Hong
Kong, China, 27 ago (Lusa) -- Três líderes estudantis que no ano passado
estiveram envolvidos nas manifestações do 'Occupy' em Hong Kong foram hoje
acusados por um protesto na Praça Cívica, junto à sede do governo.
Sobre
o líder do movimento estudantil 'Scholarim', Joshua Wong, de 18 anos, e sobre o
secretário-geral da Federação dos Estudantes, Nathan Law, e respetivo
ex-presidente Alex Chow impedem acusações que incluem a reunião ilegal e
incitação para participar em reunião ilegal, segundo a Rádio e Televisão
Pública de Hong Kong (RTHK).
Os
três vão ser presentes a tribunal na próxima quarta-feira.
As
ofensas estão relacionadas com um protesto estudantil em que alguns
manifestantes treparam as grades metálicas para o interior da designada Praça
Cívica. A ação, a 26 de setembro de 2014, acabaria por estar na origem da
ocupação das ruas num protesto que durou 79 dias.
"Hoje...
é perseguição política", disse Wong, antes de entrar na sede da polícia.
"Estar envolvido nesta ação na praça cívica foi o melhor que fiz nos
quatro anos em que tenho estado envolvido nos movimentos sociais dos
estudantes", afirmou.
"Não
me arrependo, ainda que tenha de pagar o preço", acrescentou.
Menos
de duas horas depois, Wong surgiu novamente em público e o seu advogado,
Michael Vidler, disse que provavelmente iria apresentar um pedido ao tribunal
para suspender o processo contra o seu cliente.
"Penso
que toda a lógica de procedimentos nesta altura, um ano depois dos
acontecimentos, é totalmente errada", afirmou Vidler. "Na minha
opinião é um claro abuso", acrescentou.
Cerca
de 40 apoiantes concentraram-se na entrada da polícia com guarda-chuvas
amarelos -- o símbolo da campanha do Occupy -- e entoaram palavras de ordem a
pedir a demissão do chefe do Executivo de Hong Kong, CY Leung.
Wong
e Law, de 22 anos, foram a tribunal no mês passado por acusações de obstrução à
polícia num protesto realizado em junho.
Os
estudantes estavam entre as dezenas que pessoas que se concentraram no exterior
do Gabinete de Ligação do Governo Central Chinês em Hong Kong para se oporem
a um "livro branco" da China, no qual Pequim afirmou o seu controlo sobre
a região especial chinesa. Uma cópia do documento foi queimada nesse protesto.
Ambos
declararam-se "não culpados" das acusações e vão ser novamente
ouvidos em tribunal no âmbito do mesmo processo, na sexta-feira.
O
plano de reforma política proposto pelo governo de Hong Kong e apoiado pelas
autoridades de Pequim foi chumbado pelo conselho legislativo da região em
junho.
A
proposta que esteve na origem do movimento 'Occupy Central' dava, pela primeira
vez, oportunidade a todos residentes de Hong Kong de em 2017 votarem nas
eleições para o chefe do Executivo, mas sob a condição de que todos os
candidatos -- dois ou três no máximo -- fossem pré-selecionados por um comité
conotado com Pequim.
FV
(DM/ ISG)// APN
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