Corre
em notícia separada deste compacto que diz: ÁFRICA
DO SUL MOBILIZA EXÉRCITO CONTRA VIOLÊNCIA XENÓFOBA. Tardiamente o presidente Zuma e o governo chegaram à conclusão de que era necessário
recorrer ao exército para conter os xenófonos que vergonhosamente traíram a
conduta e os ensinamentos de Mandela. A demora da mobilização do exército
custou a vida a pelo menos quatro moçambicanos e o terror e estabilidade de
milhares de africanos de diversos países que fizeram da África do Sul a sua
segunda Pátria naquilo que julgavam ser a paz de Mandela.
O
presidente Zuma e o governo sul-africano têm toda a responsabilidade nas mortes
e na fuga aterrorizada dos africanos que tiveram de regressar aos seus países e
que ali agora vão ter de refazer a sua vida com todas as dificuldades inerentes.
Presidente e governo devem desculpas e indemnizações aos escorraçados da África
do Sul. Devem explicações a todos os cidadãos sul-africanos que reprovaram a
onda de xenofobia, às vítimas, às nações de África cujos cidadãos foram
vitimados, a explicação por que tão tardiamente tomaram as medidas adequadas
para conter a onda xenófoba. Devem igualmente a apresentação de desculpas a
todos.
Não
se compreende a lentidão que presidente e governo demonstraram para controlar
os xenófobos acontecimentos. Logo nas primeiras horas se percebeu que a polícia
não ia conseguir conter devidamente o terror nem os assassinatos ocorridos. Nada
disto aconteceria com Mandela no cargo de Zuma, nem o governo ficaria a dormir
as sestas enquanto imigrantes era assassinados, casas e lojas pilhadas com o terror à solta. O que o
governo e Zuma fizeram foi trair, como os xenófobos, os ideais, a conduta e os
ensinamentos de Mandela. O próprio ANC não sai impune de toda esta onda terrível
e horrível que envergonhou e envergonha o país e a maioria dos cidadãos
sul-africanos.
Redação
PG
SEISCENTAS
VÍTIMAS DE VOLTA
Fernando Fazenda, embaixador moçambicano na África do Sul, disse esta terça-feira ao “Notícias” que as vítimas, por sinal o segundo grupo, constituem o número mais alargado a ser repatriado, numa operação coordenada pelas autoridades moçambicanas.
O referido grupo deixara ainda esta terça-feira aquele país e já em solo pátrio será encaminhado ao centro provisório de acolhimento aberto em Boane, na província de Maputo, sul de Moçambique.
O primeiro grupo de repatriados foi de 107 moçambicanos que já foram encaminhados às suas zonas de origem.
“Continuamos a apelar às pessoas a voltarem ao país porque a situação mantem-se tensa, embora haja sinais de abrandamento dos ataques. Não podemos tirar conclusões precipitadas de que a situação está calma, isto após a cerimónia dirigida pelo rei zulu, Goodwill Zwelithini, na qual declarou guerra à xenofobia”, disse o embaixador. “Embora a situação seja diferente da das primeiras semanas, vamos esperar para ver o que é que isto vai dar. Enquanto isso prosseguimos com as nossas acções de ajuda aos nossos concidadãos no sentido de voltarem para casa, porque essa é a melhor opção” – sublinhou o diplomata.
A onda de violência xenófoba na África do Sul, que teve como epicentro a cidade de Durban, obrigou milhares de moçambicanos a refugiarem-se em três centros, tendo algumas centenas preferido regressar a Moçambique. Três moçambicanos foram mortos por sul-africanos xenófobos.
(AIM) FF
DETIDO
QUARTO SUSPEITO NO ASSASSINATO DE SITHOLE
Damasco Mate, cônsul moçambicano em Joanesburgo, que confirmou a informação ao “Notícias”, precisa que o quarteto foi esta terca-feira encaminhado a um juiz no Tribunal de Alexandra para os primeiros interrogatórios.
A detenção dos supostos assassinos aconteceu depois que a Polícia sul-africana anunciou uma recompensa de até R100.000,00 para quem fornecesse informações relevantes que pudessem levar à prisão e condenação dos autores da bárbara morte do moçambicano.
