Não é novidade ler nos jornais sobre as frequentes demolições levadas a cabo pela Câmara
Municipal da Amadora nos bairros pobres sem que antes acautele o direito constitucional à habitação
dos moradores das casas que vão demolindo.
De salientar que em larguíssima percentagem
os que ficam sem casa são africanos das ex-colónias. Existe um combate
prepotente da Câmara Municipal da Amadora aos habitantes dos bairros pobres da
cidade.
Com constatação podemos dizer que o racismo e a xenofobia estão a
vigorar no auge nas práticas da Câmara Municipal da Amadora. Como se já não
bastasse o racismo e a xenofobia de elementos da polícia daquela cidade dos
arredores de Lisboa, também a Câmara Municipal da Amadora dá o seu zeloso contributo.
Redação
PG
Dormiram
entre escombros após demolição de casa
Paulo
Lourenço – Jornal de Notícias
Três
homens de nacionalidade cabo-verdiana dormiram entre os escombros de uma casa
demolida, terça-feira, no Bairro Estrela de África, na Amadora.
Segundo
Francisco Soares, um dos homens que passou a noite nas ruínas de uma das
habitações, os três homens não têm alternativa de realojamento desde que a sua
residência foi demolida.
"Estou
desempregado, o único rendimento que tenho é do material que apanho no ferro
velho e vendo", contou ao JN o imigrante de 55 anos, viúvo, que está em
Portugal desde 1976.
Francisco
Soares garantiu que as demolições aconteceram terça-feira sem dar alternativa
aos moradores. "Nem deixaram tirar as nossas coisas", lamentou.
Contactada
pelo JN, fonte da Câmara Municipal da Amadora negou que tenham sido feitas
demolições sem aviso prévio e, muito menos, "sem dar oportunidade às
pessoas de retirarem os seus haveres".
A
mesma confirmou que terça-feira houve efetivamente 12 demolições de barracas,
mas que "nenhuma estava a ser utilizada para fins habitacionais".
"Todas
as situações são previamente acompanhadas pelos técnicos da Câmara e outras
instituições antes de se avançar para demolições", garantiu a autarquia.
Fotos
Sara Matos / Global Imagens
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