sexta-feira, 3 de julho de 2015

Portugal. “FALA-SE EM CORRUPÇÃO, É O ISALTINO. É FÁCIL. ESTÁ À MÃO”




Nos seus tempos à frente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais ‘criou’ inclusive um verbo durante uma das campanhas: “isaltinar”.

Foi com o cabelo grisalho e menos peso que Isaltino Morais abandonou a prisão, depois de cumprir 14 meses de cadeia. Foi há pouco mais um ano que o ex-autarca saiu em liberdade. Agora, numa longa entrevista ao Diário Económico, o antigo líder da autarquia de Oeiras fala sobre a vida na cadeia, sobre o que aprendeu e, até, dos erros que considera ter cometido.

Sobre se há um estigma à sua volta pelo facto de ter sido detido, Isaltino Morais considera que “a estigmatização não está em nós, está nos outros”. Ainda assim, o ex-autarca considera que a sua figura tem servido também para a conveniência dos que apelida de justiceiros. “Fala-se em corrupção, é o Isaltino. É fácil. Está à mão”, diz.

Sobre o seu tempo detido, Isaltino adianta que lhe permitiu continuar a melhorar enquanto pessoa, algo que atribui à sua “vertente maçónica: acredito na melhoria das pessoas”.

Já sobre o dia em que saiu da cadeia, confessa que foi uma “sensação estranha”. “Os muros da prisão são muito espessos”, recorda, confessando que tinha pessoas à sua espera e “realmente via sombras, mas não estava a identificar pessoas”.

Isaltino, que lançou também um livro em que crítica a atuação da Justiça, admite ainda os seus erros. Entre eles, o “ter depositado sobras de campanhas eleitorais na Suíça. E não ter declarado ao Tribunal Constitucional”. Algo que, porém, considera, merece censura “do ponto de visto ético”. Ainda assim, “isso não é crime”, afirma.

Notícias ao Minuto

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