quinta-feira, 18 de junho de 2015

Cabo Verde. BENS DE PRIMEIRA NECESSIDADE À BEIRA DA ROTURA NO MAIO




A ilha do Maio está a ficar sem bens de primeira necessidade. O alerta é da população local que aponta a falta de ligação marítima como causa do problema.

Em declarações à Rádio Morabeza, o presidente da associação Pro-Morro, Agostinho Silva, afirmou que a situação está insustentável.

“Há escassez, os bens estão a reduzir. Os comerciantes estão aflitos porque não conseguem ir até à cidade Praia comprar mercadorias e os que lá estão não têm transporte para regressar”, sublinhou o líder associativo.

Agostinho Silva aponta a deficiente ligação marítima de e para a ilha como causa do problema.

“A causa disto tudo está no velho problema da falta de ligação marítima. O navio veio numa terça–feira, 9 de Junho, e desde então não voltou", explicou à rádio o presidente da associação.

Também os criadores de gado estão sem milho e ração para os animais. Segundo o presidente da Associação de Agricultores do Maio, Manuel Mendonça, a situação é preocupante.

“Neste momento não temos um grão de milho na ilha, nem ração. Já estamos a enfrentar problemas com a falta pasto e de água para o gado. Agora sem milho e sem ração a situação está a ficar alarmante”, afirmou à Morabeza.

Autarquia aponta o dedo ao Governo

Perante isto, o Presidente da Câmara Municipal do Maio defende que o problema dos transportes de e para a ilha não é novidade e acusa o ministério que tutela o sector de desrespeitar a população maiense.

“Eu acho que é um total falta de respeito para com população do Maio. Estamos numa ilha, temos direito à mobilidade e o governo assumiu o compromisso de garantir duas ligações marítimas semanais. A população e os operadores económicos estão a contar com isso”, critica o autarca.

De acordo com Manuel Ribeiro, a ligação aérea para a ilha também está aquém do desejado.

“A TACV faz uma ligação regular na segunda-feira mas na sexta-feira só vêm ao Maio se não houver passageiros para a ilha do Fogo”, frisa o edil.

Sobre a escassez de bens de primeira necessidade e de alimento para o gado, Manuel Ribeiro declara que a situação está crítica.

“Há pessoas na cidade da Praia desde o dia 9 deste mês à espera de barco para voltarem. A população, os comerciantes e operadores turísticos estão desesperados com esta situação. Não é possível acreditar que isto está a acontecer, é surreal. Espero a resolução da ligação nas próximas horas porque caso contrário a situação vai agravar-se” realça o autarca.

A Rádio Morabeza e o Expresso das Ilhas tentaram ouvir a agência Polar, que assegura a ligação marítima para a ilha. Até ao momento não foi possível obter qualquer reacção.

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