quarta-feira, 1 de abril de 2015

VAI ABRIR A CAÇA AOS LADRÕES DE TIMOR-LESTE? A JUSTIÇA É QUEM TEM A RESPOSTA


Bocas do Inferno


Ainda Timor-Leste era colónia portuguesa e sempre se soube da existência da sua riqueza em reservas petrolíferas. Para o salazarismo-marcelismo tal facto representava um incómodo. Em 1970, em Díli, um jornal referiu a existência de petróleo em Timor. Um boletim do SNI e um jornal em Portugal (metrópole) fizeram referência ao facto, transcrevendo o artigo do jornal de Díli. Isso deu uma carga de trabalhos aos envolvidos na notícia. O regime não queria tal divulgação. Até pareceu que a divulgação era algo de alta-traição para o regime fascista e colonialista.

A Austrália sempre ambicionou o petróleo timorense. Vários foram os seus agentes em Timor-Leste destacados para abordar o tema e “espalhar a notícia” para colher reações que conduzissem à exploração do ouro negro. O regime colonialista deu a resposta na devida altura, criando uma “coisa” chamada Timor Oil. Uma empresa que existia para empatar o processo de exploração. Era uma fachada, nada mais que isso. Os timorenses nunca tiveram o direito de beneficiar da exploração do petróleo, daquilo que a natureza dotou o seu país.

Mais descarados foram a Austrália e a Indonésia após a invasão e consequente ocupação de Timor-Leste. A exploração de petróleo e gás ganhou velocidade de cruzeiro. Mas também, por mais de 20 anos de ocupação, os timorenses nunca beneficiaram do ouro negro que lhes pertence. Austrália e Indonésia roubaram sem comtemplações o que a Timor-Leste pertencia. Atualmente a Austrália ainda não está satisfeita com o saque de duas décadas e continua a pretender saquear o gás e petróleo que pertence legitimamente aos timorenses.

Após a independência o saque tem continuado por parte da Austrália. Muito mais frouxo que anteriormente mas mesmo assim ainda é um grande saque. Também outros, nacionais e estrangeiros, correram para Timor-Leste com o intuito de saquear a riqueza nacional que a natureza proporciona aos timorense mas que muito pouco tem beneficiado a população timorense na escala que corresponde à extração de hidrocarbonetos. Os timorenses continuam com carências inadmissíveis na educação, na habitação, na saúde, no emprego e formação profissional, nas infraestruturas, na alimentação. Mais de dois terços da população timorense sobrevive alojada na miséria. O que para eles já é normal. Outros há que se apropriam indevidamente com verbas astronómicas que são pertença de Timor-Leste e das suas populações.

O novo governo timorense, chefiado por Rui Araújo, afirma-se no objetivo da tarefa de dar um fim aos roubos que durante os governos de Xanana Gusmão permitiram que emergisse uma elite pautada por ladroagem timorense e estrangeira. O PM timorense chama a isso racionalizar os gastos públicos. Por outras palavras ele quererá dizer que quer acabar com as roubalheiras ocorridas durante a vigência dos governos xananistas.

Em Timor-Leste fala-se de um acordo entre Xanana Gusmão e a Fretilin sobre o reconhecimento  da sua não criminalização vitalícia por alegados crimes cometidos no período da sua governação – e de familiares - para entregar a Rui Araújo a chefia do governo, entre outros itens. A corresponder à realidade tal imposição de acordo por parte de Gusmão tem por significado o seu reconhecimento do cometimento de ilegalidades, para não se dizer crimes, roubos, etc..

Se assim foi os responsáveis da Fretilin assumiram a tarefa de governar sem olhar para o passado, para a história recente. Estratégia que pode corresponder a melhor futuro para os timorenses e para Timor-Leste mas que deixa Gusmão carregado de máculas e da fama nada simpática de ter colaborado nos roubos dos bens públicos timorenses-

Seja como for Rui Araújo tomou por lema o caminho faz-se andando. E pôs os olhos no futuro. As suas declarações, constantes nas notícias de hoje e de dias transatos, vão nesse sentido. Rigor e disciplina orçamental é o que o chefe do governo timorense pretende pôr em prática. Daí poderá resultar mais – muito mais - e melhor justiça social. É também nesse sentido que Mari Alkatiri fala em notícia veiculada pela Agência Lusa. Assim, só se pode desejar o maior sucesso ao novo governo. Apesar de não ter resultado de eleições mas de escolha de uns quantos oligarcas que pretendem, por bem, travar o rumo de desgraça traçado pelo ex-primeiro-ministro Xanana Gusmão.

Neste momento o setor da Justiça timorense tem muito o que fazer. Há milhões de dólares que foram parar às mãos de carrascos económicos dos timorenses. Estão na posse desses e são fruto de ilegalidades, de corrupção e de tudo que lhe está inerente.

Poder dizer que vai abrir a caça aos ladrões de Timor-Leste estará correto? A justiça timorense é quem pode dar a resposta, mesmo deixando Xanana Gusmão e os seus de parte. Há muito para fazer. Muito a recuperar e ser entregue aos legítimos proprietários, os timorenses que até agora têm sido roubados e condenados à desgraça, às carências, à miséria.

1 comentário:

Anónimo disse...

Acusacoes, repetindo, vomitando ,como muitos outros, que nao sabem do que estao falando.

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