Frelimo
nega envolvimento na morte de constitucionalista moçambicano
A
Comissão Política da Frelimo, partido no poder em Moçambique, recusou hoje
envolvimento no assassínio do constitucionalista Gilles Cistac, ocorrido na
terça-feira em Maputo, afastando-se de "acusações gravíssimas"
reproduzidas em alguns órgãos de comunicação social.
"A
Comissão Política distancia-se das acusações daqueles que, recorrendo a
manobras dilatórias, acusam a Frelimo [Frente de Libertação de Moçambique] de
ser responsável pela morte do académico Gilles Cistac", afirma um
comunicado enviado hoje à Lusa e que "repudia veementemente a postura que
está sendo assumida por alguns órgãos de comunicação social".
O
partido no poder em Moçambique considera estar a enfrentar "acusações
gravíssimas", que visam "fomentar o boato, a divisão no seio do povo
moçambicano, semear a confusão, incitar a violência, desestabilizar o país e
pôr em causa a governação da Frelimo" e ainda pôr em causa a honra, o bom
nome e a imagem da força política e dos seus dirigentes.
"A
Comissão Política reitera a condenação veemente pelo bárbaro e cobarde
assassinato do professor e académico Gilles Cistac e apresenta as mais sentidas
condolências e solidariedade à família enlutada", declara o comunicado,
que manifesta "respeito e admiração" pelas forças policiais e
encoraja-as a esclarecer as causas do crime.
O
constitucionalista moçambicano de origem francesa Gilles Cistac foi assassinado
a tiro na terça-feira de manhã por desconhecidos, à saída de um café no centro
de Maputo.
Cistac
foi transportado ainda com vida para o Hospital Central de Maputo, onde acabou
por morrer cerca das 13:00 locais (11:00 em Lisboa).
A
polícia disse na terça-feira que segue a pista de quatro suspeitos, três negros
e um branco, e que foi este último quem abriu fogo contra Cistac.
O
líder da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), principal partido da
oposição moçambicana, Afonso Dhlakama, acusou "radicais da Frelimo"
de terem assassinado Gilles Cistac, alegando que se sentiram "chocados e
incomodados" com as teses defendidas pelo jurista.
O
líder do MDM (Movimento Democrático de Moçambique), terceiro maior partido
moçambicano, disse por seu lado que Gilles Cistac foi assassinado por
encomenda, após pronunciamentos que "irritaram uma elite política
intolerante", mas não precisou o alvo da acusação.
O
Canal Moçambique traz hoje em manchete o título "Frelimo de
assassinos", acusando o partido no poder de ter criado uma "lista
racista" com quatro indivíduos brancos a abater, o primeiro dos quais
Cistac.
Em
editorial o diário eletrónico Mediafax questionou hoje "A ordem para
fuzilar. De onde veio?" e sustentou que "ninguém consegue dissociar o
assassinato de Gilles Cistac com os pronunciamentos e opiniões que vem
defendendo nos últimos dias em torno da perda de mandato dos deputados da
Renamo e ainda a polémica questão das regiões ou províncias autónomas",
concluindo que se tratou de "uma morte encomendada".
Gilles
Cistac era um dos principais especialistas em assuntos constitucionais de
Moçambique e, em várias ocasiões, manifestou opiniões jurídicas contrárias aos
interesses do Governo e da Frelimo.
Na
semana passada, o académico anunciou que ia processar um homem que, através da
rede social Facebook e com o pseudónimo Calado Kalashnikov, acusou Cistac de
ser um espião francês que obteve a nacionalidade moçambicana de forma
fraudulenta.
Em
entrevistas recentes, Cistac considerou que não há impedimentos jurídicos à
pretensão da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana, principal partido da
oposição) de criar regiões autónomas no país, contrariando declarações opostas
de quadros da Frelimo.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
Dhlakama
acusa "radicais da Frelimo" pela morte de Gilles Cistac
O
líder da Renamo, principal partido da oposição moçambicana, Afonso Dhlakama,
acusou "radicais da Frelimo" de terem assassinado o
constitucionalista moçambicano Gilles Cistac, alegando que se sentiram
"chocados e incomodados" com as teses defendidas pelo jurista.
"Eu
quero acreditar que os radicais da Frelimo sentiram-se chocados e incomodados
com o facto de [Gilles Cistac] estar a defender um caso do povo
moçambicano", afirmou Dhlakama, na terça-feira, após um comício na
província de Niassa, citado hoje na imprensa local.
