quarta-feira, 4 de março de 2015

MOÇAMBICANOS REPUDIAM O COBARDE ATENTADO CONTRA GILLES CISTAC




Frelimo nega envolvimento na morte de constitucionalista moçambicano

A Comissão Política da Frelimo, partido no poder em Moçambique, recusou hoje envolvimento no assassínio do constitucionalista Gilles Cistac, ocorrido na terça-feira em Maputo, afastando-se de "acusações gravíssimas" reproduzidas em alguns órgãos de comunicação social.

"A Comissão Política distancia-se das acusações daqueles que, recorrendo a manobras dilatórias, acusam a Frelimo [Frente de Libertação de Moçambique] de ser responsável pela morte do académico Gilles Cistac", afirma um comunicado enviado hoje à Lusa e que "repudia veementemente a postura que está sendo assumida por alguns órgãos de comunicação social".

O partido no poder em Moçambique considera estar a enfrentar "acusações gravíssimas", que visam "fomentar o boato, a divisão no seio do povo moçambicano, semear a confusão, incitar a violência, desestabilizar o país e pôr em causa a governação da Frelimo" e ainda pôr em causa a honra, o bom nome e a imagem da força política e dos seus dirigentes.

"A Comissão Política reitera a condenação veemente pelo bárbaro e cobarde assassinato do professor e académico Gilles Cistac e apresenta as mais sentidas condolências e solidariedade à família enlutada", declara o comunicado, que manifesta "respeito e admiração" pelas forças policiais e encoraja-as a esclarecer as causas do crime.

O constitucionalista moçambicano de origem francesa Gilles Cistac foi assassinado a tiro na terça-feira de manhã por desconhecidos, à saída de um café no centro de Maputo.

Cistac foi transportado ainda com vida para o Hospital Central de Maputo, onde acabou por morrer cerca das 13:00 locais (11:00 em Lisboa).

A polícia disse na terça-feira que segue a pista de quatro suspeitos, três negros e um branco, e que foi este último quem abriu fogo contra Cistac.

O líder da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), principal partido da oposição moçambicana, Afonso Dhlakama, acusou "radicais da Frelimo" de terem assassinado Gilles Cistac, alegando que se sentiram "chocados e incomodados" com as teses defendidas pelo jurista.

O líder do MDM (Movimento Democrático de Moçambique), terceiro maior partido moçambicano, disse por seu lado que Gilles Cistac foi assassinado por encomenda, após pronunciamentos que "irritaram uma elite política intolerante", mas não precisou o alvo da acusação.

O Canal Moçambique traz hoje em manchete o título "Frelimo de assassinos", acusando o partido no poder de ter criado uma "lista racista" com quatro indivíduos brancos a abater, o primeiro dos quais Cistac.

Em editorial o diário eletrónico Mediafax questionou hoje "A ordem para fuzilar. De onde veio?" e sustentou que "ninguém consegue dissociar o assassinato de Gilles Cistac com os pronunciamentos e opiniões que vem defendendo nos últimos dias em torno da perda de mandato dos deputados da Renamo e ainda a polémica questão das regiões ou províncias autónomas", concluindo que se tratou de "uma morte encomendada".

Gilles Cistac era um dos principais especialistas em assuntos constitucionais de Moçambique e, em várias ocasiões, manifestou opiniões jurídicas contrárias aos interesses do Governo e da Frelimo.

Na semana passada, o académico anunciou que ia processar um homem que, através da rede social Facebook e com o pseudónimo Calado Kalashnikov, acusou Cistac de ser um espião francês que obteve a nacionalidade moçambicana de forma fraudulenta.

Em entrevistas recentes, Cistac considerou que não há impedimentos jurídicos à pretensão da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana, principal partido da oposição) de criar regiões autónomas no país, contrariando declarações opostas de quadros da Frelimo.

Lusa, em Notícias ao Minuto

Dhlakama acusa "radicais da Frelimo" pela morte de Gilles Cistac

O líder da Renamo, principal partido da oposição moçambicana, Afonso Dhlakama, acusou "radicais da Frelimo" de terem assassinado o constitucionalista moçambicano Gilles Cistac, alegando que se sentiram "chocados e incomodados" com as teses defendidas pelo jurista.

"Eu quero acreditar que os radicais da Frelimo sentiram-se chocados e incomodados com o facto de [Gilles Cistac] estar a defender um caso do povo moçambicano", afirmou Dhlakama, na terça-feira, após um comício na província de Niassa, citado hoje na imprensa local.

