sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

O TERROR NUM EXPRESSO CURTO A HORAS TARDIAS. REVOLTEM-SE, PORRA!




O Expresso Curto de hoje não podia começar pior: a falar-nos de uma má realidade. Lá vem a selvajaria do terror jiadista puxar-nos para um mal desnecessário, que não tem ponta por onde se lhe pegue em termos de lógica. É terror, pelo terror. É de doidos, de subhumanos, atroz. Que foi o ocidente que lhes deu “corda” ou o cordão umbilical por onde lhes sopraram vida. Pois. Não admira. O ocidente tem vindo a eleger para os poderes todo poderosos doentios presidentes das repúblicas e primeiros-ministros e coadjuvantes que se vêm revelando criminosos a soldo do capital. E nesta coisa do capital cabe a industria do armamento, os países que querem explorar pelo petróleo, os povos que significam possibilidades de esclavagismo, como o terceiro mundo, como até Portugal, Espanha, a Grécia… Se assim é na Europa o que não fará pelo médio-oriente, pela Índia, por África. É um fartar vilanagem de que quem serve o Expresso Curto de hoje não refere objetivamente.

Para centenas de milhares este dia nada diz sobre o fim-de-semana. Uns estão desempregados. Outros trabalham que nem mouros a vencer 300 euros por mês por 10 horas ao serviço de empresários negreiros (onde anda a fiscalização do trabalho?), sem direito a intervalo para uma refeição, nem para ir defecar, urinar. Nada. Ali, nos “quiosques” dos centros comerciais sozinhos(as) com instruções do empresário negreiro para “nunca abandonar a loja”. Se falhar é despedido(a). Nos centros comerciais é frequente este desbundar de fartar vilanagem. Jovens a serem tratados como escravos que nem se atrevem a defecar nas trombas dos negreiros, quanto mais mijarem-lhes para cima. Mas é o que merecem. Já que as leis laborais não são para todos nem para cumprir. Para os negreiros não, apoiados que estão nos negreiros que são governo em Portugal, ou na Presidência da República.

Este  Expresso Curto já está a ser servido a horas tardias, desculpem. Não se fale em mais desgraças. Vamos ao Expresso Curto do Martim e leia-se o que de bom vai por esta Europa, por Portugal, pelo mundo. Aborda o "caso António Costa" também. Uma maravilha de candidato à continuação deste caos em que mal sobrevivemos. Tenham um bom dia, se conseguirem. Diria para se portarem mal (revoltem-se, porra!) mas já sei que não o vão fazer. A vida não está para disparates e mais complicações. Fiquemos todos muito quietinhhos a deixar que nos pisem e repisem. Eles, os do capital e do Arco da Governação adoram. E já o vêm fazendo há décadas. Não se cansam. (MM / PG)

Da banalidade do mal

Bom dia, 

Se o mal tem hoje um rosto, ele é um homem vestido de preto dos pés à cabeça, no meio do deserto, empunhando uma faca e com um sequestrado ao lado, de joelhos, vestido com um macacão cor de laranja e o ar vazio de quem sabe que vai morrer. Todos vimos estas imagens no último ano. Imagens do terror semeado pelo Estado Islâmico. O mal tem mesmo um rosto. O rosto que se esconde por trás da máscara de Jihadi John, de que agora se conhece a identidade. 

O assunto faz capa dos principais jornais ingleses de hoje. E também do Expresso Diário, que além de contar a história de Jihadi John revela as ligações com os jiadistas portugueses.

O choque aumenta à medida que os detalhes são conhecidos e que percebemos como o mal mais absoluto se pode esconder no meio de nós. É a banalidade do mal, conceito cunhado por Hannah Arendt. Jihadi John, aliás Mohammed Enzawi, é um jovem britânico de família de classe média, integrado, com um curso superior, que gosta de roupa de marca e vivia integrado na comunidade.

Deixo-lhe vários artigos sobre a história dele. Destaco em primeiro lugar o do Telegraph, que começa precisamente por afirmar que o mais impressionante na história do terrorista mais procurado do mundo é o facto de parecer um tipo banal e normal. O da Vox também vale a pena ler.

E aqui podemos perceber um pouco melhor os esforços vários que a comunidade muçulmana e os Estados Unidos estão a fazer paratravar o avanço do Estado Islâmico.

Por cá, está longe de terminar a polémica a propósito da gaffe de António Costa, que hoje é destaque na imprensa nacional (capa do i, do DN, do Público). Destaco as opiniões, à esquerda e à direita, de Daniel Oliveira e Henrique Raposo, no Expresso Diário. Se é certo que a direita está a usar o caso o mais que pode para inflingir danos aos socialistas, não o é menos que o próprio Costa quanto mais se tenta desenvencilhar do nó que criou, mais enleado parece ficar. Ele diz que está perplexo. Nós percebemo-lo. Também estamos.

