O
apelo à desobediência civil feito pelas organizações da sociedade civil na
Guiné-Bissau está a ser pouco respeitado, de acordo com as visitas feitas hoje
pela Lusa a vários pontos do país.
Bissau,
26 ago (Lusa) - O apelo à desobediência civil feito pelas organizações da
sociedade civil na Guiné-Bissau está a ser pouco respeitado, de acordo com as
visitas feitas hoje pela Lusa a vários pontos do país.
As
organizações agrupadas na chamada Aliança Nacional para Paz e Democracia
apelaram hoje para uma desobediência civil com objetivo de paralisar os
transportes, o comércio e os serviços (públicos e privados), mas na realidade o
apelo não foi correspondido.
Os
transportes circulam normalmente em Bissau.
Na
gare dos transportes terrestres, a Lusa pode constatar um movimento normal de
entrada e saída de viaturas com passageiros em direção à capital e para o
interior do país.
O
comércio funciona normalmente. No mercado do Bandim (principal espaço de
comércio informal do país) o vendedor Mamadu Boi Djaló disse à Lusa que
"nem se nota" qualquer mudança de atitude dos clientes.
"Nós
estamos aqui, os clientes também, nem se nota nada", observou Boi Djaló.
Normalidade
é também o que se viu nos ministérios e repartições públicas em Bissau, com
funcionários presentes nos gabinetes, ainda que o trabalho decorra em menor
ritmo desde que o Governo foi demitido, admitiram à Lusa alguns funcionários
públicos.
Luís
Nancassa, porta-voz da Aliança Nacional para Paz e Democracia, plataforma que
agrupa várias organizações da sociedade civil, afirmou que a desobediência
"está a ser confundida com a greve geral".
"O
que nos apelamos é uma desobediência civil e não uma greve. Quer dizer que as
pessoas podem ir para o local de trabalho, mas não trabalharem, e é o que está
a acontecer", notou Nancassa.
O
sindicalista diz que os transportes não estão a funcionar no país, ainda que
alguns proprietários estejam a ser "alvo de intimidação por parte do
Governo e da Presidência" da República para não pararem.
Mesmo
com esta alegada ameaça, Luís Nancassa garante que a "maior parte dos
transportes" está paralisada, sobretudo a nível do interior do país.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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