quinta-feira, 23 de abril de 2015

DIVISÃO DE MOÇAMBIQUE SÓ CONDUZIRÁ AO COLAPSO - Nyusi



Anacleto Mercedes, AIM

Namaacha (Moçambique), 23 Abr (AIM)
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse hoje à população do distrito de Namaacha, província meridional de Maputo, que a divisão de Moçambique só o conduzirá ao colapso, pois, tudo quanto o povo conquistou, com muito sacrifício, poderá se desfazer e prejudicar, de certa forma, o contínuo desenvolvimento do país.

Nyusi falava durante um comício popular, no contexto da Presidência Aberta que efectua àquele distrito fronteiriço entre Moçambique, Suazilândia e África do Sul.

Para evitar que o país seja conduzido ao colapso, o mais alto magistrado da nação apelou aos moçambicanos a desenvolverem, entre si, o espírito patriótico e de unidade nacional.

Aliás, Nyusi deu o exemplo do Império de Gaza, liderado por Ngungunhana, e outros ainda, que, mesmo fortes, perderam batalhas contra o regime colonial português, exactamente por falta de unidade entre os povos.

Houve guerras dos grupos ngunis, ndaus, malapendes, matakas. Eram grandes líderes, mas não conseguimos triunfar, porque Moçambique, dividido, não se conseguia encontrar para se libertar. São lições que nos dizem que a separação só pode conduzir Moçambique ao colapso, disse ele.

No seu entender, a unidade nacional, que hoje tanto se refere, é mais facilitada, pois, no passado, era difícil. Cada um vivia no seu canto.

A unidade nacional actual é simplesmente entendimento entre as ideias. E toda a gente pode dizer o que quiser, desde que não seja fora da lei, afirmou.

O importante, segundo Nyusi, é ter o cuidado para que essas ideias e pensamentos diferentes não desunam os povos moçambicanos, mas que têm que significar a união e consolidar a nação moçambicana.

Todos somos uma nação. O importante é preservarmos as nossas culturas. Ninguém deve ter vergonha de ser machangana, mandau, macua. Isto é bom, pois é o que faz a nação. Quando alguém se envergonha e se complexa por ser moçambicano de origem indiana, branca ou manyungue, isso é atraso e faz com que não possamos evoluir. Queremos uma nação sólida e a evoluir. Por isso mesmo, a unidade nacional é fundamental, sublinhou.

Tal como em todos outros pontos da província por onde passou, o Presidente convidou aos presentes para que interviessem no sentido de cada um dar a sua contribuição, mormente sobre os aspectos que deseja ver resolvidos e dizer de que forma o governo deve funcionar.

Cidadãos de diferentes localidades e povoações falaram. Enalteceram o esforço do actual governo visando dar continuidade a todo um desenvolvimento que se vem mostrando, sobretudo nos últimos anos, em prol do bem-estar de todos, quer em infra-estruturas, quer em serviços básicos prestados pelo Estado.

Entretanto, todos mostraram-se preocupados com a falta de água potável, um problema de há bastante tempo; extensão da rede eléctrica, insuficiência de medicamentos nos hospitais, vias de acesso (estradas e pontes), entre outros problemas.

Em resposta a essas questões, Nyusi prometeu que ele e o seu governo, tudo farão para resolvê-las.

Lembrou que o governo fez um programa
muito ambicioso na dimensão da capacidade do país e aglutinou as áreas, por entender que o crescimento e o desenvolvimento de Moçambique são integrados.

O estadista referia-se ao Plano Quinquenal do Governo 2015/2019, recentemente aprovado pela Assembleia da República, o parlamento moçambicano.

Não parcelamos. Aglutinamos. Estamos num sistema integrado para o desenvolvimento do país. Agora, submetemos o nosso Plano Económico e Social para este ano e esperamos que, muito rapidamente, as coisas possam avançar. Vamos resolver estas questões. No entanto, umas têm soluções imediatas, outras a médio prazo e outras ainda a longo prazo. Mas os meus ministros, vice-ministros e técnicos estão a tomar notas de tudo o que falaram, para irmos trabalhar na sua solução, assegurou.

No entanto, o Presidente vincou que nem todas as questões colocadas serão resolvidas ao nível central, por pensar que os governos distrital e provincial estão à altura de resolvê-los, tais como a falta de medicamentos nos hospitais, falta de transporte e emprego.

Além do encontro com a população, o estadista orientou a sessão extraordinária do governo distrital, visitou o Instituto de Formação de Professores e a fronteira com a Suazilândia, onde se inteirou sobre a situação dos formandos e formadores e funcionamento dos serviços alfandegários, respectivamente.

Esta sexta-feira, o último dia da sua visita à província de Maputo, o Presidente Nyusi irá trabalhar no município da Matola, onde, igualmente, realizará um comício popular e orientará a sessão extraordinária do Governo Provincial de Maputo.


(AIM) ALM/DT


Sem comentários:

Mais lidas da semana