sábado, 20 de junho de 2015

Moçambique. NYUSI AGASTADO COM FALTA DE “EXERCÍCIO DE PODER” EM CHIÚRE



Elias Samo Gudo, da AIM, em Chiúre

Chiúre
(Moçambique), 19 Jun (AIM)
O Presidente moçambicano, manifestou hoje a sua frustração e desagrado com a degradação da Escola Secundária de Chiúre, localizada na vila municipal de Chiúre, província de Cabo Delgado, que considera ser fruto de má gestão e falta de exercício de poder por parte das autoridades locais.

O estadista moçambicano exprimiu este sentimento durante uma visita surpresa àquele estabelecimento de ensino, na sequência de denúncias feitas pela população local durante um comício realizado na manhã desta sexta-feira, no âmbito da visita presidêncial a Chiúre.

Numa mensagem dirigida ao estadista moçambicano, lida por Benjamim Benedito, os residentes daquela vila municipal exprimem a sua preocupação com a
degradação acentuada do tecto da Escola Secundária de Chiúre, que levou ao encerramento do respectivo centro internato.

Por isso, Nyusi decidiu visitar aquele estabelecimento de ensino no fim da tarde de hoje para melhor se inteirar sobre o estado real daquela infra-estrutura.

Eis que chegado ao local, o mais alto magistrado da nação depara-se com uma enorme e impressionante infra-estrutura, parte da qual se encontra por baixo de uma árvore frondosa, cujos ramos estão a danificar o tecto que ameaça desabar a qualquer momento.

Este triste cenário é exacerbado com o capim que cresce no tecto e a olhos vistos perante a indiferença do director da escola e das autoridades do distrito.

Por isso, dirigindo-se ao administrador do distrito de Chiúre e ao director daquela instituição de ensino, o Presidente da República, exclamou num tom verdadeiramente agastado
estão a assassinar a escola. Aqui o poder não se exerce.

Como é que se exerce? questionou, para de seguida responder, é resolvendo as preocupações (do povo) .

O Presidente da República indagou ao administrador do distrito se costumava visitar regularmente aquela escola, tendo recebido uma resposta positiva.

Em declarações a imprensa no final da visita, o estadista moçambicano disse que, mais uma vez, ficou claro de que a população participa na governação.

O facto de ter convidado para visitar pessoal a escola na presença de todos também é prova irrefutável que a população confia no Governo para a resolução das suas preocupações.

Aquilo que estamos a ver aqui é que a escola merece uma reabilitação ou reconstrução em alguns aspectos, disse Nyusi, para de seguida acrescentar que há outra parte e que é a falta de conservação.

Pois como viram se o tecto tem capim bloqueia a evacuação das águas que, naturalmente fica estagnada, disse.

Asseverou que o Governo vai efectuar a sua reabilitação. Na ocasião, também chamou a atenção sobre o caos no interior das salas de aulas com carteiras espalhadas por todo o lado, mesmo naquelas onde não há indícios de infiltração das águas da chuva.

Advertiu que o facto de alguém ser bom professor não significa que o mesmo seja um bom gestor.

Segundo o director daquela escola, Saíde Abubacar, aquele estabelecimento de ensino acolhe actualmente 2.095 alunos no curso diurno, que frequentam da 8ª a 10ª classe e outros 250 no curso nocturno.

As aulas decorrem nos sete dormitórios ora transformados em salas de aulas, devido ao elevado estado de degradação das salas existentes.

A semelhança de outros distritos que Nyusi escalou no âmbito da sua visita presidencial, a população de Chiúre também clama pela paz.

A guerra, que para alguns dos nossos concidadãos é um modo de vida só nos retrocederá para um momento como aquele da longa noite de colonial, disse a mensagem da população dirigida ao Chefe de Estado.

Os residentes afirmam ainda que não querem mais a guerra, porque desejam trabalhar em paz e querem que os seus filhos brinquem a
cabra cega e joguem a bola, tenham alegria, ternura e paz. Também rejeitam a divisão do país, apenas para a satisfação dos apetites políticos de algumas pessoas.

Ainda na manhã desta sexta-feira, o mais alto magistrado da nação manteve um encontro com os vendedores informais do mercado de Chiúre.

O encontro tinha como objectivo auscultar os problemas que os apoquentam, bem como ouvir as suas propostas para catapultar a produção e actividade económica na região.

(AIM) SG/DT

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