Díli,
21 jan (Lusa) - O empresário timorense Jorge Serrano considerou hoje ter boas
relações com o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, afirmando porém que todos os
empresários têm oportunidades em Timor-Leste e acesso a projetos do Orçamento
de Estado.
"Aqui
são todos próximos ao Xanana. Só que alguns não sabem aproveitar as
oportunidades. Mas podem olhar para o total do OE, para o fundo de infraestruturas
e fundo de desenvolvimento. Há oportunidades para todos", disse à Lusa.
"O
grupo do Jorge Serrano tem quantos projetos comparando com os outros? A
eletrificação, as estradas estão a ser dadas a outros empresários. E há até um
consórcio com seis empresários timorenses, de que faço parte, o Consórcio
Nacional Timorense (CNT) que também se tem candidatado mas que não tem
conseguido muitos projetos", sublinha.
Questionado
sobre comentários em Timor-Leste que referem a sua relação especial com o chefe
do Governo, Serrano insiste que é algo normal no país e que outros empresários
têm acesso ao primeiro-ministro.
"Felizmente
conheço e tenho boas relações com o primeiro-ministro. Mas acho que os outros
também têm boas relações com o PM. O Maun Boót (grande irmão) é Maun Boót para
todos não apenas para o Jorge Serrano e para o grupo Jorge Serrano",
insistiu.
Serrano
concretiza com números referindo que anual só o fundo de infraestruturas tem
investimentos do Estado de "300 ou 400 milhões de dólares" e que os projetos
a que está associado "não chega sequer aos 50 milhões".
Sobre
o investimento externo timorense, Jorge Serrano considera que "só uma
percentagem ínfima" de timorenses é que aposta fora do país, na maior
parte dos casos porque tem família noutros países ou filhos a estudar fora de
Timor-Leste.
"Para
já somos uma economia de consumo e importação. E o dinheiro acaba por sair mas
é por isso. De cada dólar aprovado no OE, só 20 cêntimos é que ficam aqui. 80
cêntimos vão para fora. Multiplique-se isso agora por todo o valor do OE",
disse.
"Há
timorenses a viajar mais, nos hotéis, nos aviões. Há uma pequena percentagem de
investimento lá fora. Mas o resto investe aqui, constrói aqui ou consome",
considerou.
Questionado
sobre os seus próprios projetos futuros e, em concreto, a possibilidade de
expandir os seus investimentos para as telecomunicações - numa altura em que se
debate se a PT vai ou não alienar a sua participação na Timor Telecom - Serrano
mostra-se cauteloso.
"Eu
estou a diversificar os meus negócios, mas já tenho um número de funcionários
pesado, cerca de 600. Negócios são negócios. Tenho de saber preço e
condições", disse.
ASP
// FV
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