Manuel
Rodrigues – Avante, opinião
O PCP
realizou no passado dia 28 de Fevereiro o Encontro Nacional «Não ao declínio
nacional. Soluções para o País». Um Encontro com mais de dois mil participantes
que, num ambiente de grande unidade, entusiasmo e confiança aprovou uma Resolução
onde se apela às organizações e aos membros do PCP para que, em estreita
ligação com os democratas e patriotas, os trabalhadores, a juventude, o povo
português, tomem a iniciativa nesta luta que continua por uma política
patriótica e de esquerda, por uma democracia avançada inspirada nos valores de
Abril, por um Portugal com futuro, pelo socialismo e o comunismo». Neste
encontro, o Secretário-geral do PCP anunciou a realização a 6 de Junho da
Marcha Nacional «A força do povo» - todos à rua por um Portugal com futuro.
Presentes
estiveram diversos órgãos da comunicação social, incluindo canais de televisão,
que grosso modo silenciaram o Encontro e a anunciada Marcha.
Literalmente, tentaram apagar as duas iniciativas como se não tivessem
existido, subordinando-se aos critérios de «verdade» dos poderes económicos que
os comandam e controlam.
Uns
tempos depois, o PS marcou para o mesmo dia 6 de Junho a apresentação do seu
programa eleitoral e grande foi o alarido e projecção que os mesmos órgãos
deram ao solene anúncio daquele partido.
No
acto de formalização política da CDU do dia 23 de Março, Jerónimo de Sousa
reforçou o apelo público à participação na Marcha de todos os portugueses que
desejam a ruptura e a mudança.
E,
desta vez, a comunicação social dominante não se fez rogada e dedicou ao
assunto uma inusitada atenção. Para projectar o apelo e valorizar a Marcha?
Para destacar a dinâmica acção do PCP e da CDU que esta iniciativa evidencia?
Não, não! Para calar de novo o apelo e, invertendo os dados e baralhando tudo,
acusarem o PCP e a CDU de sobreposição ao calendário político do PS. E, por
antítese, assim se transmite uma imagem do PCP e da CDU, sem iniciativa, sem
dinâmica e sem propostas. Enfim, uma vergonha!...
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