Díli,
01 abr (Lusa) - O Governo timorense vai manter "a política fiscal
conservadora" e em vez de aumentar os gastos quer, no orçamento
retificativo hoje em debate no Parlamento Nacional, apostar na eficácia e na
melhoria da implementação, disse hoje o primeiro-ministro.
"Trata-se
de uma política fiscal sustentável, uma despesa publicação coerente, apostada
em reduzir desperdícios e aumentar a qualidade dos resultados", disse Rui
Maria de Araújo, intervindo no Parlamento Nacional.
O
responsável do executivo afirmou ainda que o seu Governo está
"verdadeiramente empenhado no crescimento e na diversificação da
economia", tornando-a cada vez menos dependente do petróleo.
Para
isso, afirmou, aposta numa "nova dinâmica de atuação" que consiga
"maior eficiência na implementação do investimento e na execução de
programas" com "mais resultados nos sectores produtivos, (...)
exigindo uma melhor prestação de serviços do sector público, e também privado,
e conduzindo uma despesa pública mais gerativa, mais coordenada e mais
transparente".
Rui
Araújo intervinha no Parlamento Nacional onde hoje se começou a debater e
votar, na generalidade, a proposta do orçamento retificativo que, explicou,
"consubstancia o programa do Governo aprovado na semana passada"
pelos deputados.
Um
texto, recordou, de "continuidade", dando seguimento às políticas do
Governo anterior, mas procurando reforçar a eficiência e eficácia, melhorar a
transparência e a qualidade dos serviços públicos, combatendo gastos
supérfluos.
"Esta
é uma visão de longo prazo porque aspiramos transformar Timor-Leste num país
com rendimentos médio-altos e com uma população próspera, instruída e
saudável", disse.
No
seu discurso Rui Araújo recordou os avanços que Timor-Leste alcançou nos
últimos anos, quer em termos económicos quer das condições de vida das pessoas
com o país a viver hoje uma "situação de estabilidade social e
política" e um "ambiente de paz e segurança", fatores
"cruciais para o crescimento e desenvolvimento da nação".
A
economia disse, cresceu em média 12% por anos até 2012 e desde aí uma média de
7%, com a população timorense a viver "estável, tranquila e segura",
com o poder de consumo a aumentar 38% entre 2007 e 2012.
O
nível de escolaridade cresceu de 66% em 2007, para 92% em 2013, a mortalidade
infantil caiu 50% entre 2001 e 2009, a má nutrição infantil diminuiu de 46%
para 38%, entre 2001 e 2013, e a incidência da malária caiu para menos de 1
caso por cada 1000 habitantes.
"Estes
são dados estatísticos que atestam a melhoria dos indicadores sociais do país.
Orgulhemo-nos de os ter alcançado", disse.
O
chefe do Governo insistiu na necessidade de apostar no fortalecimento da
economia, pelo que é essencial "produzir mais" e, a montante,
"construir primeiro a capacidade de produzir".
Nesse
sentido destacou a ênfase em fundos especiais como o de infraestruturas e do
Desenvolvimento do Capital Humano (FDCH) que ajudaram a melhorar
"quantitativamente e qualitativamente as infraestruturas essenciais e os
recursos humanos" como passo inicial para a diversificação económica.
Até
final de 2014, por exemplo, o FDCH tinha concedido mais de 2.800 bolsas de
estudo, das quais 718 na área da educação e 1.600 da saúde.
Paralelamente
o Governo apostou no desenvolvimento de infraestruturas básicas, com o número
de famílias com acesso a eletricidade, por exemplo, a crescer de apenas 22% em
2007 para 71% em 2014.
ASP
// FV
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