Jacarta,
27 ago (Lusa) - Timor-Leste deverá adquirir o estatuto de observador na
Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) este ano, disse o coordenador
dos Assuntos Económicos e ministro da Agricultura e Pescas, Estanislau da
Silva.
O
mais recente país do Sudeste Asiático apresentou a candidatura oficial à ASEAN
em 2011, mas Singapura - o único Estado-membro que tem mostrado reservas -,
defendeu, desde logo, que tal devia acontecer só em 2015.
Contudo,
segundo o governante timorense, para já deverá ser apenas atribuído o estatuto
de observador, em concreto na cimeira de novembro na Malásia, país com a
presidência rotativa.
Estanislau
da Silva, que falava à agência Lusa durante uma visita oficial de três dias à
Indonésia, encabeçada pelo primeiro-ministro, Rui Maria de Araújo, e que conta
com a presença de outros seis ministros, citou fontes diplomáticas e pessoas
diretamente ligadas à ASEAN.
O
ministro reconheceu que o país "ainda tem muito para preparar para
preencher os critérios exigidos" pela ASEAN.
Uma
fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros timorense confirmou à Lusa que
Timor-Leste ainda não tem formalmente o estatuto de observador, pertencendo para
já ao Fórum Regional da ASEAN, tal como a Índia, o Japão, o Canadá e a Rússia.
Timor-Leste,
explicou a mesma fonte, optou por não ter o estatuto de observador, como o de
que goza a Papua Nova Guiné, participando nas reuniões da ASEAN como
"convidado especial".
Questionado
pela Lusa em janeiro, o embaixador de Singapura junto da ASEAN, Tan Hung Seng,
não falou em datas, preferindo frisar que, numa altura em que a ASEAN se
prepara para estabelecer uma zona de comércio livre a 31 de dezembro deste ano,
"é importante" que "se torne numa organização baseada em
regras".
No
âmbito dos critérios de avaliação das candidaturas à ASEAN, que abrangem as
áreas económica, sociocultural e política e de segurança, Timor-Leste está a
ser alvo de análises.
Também
em janeiro, Shahriman Lockman, analista do Instituto de Estudos Estratégicos e
Internacionais da Malásia, disse à Lusa que os países fundadores retiraram uma
lição da entrada da Birmânia, cujos problemas "se tornaram em problemas da
ASEAN".
Shahriman
Lockman explicou que a criação da Comunidade Económica da ASEAN em dezembro irá
expor uma associação a duas velocidades, dado que o Camboja, o Laos, a Birmânia
e o Vietname só irão participar no acordo de comércio livre em 2018, sendo, por
isso, necessário à ASEAN "pôr ordem na casa" antes de aceitar mais
membros.
A
ASEAN, que conta com dez Estados-membros desde que foi criada a 08 de agosto de
1967, tem como principais objetivos fomentar o crescimento económico e a
estabilidade na região.
AYN/ASP
// APN
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