quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Empresários timorenses podem beneficiar de orçamento de Estado - Jorge Serrano




Díli, 21 jan (Lusa) - O empresário timorense Jorge Serrano considerou hoje ter boas relações com o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, afirmando porém que todos os empresários têm oportunidades em Timor-Leste e acesso a projetos do Orçamento de Estado.

"Aqui são todos próximos ao Xanana. Só que alguns não sabem aproveitar as oportunidades. Mas podem olhar para o total do OE, para o fundo de infraestruturas e fundo de desenvolvimento. Há oportunidades para todos", disse à Lusa.

"O grupo do Jorge Serrano tem quantos projetos comparando com os outros? A eletrificação, as estradas estão a ser dadas a outros empresários. E há até um consórcio com seis empresários timorenses, de que faço parte, o Consórcio Nacional Timorense (CNT) que também se tem candidatado mas que não tem conseguido muitos projetos", sublinha.

Questionado sobre comentários em Timor-Leste que referem a sua relação especial com o chefe do Governo, Serrano insiste que é algo normal no país e que outros empresários têm acesso ao primeiro-ministro.

"Felizmente conheço e tenho boas relações com o primeiro-ministro. Mas acho que os outros também têm boas relações com o PM. O Maun Boót (grande irmão) é Maun Boót para todos não apenas para o Jorge Serrano e para o grupo Jorge Serrano", insistiu.

Serrano concretiza com números referindo que anual só o fundo de infraestruturas tem investimentos do Estado de "300 ou 400 milhões de dólares" e que os projetos a que está associado "não chega sequer aos 50 milhões".

Sobre o investimento externo timorense, Jorge Serrano considera que "só uma percentagem ínfima" de timorenses é que aposta fora do país, na maior parte dos casos porque tem família noutros países ou filhos a estudar fora de Timor-Leste.

"Para já somos uma economia de consumo e importação. E o dinheiro acaba por sair mas é por isso. De cada dólar aprovado no OE, só 20 cêntimos é que ficam aqui. 80 cêntimos vão para fora. Multiplique-se isso agora por todo o valor do OE", disse.

"Há timorenses a viajar mais, nos hotéis, nos aviões. Há uma pequena percentagem de investimento lá fora. Mas o resto investe aqui, constrói aqui ou consome", considerou.

Questionado sobre os seus próprios projetos futuros e, em concreto, a possibilidade de expandir os seus investimentos para as telecomunicações - numa altura em que se debate se a PT vai ou não alienar a sua participação na Timor Telecom - Serrano mostra-se cauteloso.

"Eu estou a diversificar os meus negócios, mas já tenho um número de funcionários pesado, cerca de 600. Negócios são negócios. Tenho de saber preço e condições", disse.

ASP // FV

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