O
secretário-geral do PCP afirmou hoje que o maior partido da oposição, o PS,
"quer uma alternância, mas não uma alternativa" em termos políticos,
referindo-se ao cenário macroeconómico apresentado pelos socialistas e algumas
propostas eleitorais anunciadas.
"No
fundo, aquelas propostas o que demonstram é que o PS quer uma alternância, mas
não uma alternativa", resumiu Jerónimo de Sousa, após receber dirigentes
da Associação Intervenção Democrática, que integra a Coligação Democrática
Unitária (CDU), juntamente com "Os Verdes", na sede comunista, em
Lisboa.
O
líder do PCP foi questionado sobre declarações da véspera do seu homólogo do
PS, António Costa, que admitiu, em entrevista à TVI, alterar os escalões do IRS
para diminuir a carga fiscal sobre o trabalho caso vença as legislativas, entre
outras medidas.
"Esperávamos
ouvir do PS, em relação a questões de fundo e problemas dramáticos, a
necessidade de uma rutura com este caminho para o desastre e uma política
alternativa, mas encontramos o PS comprometido, nas suas propostas, com o
Tratado Orçamental, em recusa da renegociação da dívida e seu serviço, com uma
diferenciação de ritmo em relação às privatizações", lamentou, expressando
preocupação sobre o plano socialista quanto a direitos laborais e à Segurança
Social.
Sobre
a CDU, Jerónimo de Sousa mostrou-se satisfeito pelo "bom ambiente, de
confiança, com possibilidades reais de crescimento e afirmação".
"Nas
eleições para o Parlamento Europeu (25 de maio de 2014), ultrapassámos de longe
essa percentagem (de 10% dos votos). Também nas eleições da Madeira (29 de
março), mais votos, mais percentagem, mais mandatos. São elementos que nos
levam a ter esta confiança, um pouco por todo o país, nos contactos com
populações, é objetivo, há um bom sentimento. Há muitos portugueses a olharem
para a CDU como uma referência", congratulou-se.
Jerónimo
de Sousa respondia ao facto de a CDU não conseguir ultrapassar a fasquia dos
dois dígitos, em termos de percentagem de votos desde 1987, ou seja, há sete
sufrágios legislativos consecutivos, depois de obter 12,14% naquele ato eleitoral,
que deu a primeira maioria absoluta ao PSD de Cavaco Silva.
Há
um ano, nas últimas europeias, a CDU garantiu 12,68%. Nas regionais madeirenses
de há cerca de um mês, a CDU passou de um mandato (3,76%) na Assembleia
Legislativa da Região Autónoma da Madeira para uma representação de dois
deputados (5,54%).
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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