Crise
político-militar deve dominar o encontro da organização presidida actualmente
por Angola.
Os
chefes de Estado e de Governo dos países da Conferência Internacional da Região
dos Grandes Lagos (CIRGL) reúnem-se hoje em Luanda numa cimeira extraordinária
da organização que vai analisar os conflitos na região, nomeadamente no
Burundi.
Angola
preside a esta organização africana desde Janeiro de 2014 e a cimeira de hoje
foi antecedida, também em Luanda, na semana anterior, por reuniões, separadas,
das chefias militares, dos ministros da Defesa e dos chefes da Diplomacia dos
países da CIRGL.
A
par dos conflitos que se arrastam no Sudão do Sul e na República
Centro-Africana – prioridades do mandato angolano -, a crise político-militar
no Burundi, que viveu um golpe de Estado frustrado, será um dos assuntos em
cima da mesa na cimeira, com o ministro das Relações Exteriores, Georges
Chikoti, a reconhecer uma crise de “segurança e humanitária”.
“Milhares
de pessoas inocentes deixaram as suas zonas de origem [no Burundi], os seus
haveres, e procuram refúgio em zonas mais seguras, em alguns dos nossos países,
passando à condição de deslocados internos ou refugiados, passando por
vicissitudes de toda a ordem, como a fome, doenças e traumas difíceis de serem
superados”, disse o ministro, na sexta-feira, na reunião de preparação
(Diplomacia) desta cimeira.
O
Burundi vive uma crise política iniciada pela designação do actual presidente
como candidato a um terceiro mandato a 26 de Abril, o que levou a uma tentativa
de golpe de Estado, já condenada por países da CIRGL.
Os
opositores consideram um terceiro mandato anticonstitucional, mas o tribunal
que fiscaliza a aplicação da lei fundamental deu razão ao campo governamental.
O argumento é que o primeiro mandato do presidente, iniciado em 2005, não conta
dado ele ter sido escolhido pelo parlamento e não por sufrágio directo como em
2010.
Além
de Angola, a CIRGL integra o Burundi, a República do Congo, Quénia, República
Centro-Africana, República Democrática do Congo, Ruanda, Sudão, Sudão do Sul,
Tanzânia, Uganda e Zâmbia.
A
cimeira de chefes de Estado e de Governo decorre hoje nos arredores de Luanda,
devendo envolver contactos bilaterais entre os representantes dos vários países.
Lusa,
em Rede Angola
Sem comentários:
Enviar um comentário