Banguecoque,
13 mai (Lusa) -- A Malásia e a Tailândia pediram negociações regionais para
abordar a crise de tráfico de pessoas no golfo de Bengala, onde segundo as Nações
Unidas estão retidos 8.000 imigrantes indocumentados em barcos das máfias.
O
governo malaio pediu uma reunião urgente a Myanmar, antiga Birmânia, e ao
Bangladesh, depois de mais de um milhar de indocumentados destes países, muitos
deles membros da minoria rohingya, terem desembarcado segunda-feira na ilha
turística de Langkawi.
O
ministro do Interior, Alwi Ibrahim, disse que o encontro pretende evitar que se
repita um "desembarque sem precedentes de imigrantes ilegais" onde
foram "detetados elementos de tráfico de pessoas" , refere o diário
"The Star.
A
Tailândia, local de passagem dos imigrantes que tentam chegar á Malásia, também
foi convidada a participar daquelas reuniões, acrescentou o ministro malaio.
As
autoridades de Banguecoque, por sua vez, anunciaram na noite de terça-feira
terem convocado para 29 de maio um fórum regional com representantes da
Birmânia, Malásia, Indonésia, laos, Camboja, Vietname, Estados Unidos da
América e Austrália, além de várias agências das Nações Unidas.
"O
encontro especial é um apelo urgente à região para trabalhar em conjunto na
abordagem ao aumento sem precedentes da migração irregular", refere um
comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Cerca
de 2.000 pessoas chegaram nas últimas horas à costa oeste da Malásia e
Indonésia depois das suas embarcações terem sido abandonadas pelos traficantes.
Autoridades
e peritos acreditam que o fluxo de embarcações com imigrantes é uma
consequência da campanha iniciada no início de maio pela Tailândia contra o
tráfico de pessoas, depois de descobertos acampamentos clandestinos na selva no
sul do país.
As
autoridades descobriram meia dezena de campos onde foram localizadas fossas com
restos humanos, na maioria de origem rohingya, enquanto duas dezenas de
políticos e responsáveis locais foram detidos pelo seu alegado envolvimento no
caso.
Segundo
o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, cerca de 25.000
pessoas zarparam em barco do Bangladesh e Birmânia no primeiro trimestre de
2015, o dobro do número registado no mesmo período do ano passado.
Os
'rohingyas', uma das minorias mais perseguidas do mundo, segundo as Nações
Unidas, não são reconhecidos como cidadãos da Birmânia nem do vizinho
Bangladesh.
JCS
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