sábado, 3 de janeiro de 2015

RESPONSABILIDADE DE ANGOLA



Jornal de Angola, editorial

Angola iniciou a 1 de Janeiro Dia da Paz,, pela segunda vez, o mandato como membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU, um órgão do sistema  das Nações Unidas encarregado do estabelecimento e manutenção da paz e segurança no mundo.

O Conselho de Segurança da ONU, composto por 15 membros (cinco permanentes e dez não permanentes), é considerado o mais influente órgão desta organização mundial, pela natureza e alcance das suas decisões, que são de cumprimento obrigatório por parte de todos os Estados membros das Nações Unidas.

Angola volta a fazer parte do Conselho de Segurança, onde vai poder  defender posições do interesse do continente africano.  É a voz de um Estado com larga experiência ao nível da diplomacia mundial e com um profundo conhecimento de África, que tem inúmeros problemas a superar. A comunidade internacional vai poder contar com o contributo valioso à paz e segurança internacional.  Angola passou durante muitos anos por uma situação  de conflito armado de grandes proporções e conseguiu ultrapassá-lo com mecanismos eficientes e que hoje são fonte de ensinamentos  para outros povos.

Pelo seu constante empenho na busca de soluções para conflitos regionais em África, Angola é  um país a contar para a promoção de um bem que é comum a todos os povos do  mundo, a paz. A sua eleição para o Conselho de Segurança  da ONU com 190 votos dos 193 possíveis constitui prova do grande prestígio de que goza o nosso país.

É que na verdade se espera muito de Angola quanto à sua actuação diplomática em vários cenários complexos no continente africano, caracterizados por guerras que  se vão prolongando, com consequências nefastas para vários milhões de africanos. 

Há a expectativa de que o nosso país desempenhe um papel activo na configuração da concertação de África, no quadro da União Africana, para a abordagem no Conselho de Segurança dos grandes assuntos internacionais, em especial daqueles que têm a ver com o nosso continente.

O facto de Angola já ter sido membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU, pode ajudar na organização de estratégias que viabilizem posições dos africanos, que pretendem  fazer valer naquele fórum os seus pontos de vista sobre diversos assuntos, sobretudo os que lhes dizem respeito. As crises existentes em África justificam uma actuação concertada dos países africanos cuja agenda deve ser colocada no centro das preocupações da comunidade internacional. Os problemas de África devem ter uma solução urgente. 

É previsível que Angola leve ao Conselho de Segurança da ONU a sua  experiência em resolução de conflitos, apresentando propostas realistas, que hão-de resultar do domínio  que tem  dos problemas, cujas causas estão identificadas. Vamos seguramente assistir a um grande protagonismo de Angola no Conselho de Segurança, desejado pelos países africanos que  confiam na capacidade do nosso país para impulsionar acções que vão ao encontro das aspirações do continente.

O embaixador do Brasil nas Nações Unidas, António Patriota, está optimista quanto ao desempenho de Angola no Conselho de Segurança, tendo afirmado que o nosso país “tem um papel estabilizador em África.”  Para o embaixador  português  Álvaro Mendonça  e Moura, é “muito importante”  que Angola tenha voltado ao Conselho de Segurança. “É  um país que pode dar uma  enorme contribuição  à solução de uma série de crises em África”, disse o diplomata luso. Sendo elevadas as expectativas em relação à actuação de Angola no Conselho de Segurança, resta aos angolanos estarem à altura do que se espera do nosso país, que conta com apoio da União Africana. Esta organização continental não  deixa certamente de tirar o máximo proveito das competências e sabedoria da diplomacia angolana, uma das mais solicitadas quando se trata de encontrar remédios para complexos problemas. 

É  grande a responsabilidade de Angola no Conselho de Segurança, mas os angolanos sabem que, na incessante luta pela paz, devem ser também promotores persistentes do bem-estar de todos os povos, ajudando a procurar as vias que permitam criar um mundo cada vez mais seguro e livre de conflitos. A experiência da diplomacia angolana vai seguramente ajudar a resolver conflitos que duram há demasiado tempo e cuja falta de solução cria instabilidade regional e mundial. O ano começa sob o signo da paz. O Conselho de Segurança tem a responsabilidade de que a paz seja efectiva em todo o mundo e particularmente no continente africano.



Sem comentários:

Mais lidas da semana