Aliás, o que parecia um fósforo a arder está agora a transformar-se num incêndio. Costa já se dirigiu aos militantes do PS por sms a explicar a situação (sinal de desespero) e até a Reuters anda a escrever sobre esta “chinesice”.

No i, faz-se um balanço dos primeiros 100 dias de liderança de Costa, com a pergunta “E o PS está bastante diferente do que estava há cem dias?”.

Que pensará Seguro sobre o que se passa?

By the way, referir que desde ontem o PS tem um… diário digital.

No Expresso Diário de hoje pode saber tudo sobre a sondagem da Eurosondagem em que se traçam cenários eleitorais para as legislativas, com e sem coligação entre PSD e CDS. O que é melhor para direita, ir junta ou separada a votos? E em qual dos cenários o PS fica mais próximo da vitória?

OUTROS ASSUNTOS CÁ DENTRO

Por cá, o INE deve confirmar hoje o que já se sabia, ou seja que o crescimento da economia portuguesa no ano passado se fixou em 0,9%.

Em Alvalade, a noite não se pintou de verde e o Sporting ficou pelo caminho frente aos alemães (no final ganham sempre eles) do Wolfsburgo, depois de um empate a zero. 
Assim, já só resta uma equipa nacional nas provas europeias de futebol, e a situação dos clubes portugueses no ranking europeu fica pior. Quem sorri são os italianos, que ainda têm cinco equipas em prova.

Ontem foi dia de Zeinal. Zeinal Bava. O sr. falta de memória - deve aliás estar nos livros de gestão: se o negócio corre bem, bate no peito e grita que o fizeste; se correr mal, mal te lembras do teu nome. Enquanto em Alvalade o marcador ficou em branco, em São Bento, vitória de Mortágua. Mariana Mortágua. As comissões de inquérito parlamentares continuam a revelar-se uma espécie de Academia de Alcochete para a revelação de novos “craques”na política. Ontem, a deputada bloquista (para mim, a melhor deputada do ano) não poupou o antigo líder da PT, acusando-o diretamente de amadorismo. Isto enquanto Zeinal se defendia com os habituais pôncio pilatianos “não sei”, “não me lembro” e outras expressões do mesmo calibre. 

Aliás, Cristina Ferreira escrevia no Público como os deputados perderam a paciência pela forma como Zeinal se comportou.

Para o Ricardo Costa, o problema de Zeinal é mesmo a fama de super-gestor.

Ainda a propósito da Comissão de Inquérito ao descalabro no BES, amanhã tem de ler a reportagem sobre os bastidores dos trabalhos parlamentares, na Revista E, escrita pelo Filipe Santos Costa.

Sobre o enriquecimento ilícito, que vai voltar a ser debatido para a semana no Parlamento, os partidos da maioria ainda não se entenderam.

Hoje é dia de abertura oficial do Fantasporto, e no Expresso Diário vamos contar-lhe tudo, pela pena do Rui Cardoso e do Valdemar Cruz. Toda a produção fantástica deste ano é precisamente marcada pela,,, banalidade do mal.

OUTROS ASSUNTOS LÁ FORA

Hoje é o dia em que o Parlamento alemão tem de votar a extensão do programa de ajuda à Grécia por mais quatro meses. A extensão deve ser aprovada mas o clima político não está famoso e parece que Varoufakis voltou a irritar Schauble. Ao mesmo tempo, surgiu a primeira manifestação em Atenas contra a atuação do Syriza.

Sobre a crise e a descida generalizada das taxas de juro na Europa, com exceção na Grécia, atingindo mínimos históricos, vale a pena ler estas linhas do Jorge Nascimento Rodrigues no Expresso Diário.

Ainda sobre a situação grega, vale a pena passar os olhos por este texto do FT para percebermos melhor as resistências levantadas pelo FMI à extensão do programa. 

Mas agora leia este alerta. Que nos diz? Basicamente, que se pensamos em Grécia quando pensamos em crise se calhar estamos a olhar para o sítio errado. Isto porque a situação orçamental no Japão é hoje crítica e pode mesmo descambar numa grave crise mundial. Ou não estivéssemos a falar da terceira maior economia do mundo.

Aliás, os sinais de alertas parecem multiplicar-se. A Bloomberg traça mais um, dizendo que se pode aproximar nova crise financeira mundial. Oh não, outra vez não, apetece dizer. Entre as razões para tal estão a queda do preço do petróleo e a volatilidade bolsista.

Sobre o conflito no leste da Ucrânia não pode perder este artigo em que se explica como o uso pelos dois lados do conflito de milícias e grupos armados pode vir a originar uma nova guerra, em que Moscovo e Kiev já não têm mão. E ainda este, sobre o conflito Kiev-Moscovo, mas na perspetiva energética, leia-se gás.

