Díli,
21 jan (Lusa) - A estabilidade política, o dinamismo económico e maior acesso
ao crédito pelo setor privado são elementos essenciais para que Timor-Leste
continue a consolidar o seu crescimento económico, disse à Lusa um dos
principais empresários do país.
"Sou
otimista e sinto que Timor tem condições para continuar a crescer. É um país
pequeno mas com grandes vantagens. E comparando a situação atual com o que
acontecia há meia dúzia de anos, podemos ver um grande desenvolvimento",
disse à Lusa Jorge Serrano.
"Antevejo
um bom futuro", disse, numa conversa no Novo Turismo, a reconversão levada
a cabo num dos hotéis mais históricos de Díli, na zona de Lecidere, no leste da
capital timorense.
À
frente do hotel Jorge Serrano está a desenvolver um outro complexo, à beira da
praia, com marina e outros serviços de restauração e lazer.
Líder
do grupo GMN-H, Jorge Serrano é um dos empresários timorenses de referência,
com projetos em vários setores, que vão desde uma gráfica aos media, da
construção civil à hotelaria e até a projetos como o Sistema Nacional de
Cadastro (SNC), que desenvolve num consórcio com a empresa portuguesa
ARM-APPRIZE.
Serrano
considera que a "maior preocupação" se prende hoje com as
dificuldades de acesso a crédito, considerando que o setor financeiro
"precisa de mais dinamismo".
Neste
aspeto saúda os esforços do executivo e medidas como o fundo de 10 milhões de
dólares para o setor privado, através do Banco Nacional de Comércio de
Timor-Leste (BNCTL).
"Penso
que em breve teremos mais condições para garantir financiamento e liquidez para
o setor privado. O governo conhece bem a situação do setor privado nacional e
creio que com as medidas que está a adotar, com unidade e vontade de todos os
líderes nacionais teremos melhores condições", disse.
Ainda
assim considera que os três bancos comerciais que operam em Timor-Leste - o
português BNU, sucursal da CGD, o indonésio Mandiri e o australiano ANZ -
"deviam apoiar mais", especialmente numa altura de dinamismo
económico sem precedentes.
"No
passado apoiavam mais e agora parecem estar com um pé atrás, num momento em que
até deviam estar a apoiar mais", disse.
Para
Serrano o setor privado está a fazer um grande esforço e já houve algum
investimento externo em Timor, com destaque para empresas como a Timor Telecom
(PT), a Pertamina, Telksomsel, a Heineken ou outras.
Há
vários projetos de grande dimensão, como o primeiro grande centro comercial e
de negócios de Díli - o Timor Plaza - e outros projetos na calha, incluindo o
complexo hoteleiro Pelican Paradise (investimento de 300 milhões de dólares).
"As
coisas estão a mexer e os sinais são positivos, com grandes projetos este ano.
Há mais confiança do investimento exterior, para o qual contribuem as
facilidade fiscais e a ajuda do Governo", disse.
ASP
// FV
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