Macau,
China, 27 mar (Lusa) -- A Associação de Jornalistas de Hong Kong (HKJA, na
sigla em inglês) afirmou hoje que a liberdade de imprensa se deteriorou em
2014, devido nomeadamente aos "ataques" durante o movimento 'Occupy'.
O
Índice de Liberdade de Imprensa caiu 0,6 para 48,8 pontos -- na perceção do
público -- e 3,1 para 38,9 pontos -- na ótica dos jornalistas -, numa escala de
0 a 100, um resultado considerado "preocupante" pela presidente da
HKJA, Sham Yee-lan.
"Houve
uma série de atos violentos contra jornalistas e casos de autocensura
relativamente ao ano passado, contribuindo para uma impressão geral de que a
liberdade de imprensa se deteriorou", refere a HKJA no comunicado sobre o
relatório hoje divulgado.
A
HKJA, que publicou o primeiro índice do tipo no ano passado, compilou os dados
recolhidos por um grupo de académicos junto de dois alvos: jornalistas e
público em geral. Foram
entrevistados 1.035 residentes, com idade igual ou superior a 18 anos, falantes
de cantonês, e analisados 537 questionários preenchidos por profissionais da
comunicação social durante o mês de janeiro.
"Um
total de 51% dos entrevistados acredita que a liberdade de imprensa piorou, 35%
acha que não houve mudanças. Os dados relativos às respostas dos jornalistas
foram mais preocupantes. Um total de 90% acredita que a liberdade de imprensa
piorou e 48% julga ter sofrido um significativo revés. Apenas 1% entende que a
liberdade de imprensa melhorou no ano passado", segundo o relatório da
HKJA.
Com
efeito, tanto jornalistas como público em geral coincidiram na perceção de que
a crítica ao governo central, seguida da aos grandes homens de negócios e ao
governo de Hong Kong, foram o maior foco de preocupação no âmbito da produção
noticiosa.
Sobre
atos violentos perpetrados contra jornalistas, ambos os grupos alvo do estudo
entenderam que incidentes envolvendo intimidação extralegal ou ataques físicos
tenderam a ser comuns.
Segundo
a HKJA, "90% dos jornalistas acreditam que o número de ataques contra
colegas levados a cabo pelas autoridades aumentou face ao ano anterior".
O
inquérito também revela que a perceção é de que o papel de fiscalizador dos
meios de comunicação social diminuiu em Hong Kong no ano passado, em linha com a queda da
perceção relativa à diversidade de pontos de vista apresentados pelos 'media'.
DM
// PJA
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