O
líder da Renamo, maior partido de oposição em Moçambique, Afonso Dhlakama,
prestou hoje solidariedade em Chitima, província de Tete, às famílias de
vítimas de intoxicação por uma bebida alcoólica caseira denominada Phombe e que
já matou 71 pessoas.
Dhlakama,
que visitou doentes internados no centro de saúde de Chitima, sede do distrito
de Cahora Bassa, a morgue distrital e a residência da família que confeccionou
a bebida alcoólica, mostrou-se consternado e deixou palavras de conforto para
os familiares das vítimas.
"É
uma situação muito triste a perda de vidas humanas, já são mais de 70 pessoas
que perderam a vida, o país está de luto e quero endereçar os meus pêsames às
famílias, pois acredito que ficaram crianças sem pais, sem mães, e famílias
desagregadas", declarou o líder da Renamo.
Afonso
Dhlakama elogiou o trabalho das equipe médicas e técnicos de saúde que se
encontram a trabalhar no local, onde se mantêm mais de três de dezenas de
pessoas internadas.
A
Polícia da República de Moçambique prossegue as investigações, mas, segundo o
porta-voz da força policial em Tete, ainda não há resultados palpáveis.
Luís
Nudia disse que, para facilitar as investigações, as autoridades interditaram o
fabrico de bebidas alcoólicas caseiras no distrito de Cahora Bassa.
"É
perigoso neste momento continuar a vender-se este tipo de bebidas, enquanto
outras pessoas morrem", afirmou o porta-voz, apelando à população que
evite o consumo de bebidas alcoólicas sem saber como foram produzidas.
Contactada
telefonicamente, a diretora provincial de saúde em Tete, Carla Mosse, disse que
ainda não recebeu os resultados de amostras, enviados para um laboratório em
Maputo, da bebida, sangue e urina das pessoas intoxicadas.
Pelo
menos 71 pessoas morreram por intoxicação, após terem consumido uma bebida
tradicional denominada Phombe, produzida com farelo, açúcar e água, quando
regressavam de um funeral no bairro de Cawira B, em Chitima.
A
procuradora-geral da República, Beatriz Buchili, anunciou que já foi instaurado
um processo para apurar a causa das 71 mortes, incluindo da mulher que
fabricava a bebida.
"Até
aqui, não há pistas. A Procuradoria-Geral da República e a Polícia de
Investigação Criminal, em coordenação com outras instituições, trabalham em
todas as frentes, para apurar as causas e o tipo de produto usado para
contaminar a bebida. Depois disso, e, caso se prove ter havido ação criminosa,
vamos responsabilizar os presumíveis autores", disse Beatriz Buchili,
citada hoje pelo jornal Notícias.
De
acordo com a procuradora-geral, os corpos já foram submetidos a autópsia e a
instituição aguarda pelas conclusões dos médicos legistas do Ministério da
Saúde.
No
domingo, o Governo moçambicano decretou três dias de luto em todo país, em
memória das vítimas da tragédia e, na segunda-feira, a Assembleia da República
observou um minuto de silêncio.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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