Emmanuel Sithole, de 35 anos, perdeu a vida pouco tempo depois de ser esfaqueado por quatro protagonistas de actos xenófobos que viram a sua identificação e detenção facilitada pelas imagens captadas pelo fotógrafo do “Sunday Times” James Oatway, que reportou toda a cena, antes de socorrer a vítima para o hospital, onde viria a perder a vida.
Quanto ao funeral da vítima Mate disse que os familiares prontificaram-se a assumir as despesas da transladação do corpo para a sua terra natal Múxunguè, província de Sofala, centro de Moçambique. No entanto, nenhuma decisão definitiva foi ainda tomada pelos parentes sobre a vontade de realizar o funeral do finado em território sul-africano.
“Eles aguardam pelos resultados da primeira audição em tribunal para tomar uma posição definitiva. Contudo, mesmo o nosso apoio estando disponível, eles manifestam capacidade financeira para transladar o corpo” – disse.
Num outro desenvolvimento, Mate referiu que a situação na zona de Joanesburgo tende a melhorar, isto depois dos apelos do rei zulu para que os sul-africanos cessem os ataques contra os estrangeiros.
“A situação está de volta à normalidade. Mais do que parar com os ataques aos cidadãos estrangeiros, a RAS (República da África do Sul) precisa refazer a sua imagem, daí que todo o esforço neste momento está centrado em reverter a situação que durante três semanas semeou terror nas pessoas” – disse.
(AIM) FF
MAIS
DE 1.500 MOÇAMBICANOS JÁ REGRESSARAM AO PAÍS
Maputo, 21 Abr (AIM) – Mais de 1.500 cidadãos moçambicanos, vítimas da onda de xenofobia na vizinha África do Sul, já regressaram ao país com recurso a meios próprios.
Acresce a este número outras 107 pessoas que regressaram a 18 de Abril corrente através de meios disponibilizados pelo governo.
A informação foi fornecida hoje pelo porta-voz do governo, Mouzinho Saíde, durante o habitual briefing à imprensa no término da 12ª sessão do Conselho de Ministros, que teve lugar
“Entre
Segundo Saíde, o governo, através das suas missões diplomáticas e consulares na África do Sul, está a monitorar a situação e assistir os afectados nos centros de acomodação, bem como repatriar todos aqueles que desejam regressar ao país.
Aliás, o governo enviou o vice-ministro do Interior, José Coimbra, à África do Sul onde teve a oportunidade de dialogar e verificar as condições em que estão a ser acomodadas os concidadãos.
“O Conselho de Ministros orientou os governos provinciais e o Instituto de Gestão das Calamidades (INGC) para garantir o devido seguimento e criar condições para a rápida integração e também apela à calma e serenidade dos moçambicanos, conscientes da gravidade da situação que estão a passar na RAS, porque o ciclo de violência não vai ajudar, pois, violência gera violência”, sublinhou.
Nesta sessão, o governo também teve a oportunidade de acompanhar o curso do diálogo politico com a Renamo, o maior partido da oposição em Mocambique, que esta segunda-feira realizou a 102ª ronda. O governo reiterou a sua confiança nos mediadores nacionais “pelas suas iniciativas em prol da consolidação da paz”.
O governo encorajou também os peritos militares no sentido de priorizarem a preparação para o enquadramento das forças residuais da Renamo nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e na Polícia. A próxima ronda está marcada para 27 de Abril corrente.
Ainda na sessão desta terça-feira, o Conselho de Ministros recebeu informação sobre os preparativos das festividades do 1 de Maio, Dia Internacional dos Trabalhadores. As festividades serão lançadas no próximo dia 23 de Abril e as cerimónias centrais terão lugar em Maputo.
Na ocasião, foram também apresentadas informações sobre o processo de reassentamento das cerca de seis mil pessoas residentes no interior do parque Nacional do Limpopo e sobre o estado de saúde do antigo chefe de Estado moçambicano, Joaquim Chissano, que se encontra internado no hospital Militar de Pretória desde 13 de Abril corrente, padecendo de uma infecção gastro-intestinal.
O porta-voz garantiu que o estado de saúde de Chissano “é satisfatório”, desmentindo informações postas a circular, via mensagens SMS, alegando que o antigo presidente moçambicano estaria gravemente doente.
(AIM) DT/sg
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