Um
grupo de jovens angolanos, a estudar no Brasil, realizou um vídeo de
solidariedade com os presos políticos do regime angolano e todos aqueles que
são vítimas de perseguição e intolerância política em Angola
O
vídeo “Liberdade já. Angola livre”, publicado nas redes sociais, visa
solidarizar-se com os presos políticos em Angola. Foi criado por
um grupo de jovens estudantes em
S. Paulo , no Brasil.
A
DW África falou com o mentor da iniciativa, Osvaldo Gomes, estudante de
administração numa universidade privada. O jovem diz que tem "tido contato
com outros estudantes que partilham os mesmos ideais" e então decidiram
fazer o vídeo.
A
razão é porque vai regressar à Angola e não quer voltar ao seu país e ver os
seus filhos “passarem pelo mesmo que ele está a passar”. Osvaldo espera que
“eles encontrem uma Angola livre do ponto de vista socioeconómico e
estrutural”. O jovem quer que o seu país “tenha tudo aquilo que faz uma
sociedade boa para se viver como mais cultura e melhor educação”, conta o
estudante.
Osvaldo,
tal como os seus companheiros, quer que as pessoas possam expôr os seus
pensamentos livremente e sem medo de represálias, “liberdade de expressão” diz
o jovem e acrescenta que “decidiram fazer o vídeo sob forma de protesto não só
em apoio a esse pessoal que está preso, como também contra outras injustiças
que o governo de José Eduardo dos Santos tem feito nos últimos anos” comenta.
O
estudante angolano diz-se “indignado” e “frustrado” por ver as notícias à
distância e nada poder fazer.
Video
"Liberdade já. Angola Livre"
Com
o vídeo, “Liberdade já. Angola Livre”, Osvaldo Gomes espera incentivar mais
pessoas para que “não tenham medo” e “possam dar a cara para protestar sobre
aquilo que está mal. Queremos que as pessoas despertem e tenham consciência do
que está a passar-se. Quanto mais gente tiver noção do que está a acontecer
melhor”, concluiu Osvaldo Gomes.
Eurodeputados
pedem condenação pública dos acontecimentos em Angola
É
precisamente no panorama internacional que continuam a aumentar as pressões
sobre o regime angolano. Um grupo de 20 eurodeputados escreveu à chefe da
diplomacia europeia a pedir uma condenação pública dos recentes acontecimentos em Angola. Segundo a
agência de notícias Lusa, na missiva enviada à Alta Representante da União
Europeia (UE) para a Política Externa, os eurodeputados relataram os
acontecimentos ocorridos a 08 de agosto em Luanda, dia da realização de uma
marcha promovida pelas mães e familiares dos 15 jovens ativistas que estão em
prisão preventiva desde junho.
No
texto dirigido a Federica Mogherini, os parlamentares europeus referem que a
marcha foi recebida com "extrema brutalidade policial", indicando que
vários manifestantes foram espancados pelas autoridades e atacados pelos cães
das forças policiais.
Os
parlamentares perguntaram ainda na missiva se a Alta Representante vai condenar
publicamente "a brutalidade policial e as restrições contra manifestações
pacíficas" em Angola.
Manuel
Ribeiro / Lusa, em
Deutsche Welle (13.08.2015)
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