caos".
A
conferência, que hoje decorre no auditório CGD do ISEG, visa reunir ideias e
suscitar o debate acerca da melhor forma de aproveitar os instrumentos de apoio
que irão estar disponíveis para a área da ciência, colocando-os ao serviço de
uma estratégia adequada aos desafios futuros.
Além
do ministro da Educação, está prevista a presença da secretária de Estado da
Ciência, Leonor Parreira, do secretário de Estado do Desenvolvimento Regional,
Castro Almeida, do presidente da FCT, Miguel Seabra, assim como de peritos e
personalidades chave no domínio das políticas de I&D e Inovação.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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