Para
o líder do principal partido da oposição, o jurista foi morto por ter defendido
uma posição que acolhe constitucionalmente a exigência da Renamo (Resistência
Nacional Moçambicana).
"Quero
lamentar a morte daquele homem, não quero acusar ninguém, mas também não restam
dúvidas que a morte dele se deveu ao seu posicionamento, quando nós da Renamo,
após as eleições, começámos a reclamar da fraude que houve", declarou
Afonso Dhlakama.
Gilles
Cistac defendeu recentemente que a Constituição moçambicana prevê a criação de
províncias autónomas, ao preconizar a hipótese de criação de municípios de
escalão superior às cidades, tese que deu força à exigência da Renamo de
governar nas províncias em que ganhou nas eleições gerais de 15 de outubro do
ano passado.
O
constitucionalista foi assassinado a tiro na terça-feira de manhã por
desconhecidos, à saída de um café no centro de Maputo.
Cistac
foi transportado ainda com vida para o Hospital Central de Maputo, onde acabou
por morrer cerca das 13:00 locais (11:00 em Lisboa).
A
polícia disse que segue a pista de quatro suspeitos, três negros e um branco, e
que foi este último quem abriu fogo contra Cistac.
Na
semana passada, o académico anunciou que ia processar um homem que, através da
rede social Facebook e com o pseudónimo Calado Kalashnikov, acusou Cistac de
ser um espião francês que obteve a nacionalidade moçambicana de forma
fraudulenta.
Gilles
Cistac, de origem francesa, era um dos principais especialistas em assuntos
constitucionais de Moçambique e, em várias ocasiões, manifestou opiniões
jurídicas contrárias aos interesses do Governo e da Frelimo, partido no poder.
O
Governo moçambicano considerou o atentado "um ato macabro" e espera
que os autores sejam "exemplarmente punidos", enquanto a Renamo
afirmou que o académico foi vítima de "perseguição política" motivada
pelas suas posições recentes, e o MDM (Movimento Democrático de Moçambique)
declarou que se tratou de um assassínio por encomenda.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
Indignação
pelo assassínio de Gilles Cistac na imprensa moçambicana
"Terrorismo",
"Ordem para Fuzilar" e "Assassinos" são alguns dos títulos
mais incisivos das edições de hoje da imprensa moçambicana, usados para
descrever o homicídio do constitucionalista moçambicano Gilles Cistac, na
terça-feira.
O
diário eletrónico Mediafax questiona em título: "A Ordem para fuzilar: De
Onde veio?" E prossegue com o tema do homicídio no segundo texto mais
importante da edição, intitulado: "Cobardes mataram Gilles Cistac",
depois de descrever a vítima no antetítulo como um "Homem de opiniões
firmes e demasiadamente mal visto pelo poder do dia".
"O
País", principal diário privado, abre a edição de hoje com o título
"Terrorismo", a atravessar toda a capa e com a foto de Gilles Cistac
tombado. O atentado é também destaque do jornal nas páginas dois e três, com
vários depoimentos sobre a morte do constitucionalista.
Com
uma foto da vítima deitada no chão e ensanguentada, no local do crime, o
Notícias, principal diário do país, faz manchete com o baleamento do
constitucionalista, intitulando: "Assassinado Prof. Gilles Cistac" e,
mais abaixo, escreve, numa notícia mais pequena, "Responsabilizar os
criminosos", citando António Gaspar, porta-voz do Presidente moçambicano,
Filipe Nyusi.
Menos
contido, o semanário "Canal de Moçambique" faz manchete com o título:
"Frelimo de assassinos", e desenvolve nas páginas seguintes os argumentos
que levam o jornal a apontar o dedo acusador ao partido no poder, incluindo
declarações de comentadores afetos à Frelimo vistos como hostis a Gilles
Cistac.
Para
o "Canal de Moçambique", no título da segunda página, a "Frelimo
perdeu no debate de ideias e eliminou fisicamente o adversário".
O
constitucionalista moçambicano Gilles Cistac foi assassinado a tiro na
terça-feira de manhã por desconhecidos, à saída de um café no centro de Maputo.
O
académico foi transportado ainda com vida para o Hospital Central de Maputo,
onde acabou por morrer cerca das 13:00 locais (11:00 em Lisboa).
A
polícia disse que segue a pista de quatro suspeitos, três negros e um branco, e
que foi este último quem abriu fogo contra Cistac.
Na
semana passada, o académico anunciou que ia processar um homem que, através da
rede social Facebook e com o pseudónimo Calado Kalashnikov, acusou Cistac de
ser um espião francês que obteve a nacionalidade moçambicana de forma
fraudulenta.