Para o líder do principal partido da oposição, o jurista foi morto por ter defendido uma posição que acolhe constitucionalmente a exigência da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana).

"Quero lamentar a morte daquele homem, não quero acusar ninguém, mas também não restam dúvidas que a morte dele se deveu ao seu posicionamento, quando nós da Renamo, após as eleições, começámos a reclamar da fraude que houve", declarou Afonso Dhlakama.

Gilles Cistac defendeu recentemente que a Constituição moçambicana prevê a criação de províncias autónomas, ao preconizar a hipótese de criação de municípios de escalão superior às cidades, tese que deu força à exigência da Renamo de governar nas províncias em que ganhou nas eleições gerais de 15 de outubro do ano passado.

O constitucionalista foi assassinado a tiro na terça-feira de manhã por desconhecidos, à saída de um café no centro de Maputo.

Cistac foi transportado ainda com vida para o Hospital Central de Maputo, onde acabou por morrer cerca das 13:00 locais (11:00 em Lisboa).

A polícia disse que segue a pista de quatro suspeitos, três negros e um branco, e que foi este último quem abriu fogo contra Cistac.

Na semana passada, o académico anunciou que ia processar um homem que, através da rede social Facebook e com o pseudónimo Calado Kalashnikov, acusou Cistac de ser um espião francês que obteve a nacionalidade moçambicana de forma fraudulenta.

Gilles Cistac, de origem francesa, era um dos principais especialistas em assuntos constitucionais de Moçambique e, em várias ocasiões, manifestou opiniões jurídicas contrárias aos interesses do Governo e da Frelimo, partido no poder.

O Governo moçambicano considerou o atentado "um ato macabro" e espera que os autores sejam "exemplarmente punidos", enquanto a Renamo afirmou que o académico foi vítima de "perseguição política" motivada pelas suas posições recentes, e o MDM (Movimento Democrático de Moçambique) declarou que se tratou de um assassínio por encomenda.

Lusa, em Notícias ao Minuto

Indignação pelo assassínio de Gilles Cistac na imprensa moçambicana

"Terrorismo", "Ordem para Fuzilar" e "Assassinos" são alguns dos títulos mais incisivos das edições de hoje da imprensa moçambicana, usados para descrever o homicídio do constitucionalista moçambicano Gilles Cistac, na terça-feira.

O diário eletrónico Mediafax questiona em título: "A Ordem para fuzilar: De Onde veio?" E prossegue com o tema do homicídio no segundo texto mais importante da edição, intitulado: "Cobardes mataram Gilles Cistac", depois de descrever a vítima no antetítulo como um "Homem de opiniões firmes e demasiadamente mal visto pelo poder do dia".

"O País", principal diário privado, abre a edição de hoje com o título "Terrorismo", a atravessar toda a capa e com a foto de Gilles Cistac tombado. O atentado é também destaque do jornal nas páginas dois e três, com vários depoimentos sobre a morte do constitucionalista.

Com uma foto da vítima deitada no chão e ensanguentada, no local do crime, o Notícias, principal diário do país, faz manchete com o baleamento do constitucionalista, intitulando: "Assassinado Prof. Gilles Cistac" e, mais abaixo, escreve, numa notícia mais pequena, "Responsabilizar os criminosos", citando António Gaspar, porta-voz do Presidente moçambicano, Filipe Nyusi.

Menos contido, o semanário "Canal de Moçambique" faz manchete com o título: "Frelimo de assassinos", e desenvolve nas páginas seguintes os argumentos que levam o jornal a apontar o dedo acusador ao partido no poder, incluindo declarações de comentadores afetos à Frelimo vistos como hostis a Gilles Cistac.

Para o "Canal de Moçambique", no título da segunda página, a "Frelimo perdeu no debate de ideias e eliminou fisicamente o adversário".

O constitucionalista moçambicano Gilles Cistac foi assassinado a tiro na terça-feira de manhã por desconhecidos, à saída de um café no centro de Maputo.

O académico foi transportado ainda com vida para o Hospital Central de Maputo, onde acabou por morrer cerca das 13:00 locais (11:00 em Lisboa).

A polícia disse que segue a pista de quatro suspeitos, três negros e um branco, e que foi este último quem abriu fogo contra Cistac.

Na semana passada, o académico anunciou que ia processar um homem que, através da rede social Facebook e com o pseudónimo Calado Kalashnikov, acusou Cistac de ser um espião francês que obteve a nacionalidade moçambicana de forma fraudulenta.

