Díli,
26 jan (Lusa) - O ministro do Petróleo e Recursos Minerais timorenses, Alfredo
Pires, é um dos governantes que deixa o executivo, no âmbito da reestruturação
que o primeiro-ministro timorense vai realizar em fevereiro, confirmou hoje
fonte do seu gabinete.
"Ficámos
em choque. Não
estávamos à espera desta decisão", comentou à agência Lusa fonte do seu
gabinete.
Alfredo
Pires foi um dos ministros que hoje recebeu uma das cartas de Xanana Gusmão a
dizer se fica ou não no novo Governo, missivas que informam os que saem que
devem preparar-se para se demitir até 01 de fevereiro.
A
saída do ministro que dirige o setor mais importante de Timor-Leste - é
responsável pela quase totalidade das receitas do país - causou
"surpresa", tanto entre responsáveis de instituições do Governo
ligadas ao setor, como de empresas petrolíferas ouvidas pela Lusa.
"Ninguém
estava à espera", disse à Lusa fonte de uma das empresas do setor,
considerando que Alfredo Pires era tido como um "interlocutor sério".
"Causou
muita surpresa", disse outra fonte da Autoridade Nacional do Petróleo
ouvida pela Lusa.
Fonte
do executivo timorense disse hoje à agência Lusa que as cartas enviadas por
Xanana Gusmão "eram de dois tipos": para os que vão continuar no
Governo, a pedir para se prepararem "para a nova estrutura", e para
os que saem, para que se preparem para a resignação "até 01 de
fevereiro".
"O
primeiro-ministro escreveu a todos os 55 membros do executivo. Uns para dizer
que ficam, outros para dizer que saem", afirmou a fonte governamental.
A
mesma fonte confirmou à Lusa que outra das pessoas que não vai fazer parte do
novo executivo é a ministra das Finanças, Emilia Pires, que terá até, segundo
outra fonte, formalizado já a sua demissão.
Posição
idêntica terá tido também a vice-ministra das Finanças, Santina Cardoso, que
apresentou a sua demissão a Xanana Gusmão.
Uma
outra fonte do executivo avançou à Lusa que também o ministro dos Transportes,
Pedro Lay, terá apresentado a sua demissão ao primeiro-ministro.
Hoje,
o líder da Fretilin, Mari Alkatiri, disse à Lusa que membros do partido podem
participar no próximo Governo, não em nome do executivo, mas de forma
individual, como "elementos válidos" que podem contribuir para
corrigir distorções.
Questionado
sobre se existiram já convites a membros do partido, o líder do maior partido
da oposição timorense disse que os convites "são a pessoas da Fretilin e
não à Fretilin".
ASP
// ARA
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