segunda-feira, 11 de maio de 2015

Moçambique. POLICIA BALEIA MORTALMENTE CIDADÂO INDEFESO




Maputo, 10 Mai (AIM) Um agente da Polícia moçambicana (PRM), afecto ao Comando Distrital de Homoíne, província meridional de Inhambane, que recentemente baleou mortalmente um cidadão indefeso, devera responder em tribunal.

O caso, que ocorreu em finais do mes passado, teve lugar na povoação da sede do Posto Administrativo de Phembe, quando o agente mandou parar a vítima que se fazia transportar na sua viatura particular.

O porta-voz da PRM em Inhambane, Jorge Fernando, explicou hoje a AIM, que a vítima nao obedeceu a ordem para parar e, por isso, o agente, que se encontra detido, pensando que se tratava de um caçador furtivo, abriu fogo.

Não justifica a acção do agente. Por isso, abrimos dois processos contra ele, um disciplinar e outro criminal. Nós temos uma conduta do uso da arma de fogo e o agente não respeitou. Em casos daqueles, o agente podia disparar para as rodas da viatura e não para o condutor, disse a fonte.

A Polícia, mesmo quando se trata de um ladrão, se este não estiver armado, nós atiramos para o ar ou para as pernas, de modo a imobiliza-lo e não para tirar a vida. Mas quando o malfeitor está armado e abre fogo contra Polícia, nós também respondemos. Então, reitero que não se justifica a acção do agente, porque este cidadão não estava armado, acrescentou.

A fonte acrescentou que
a nossa função é defender as pessoas e não tirar-lhes as vidas. Em caso desses, nós averiguamos os factos, de modo a perceber o que, na verdade, teria acontecido. Quando notamos que houve uso da força, como neste caso, nós abrimos processo disciplinar e criminal contra o agente.

O semanário domingo escreve que, após o infortúnio, os familiares do malogrado marcharam até ao Comando Distrital da PRM em Homoíne para exigir justiça contra o agente que cometeu este crime.

Segundo eles, a vítima não era caçador furtivo, mas sim um homem honesto.

No dia em que encontrou a morte, saiu de casa muito cedo para a habitual jornada, na sua machamba, para no regresso ser regado de balas disse um dos familiares, citado pelo domingo.

Este não é o primeiro caso que envolve um agente da PRM tirando a vida a um cidadão indefeso. Em Nampula, no norte do pais, um cidadão foi morto por um agente da PRM no ano em curso. 

(AIM) ht/sn 

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