quarta-feira, 6 de maio de 2015

Reino Unido. Eleições: Cameron confiante numa maioria, mas aberto a coligação




O primeiro-ministro britânico e líder dos conservadores, David Cameron, afirmou hoje que o partido ainda pode obter uma maioria nas eleições de quinta-feira, mas admitiu voltar a governar em coligação.

"Continuo a lutar por uma maioria. Podemos conseguir uma maioria suficiente que dê ao Reino Unido um governo forte e estável", disse Cameron numa ação de campanha.

O líder dos 'Tories' admitiu no entanto que os resultados podem não ser tão claros, como sugerem as sondagens, caso em que está disposto a negociar para formar um governo de coligação.

"Porei os interesses do país em primeiro lugar", afirmou, referindo que foi o que fez quando em 2010 assumiu a chefia do atual governo de coligação com os liberais-democratas.

Nick Clegg, líder dos liberais-democratas, terceira força política no Parlamento, disse que negociaria tanto com os conservadores como com os trabalhistas desde que veja satisfeitas duas condições: um investimento adicional de 10,8 mil milhões de euros no serviço nacional de saúde e o aumento dos salários dos funcionários públicos ao nível da inflação.

O líder trabalhista, Ed Miliband, afirmou hoje por seu lado que uma nova coligação entre conservadores e liberais representaria um "enorme risco para as famílias trabalhadoras" tendo em conta os cortes aplicados nos últimos anos pelo atual governo.

Cameron, em contrapartida, voltou hoje a advertir contra uma aliança dos trabalhistas com o Partido Nacionalista Escocês (SNP), proposta pelos escoceses mas até agora recusada por Miliband, afirmando que ela "colocaria graves questões de credibilidade".

"O SNP não quer que o Reino Unido seja um êxito, o SNP não quer que o Reino Unido exista", disse.

A líder do partido escocês, Nicola Sturgeon, assegurou por seu lado hoje que o SNP vai "usar a sua influência" para, com outras formações, impedir os conservadores de se manterem no poder.

"Não quero que David Cameron volte ao número 10 (de Downing Street, sede do governo) e, se na sexta-feira houver uma maioria anticonservadora, quero que essa maioria se una para garantir que David Cameron não volta ao número 10", disse.

As últimas sondagens colocam conservadores e trabalhistas quase empatados nas intenções de voto, com 34% e 33%, seguidos do eurocético Partido da Independência do Reino Unido (UKIP), com 12% a 16%, e dos liberais-democratas, com 9%.

Lusa, em Notícias ao Minuto

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