No New York Times, é George Clooney quem escreve um artigo hoje chamando a atenção para a situação no Darfur.

Mas se de um lado há crise, do outro surgem boas notícias. Sabia que 2014 foi o melhor ano de sempre para o mercado mundial de arte? As vendas ascenderam a 15 mil milhões de dólares. A obra mais cara que mudou de mãos tem a assinatura de Giacometti.

Na Argentina, a justiça considera que não há provas para se abrir uma investigação à presidente Cristina Kirchner, na sequência da denúncia do falecido procurador Nisman.

No último fim de semana viu a cerimónia dos Óscares? Se viu, vai querer ler isto. Se não viu, também. É uma ótima explicação para aqueda constante das audiências da cerimónia nos últimos anos. Ou, de como os Óscares premeiam filmes para adultos numa era em que os adultos vão cada vez menos ao cinema.

A internet é um bem público? Nos Estados Unidos, o tema é polémico, com a aprovação de uma lei que impede os grandesgigantes tecnológicos de poderem pagar para o acesso aos seus serviços seja mais rápido. Aqui tem uma boa explicação para o caso. E aqui um olhar americano para o que se está a passar.

Álcool, marijuana, estimulantes, analgésicos… qual adiferença no consumo de geração para geração?

Já recebeu o convite da Apple para o evento de 9 de março? Não, pois claro. Mas vem aí gadget novo. O iWatch?

E o que faria se o seu dia tivesse mais 40 minutos? É que se vivesse em Marte, ele tinha mesmo.

Este fim de semana começa o circuito mundial de Surf. As primeiras ondas vão ser surfadas na Austrália, com o campeão em título, o brasileiro Gabriel Medina, a querer confirmar que o domínio de americanos, havaianos e australianos já passou à história. Este ano não há portugueses, depois de Tiago Pires não conseguir a nona qualificação seguida para a elite mundial do surf. Mas a prova de Peniche mantém-se, e será lá para o final de outubro.

FRASES

“Eu não sabia de nada”, Zeinal Bava, na Comissão de Inquérito ao caso BES, citado na capa do JN

“Não me sinto numa geração à rasca”, Maria Nunes Pereira, investigadora portuguesa recentemente destacada pela Forbes na sua lista de talentos com menos de 30 anos, no Jornal de Negócios

“O autocrata de hoje já não é o czar Nicolau II, nem Lenine, nem Estaline, nem Khruschev, nem Brejnev. É um antigo membro da polícia secreta e, por consequência, um dissimulador, um mentiroso, um torcionário e um assassino, que dá pelo nome de Putin e que preside a uma cleptocracia”, Vasco Pulido Valente, no Público, lúcido como sempre, ácido como nunca

O QUE ANDO A LER

A edição de março do Courier internacional já está nas bancas e este mês o olhar mais profundo vai para Israel. Com eleições internas já em março, que influência terão os recentes acontecimentos, com os atentados terroristas na Europa e o apelo de Netanyahu para o regresso dos judeus a Israel, nos resultados eleitorais? E a política de crescente isolamento do país?

“À Procura de Respostas” é o título da reflexão sobre o mundo atual e caminhos a seguir que nos propõe o mais carismático dos chefes de governo espanhóis, Felipe Gonzalez. Com prefácio de António Costa, a obra é das edições Matéria Prima.

Do autor de “O Fim da História e o Último Homem” está já disponível o segundo volume da sua história da ciência política. “Ordem Política e Decadência Política – da revolução industrial à globalização da democracia”. A obra é longa longa, mas Francis Fukuyama merece seguramente a melhor atenção ou não fosse ele um dos mais influentes pensadores das últimas décadas.

Ainda não a tenho, mas a edição de The Economist desta semana promete. O Brasil está na capa, mas pela bagunça em que o país está mergulhado.

Na televisão não esqueça que estreia a terceira temporada da super-série House of Cards, com Kevin Spacey e Robin Wright como protagonistas. Hoje na Netflix e amanhã, sábado, por cá no TVSéries, no cabo. Mas antes de ver o primeiro episódio, relembre aqui todas as pessoas que ele foi triturando e lixando ao longo da série.

Tenha uma excelente sexta-feira.

Mais logo não esqueça que temos Expresso Diário pelas 18.00. Amanhã está nas bancas a edição semanal do Expresso, que tem como um dos pratos fortes uma entrevista exclusiva ao primeiro-ministro, Passos Coelho. Na capa da Revista E está o código que lhe permite ter acesso ao Expresso Diário ao longo da próxima semana.

Voltamos segunda-feira para novo Expresso Curto, tirado pelo Pedro Candeias, coordenador de Desporto do Expresso (aposto que vai esmiuçar o Porto-Sporting de domingo…)

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