Gilles Cistac, de origem francesa, era um dos principais especialistas em assuntos constitucionais de Moçambique e, em várias ocasiões, manifestou opiniões jurídicas contrárias aos interesses do Governo e da Frelimo, partido no poder.

Em entrevistas recentes, Cistac considerou que não há impedimentos jurídicos à pretensão da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana, principal partido de oposição) de criar regiões autónomas no país, contrariando declarações opostas de quadros da Frelimo.

O Governo moçambicano considerou o atentado "um ato macabro" e espera que os autores sejam "exemplarmente punidos", enquanto a Renamo afirmou que o académico foi vítima de "perseguição política" motivada pelas suas posições recentes, e o MDM (Movimento Democrático de Moçambique) declarou que se tratou de um assassínio por encomenda.

Lusa, em Notícias ao Minuto

Estudantes marcham em homenagem ao constitucionalista assassinado

O Núcleo de Estudantes de Direito da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) vai realizar, no sábado em Maputo, uma marcha de homenagem ao constitucionalista Gilles Cistac, assassinado na terça-feira na capital moçambicana, disse hoje à Lusa o presidente da associação.

"O objetivo da marcha é homenagear o trabalho que o professor Gilles Cistac realizou enquanto académico. Queremos mostrar que estamos gratos pelos ensinamentos que nos deixou. Sentimo-nos honrados por termos sido estudantes dele", afirmou Absalão Mapanza, na Faculdade de Direito, cujo muro exterior estava hoje coberto por flores e panfletos com fotos e mensagens de tributo ao constitucionalista.

Gilles Cistac, de 53 anos, morreu na terça-feira no Hospital Central de Maputo, vítima de vários tiros disparados por desconhecidos na avenida Eduardo Mondlane, uma das mais frequentadas da cidade de Maputo, quando saía de um café nas primeiras horas da manhã.

A marcha sairá às 07:00 locais do local onde o académico foi baleado até à Faculdade de Direito da UEM, a escassos quilómetros do ponto de partida, e onde será organizada uma cerimónia em que os órgãos diretivos da instituição vão discursar em memória do académico.

"Nós estamos inconformados com este crime. Com o professor, nós bebíamos da fonte do Direito Administrativo. Aliás, o professor foi quem fez a reforma do Direito Administrativo moçambicano. Agora já não temos essa fonte", disse o presidente da associação de alunos.

O Núcleo de Estudante de Direito da UEM espera que mais de 500 pessoas participem na marcha, entre estudantes, colegas, amigos e familiares de Gilles Cistac e ativistas sociais.

De acordo com Absalão Mapanza, várias organizações a sociedade civil manifestaram o seu apoio à marcha, com destaque para a Liga dos Direitos em Moçambique.

Os estudantes exigem que as autoridades moçambicanas esclareçam o caso de forma "transparente e vigorosa".

"Os responsáveis pelo ato devem ser punidos segundo a lei moçambicana. Nós estamos a construir o Estado de Direito democrático, então, tudo deve ser feito e julgado dentro de um código legal", afirmou Absalão Mapanza.

Cistac foi diretor adjunto para a investigação e expansão na Faculdade de Direito da Universidade Eduardo Mondlane, onde também lecionou as cadeiras de Direito Constitucional e Direito Administrativo, além de ter ocupado a função de assessor no Tribunal Administrativo moçambicano e nos ministérios do Trabalho e do Turismo.

O académico era um dos principais especialistas em assuntos constitucionais de Moçambique e, em várias ocasiões, manifestou opiniões jurídicas contrárias aos interesses do Governo e da Frelimo, partido no poder.

Em entrevistas recentes, Cistac considerou que não há impedimentos jurídicos à pretensão da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana, principal partido da oposição) de criar regiões autónomas no país, contrariando declarações opostas de quadros da Frelimo.

Na semana passada, o académico anunciou que ia processar um homem que, através da rede social Facebook e com o pseudónimo Calado Kalashnikov, acusou Cistac de ser um espião francês que obteve a nacionalidade moçambicana de forma fraudulenta.

O Governo moçambicano considerou o atentado "um ato macabro" e espera que os autores sejam "exemplarmente punidos", enquanto a Renamo afirmou que o académico foi vítima de "perseguição política" motivada pelas suas posições recentes, e o MDM (Movimento Democrático de Moçambique, terceira maior força política do país) declarou que se tratou de um assassínio por encomenda.

Lusa, em Notícias ao Minuto

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