Voz
da América – Angola Fala Só
O
MPLA é um partido que pratica a tolerância e quer a participação de todos os
angolanos nos projectos de desenvolvimento, disse à VOA a jurista angolana
Paula Souza “Kiluanje”.
Num
animado programa “Angola Fala Só” com ouvintes de várias partes de Angola,
Paula Souza abordou também vários temas relacionados com a mulher angolana já
que é militante da Organização da Mulher Angolana( OMA).
A
advogada deixou claro que não estava mandatada para falar em nome da
organização, sendo as suas opiniões de carácter pessoal.
Muitas
das perguntas dos ouvintes versaram acusações de intolerância
politica que exemplificaram com recentes ataques a elementos da Unita na
Lunda Norte e em Benguela.
“O
MPLA é um partido de tolerância,” disse Souza, que acrescentou ser possível
haver “conflitos pontuais” que, contudo, não são reflexo de uma política do
partido no poder.
“Num
país com 23 milhões de pessoas saído de uma longa guerra é natural que
aconteçam pontualmente casos de intolerância”, explicou para acrescentar
"O MPLA é pela paz, tolerância e reconciliação”.
Um
ouvinte afirmou que o MPLA continua a monopolizar os cargos políticos ou
de importância no aparelho do Estado, numa negação do multipartidarismo, o
que foi rejeitado pela jurista.
“Temos
pessoas a ocupar cargos que não pertencem ao MPLA”, reiterou. Paula Sousa.
“Não
estamos em época de olhar para Angola como uma questão partidária”, acrescentou
a advogado, afirmando ainda durante o programa que “Angola é dos angolanos”.
A
jurista disse no entanto ser natural que haja mais pessoas pertencentes ao MPLA
nas diversas instituições por ser “o partido maioritário”.
Interrogada
por um outro ouvinte sobre se acreditava que o sistema jurídico angolano
é independente e que não é manipulado por uma “mão invisível”, Paula Souza
disse que sem independência jurídica não seria advogada em Angola.
“Se
não acreditasse que o sistema jurídico é independente e justo não seria
advogada”, acrescentou.
Sobre
a situação da mulher em Angola, a jurista elogiou a alta representação da
mulher na cena política do país, particularmente no parlamento onde, segundo
disse, 34 por cento dos deputados são mulheres.
Paula
Souza disse sentir-se orgulhosa de ter nascido num país onde as mulheres são
livres e salientou o papel da OMA em defesa das mulheres "em todos
os níveis”.
A
advogada disse que a OMA “está aberta ao diálogo” com todos, quaisquer
que sejam as sua tendências políticas.
Segundo
ela, a organização “não impõe” e mostrou-se mesmo aberta a uma sugestão de
discussões sobre uma data para se celebrar a mulher angolana que seja
consensual a todos os partidos. “Pode-se fazer um debate aberto para se chegar
a um consenso”, disse.
Quanto
à violência doméstica em casos que envolvem agressões de mulheres, Paula
Souza foi peremptória: “a lei é para os dois lados”.
Paula
Souza concluiu dizendo que a maior parte dos casos que a OMA recebe envolve
“infelizmente” violência doméstica e essa violência envolve “os
dois lados”.
Na
foto: Paula Kiluanje - Organização da Mulher Angolana OMA – Courtesy Photo
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