Gilles
Cistac, de origem francesa, era um dos principais especialistas em assuntos
constitucionais de Moçambique e, em várias ocasiões, manifestou opiniões
jurídicas contrárias aos interesses do Governo e da Frelimo, partido no poder.
Em
entrevistas recentes, Cistac considerou que não há impedimentos jurídicos à
pretensão da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana, principal partido de
oposição) de criar regiões autónomas no país, contrariando declarações opostas
de quadros da Frelimo.
O
Governo moçambicano considerou o atentado "um ato macabro" e espera que
os autores sejam "exemplarmente punidos", enquanto a Renamo afirmou
que o académico foi vítima de "perseguição política" motivada pelas
suas posições recentes, e o MDM (Movimento Democrático de Moçambique) declarou
que se tratou de um assassínio por encomenda.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
Estudantes
marcham em homenagem ao constitucionalista assassinado
O
Núcleo de Estudantes de Direito da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) vai
realizar, no sábado em Maputo, uma marcha de homenagem ao constitucionalista
Gilles Cistac, assassinado na terça-feira na capital moçambicana, disse hoje à
Lusa o presidente da associação.
"O
objetivo da marcha é homenagear o trabalho que o professor Gilles Cistac
realizou enquanto académico. Queremos mostrar que estamos gratos pelos
ensinamentos que nos deixou. Sentimo-nos honrados por termos sido estudantes
dele", afirmou Absalão Mapanza, na Faculdade de Direito, cujo muro
exterior estava hoje coberto por flores e panfletos com fotos e mensagens de
tributo ao constitucionalista.
Gilles
Cistac, de 53 anos, morreu na terça-feira no Hospital Central de Maputo, vítima
de vários tiros disparados por desconhecidos na avenida Eduardo Mondlane, uma
das mais frequentadas da cidade de Maputo, quando saía de um café nas primeiras
horas da manhã.
A
marcha sairá às 07:00 locais do local onde o académico foi baleado até à
Faculdade de Direito da UEM, a escassos quilómetros do ponto de partida, e onde
será organizada uma cerimónia em que os órgãos diretivos da instituição vão
discursar em memória do académico.
"Nós
estamos inconformados com este crime. Com o professor, nós bebíamos da fonte do
Direito Administrativo. Aliás, o professor foi quem fez a reforma do Direito
Administrativo moçambicano. Agora já não temos essa fonte", disse o
presidente da associação de alunos.
O
Núcleo de Estudante de Direito da UEM espera que mais de 500 pessoas participem
na marcha, entre estudantes, colegas, amigos e familiares de Gilles Cistac e
ativistas sociais.
De
acordo com Absalão Mapanza, várias organizações a sociedade civil manifestaram
o seu apoio à marcha, com destaque para a Liga dos Direitos em Moçambique.
Os
estudantes exigem que as autoridades moçambicanas esclareçam o caso de forma
"transparente e vigorosa".
"Os
responsáveis pelo ato devem ser punidos segundo a lei moçambicana. Nós estamos
a construir o Estado de Direito democrático, então, tudo deve ser feito e
julgado dentro de um código legal", afirmou Absalão Mapanza.
Cistac
foi diretor adjunto para a investigação e expansão na Faculdade de Direito da
Universidade Eduardo Mondlane, onde também lecionou as cadeiras de Direito
Constitucional e Direito Administrativo, além de ter ocupado a função de
assessor no Tribunal Administrativo moçambicano e nos ministérios do Trabalho e
do Turismo.
O
académico era um dos principais especialistas em assuntos constitucionais de
Moçambique e, em várias ocasiões, manifestou opiniões jurídicas contrárias aos
interesses do Governo e da Frelimo, partido no poder.
Em
entrevistas recentes, Cistac considerou que não há impedimentos jurídicos à
pretensão da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana, principal partido da
oposição) de criar regiões autónomas no país, contrariando declarações opostas
de quadros da Frelimo.
Na
semana passada, o académico anunciou que ia processar um homem que, através da
rede social Facebook e com o pseudónimo Calado Kalashnikov, acusou Cistac de
ser um espião francês que obteve a nacionalidade moçambicana de forma
fraudulenta.
O
Governo moçambicano considerou o atentado "um ato macabro" e espera que
os autores sejam "exemplarmente punidos", enquanto a Renamo afirmou
que o académico foi vítima de "perseguição política" motivada pelas
suas posições recentes, e o MDM (Movimento Democrático de Moçambique, terceira
maior força política do país) declarou que se tratou de um assassínio por
encomenda.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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