terça-feira, 15 de setembro de 2015

Moçambique. FRELIMO CONSIDERA “SIMULAÇÃO” ATAQUE CONTRA DHLAKAMA




Maputo, 15 Set (AIM) A Frelimo, partido no poder em Moçambique, considera que o ataque contra a coluna do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, na noite de Sábado, na província central de Manica, é uma 'simulação' que serve de pretexto para o maior partido da oposição, que continua armado, iniciar a guerra no país.

Reagindo às acusações de Dhlakama, segundo as quais se tratou de uma emboscada protagonizada pela Polícia moçambicana (PRM), mas planificada pela Frelimo, o porta-voz da Frelimol, Damião José, refutou tais alegações, considerando-as de
difamatórias.

A Frelimo condena e repudia veemente a postura do senhor Dhlakama, Presidente da Renamo, e distancia-se das acusações difamatórias ao nosso Partido de orquestrar o seu assassinato ou qualquer atentado a sua integridade física, disse hoje, em Maputo, o porta-voz do partido, durante uma conferência de imprensa.

A Frelimo alia este incidente com a recusa do líder da Renamo ao convite do Chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, para um encontro tendente a debater assuntos candentes no país, sobretudo a questão da paz e estabilidade politica no país.

A recusa em dialogar, é hoje cimentada por estas manobras dilatórias de simulação de ataque que, para a Frelimo e o povo moçambicano, servem de pretexto para o senhor Dhlakama iniciar o que sempre quis fazer, a única coisa que sabe fazer bem: a guerra, com todas as consequências que ela traz, a morte e destruição de pessoas e bens, disse Damião José.

O porta-voz recordou que antes de Dhlakama dispensar os agentes da Polícia moçambicana (PRM), estes o acompanhavam em todos os lugares, garantindo a sua segurança e integridade física,
não fazendo sentido que a mesma Polícia que o protegia e o protege como cidadão seja hoje acusada de o emboscar.

José disse ainda que, durante todo este tempo, Dhlakama ficou a espera de pretexto para voltar à guerra,
no entanto, como o mesmo nunca aparecia, mesmo com os actos de provocação às autoridades, agora é ele mesmo que o inventa com a simulação de um ataque.

A Frelimo considera também que a recusa ao convite do Chefe de Estado, para um diálogo pela paz, demonstra falta de vontade da Renamo e do seu lider de conversar e encontrar soluções para os problemas do povo.

A recusa em dialogar e desmilitarizar os seus homens armados, segundo o porta-voz, é uma clara demonstração que Dhlakama nunca esteve interessado na paz e em nenhum momento pensa no bem-estar do povo.

Para a Frelimo, os discursos intimidatórios do líder da Renamo pelo país são exemplo deste eterno belicismo e aposta na via da guerra para resolver seja o que for, colocando o povo e a economia reféns do seu desejo de desestabilizar o país.

O senhor Dhlakama não precisa de todo este teatro para trazer ao de cima a sua postura belicista. Ela é-lhe intrínseca e o povo moçambicano sabe que a única coisa que ele sabe fazer é a guerra, é a destruição de bens e a morte dos cidadãos. A Frelimo reitera o apelo ao bom senso ao senhor Dhlakama para que deixe de ser malandro, como ele próprio afirmou, e participe activamente em acções de construção da paz, consolidação da unidade nacional e desenvolvimento do nosso país, para o bem-estar de todos os moçambicanos, concluiu.

Perguntado se a reunião desta segunda-feira, na Beira, capital da província central de Sofala, entre o líder da Renamo e o ex-Presidente Joaquim Chissano pode ser o prelúdio de um encontro entre Dhlakama e Nyusi, José disse que 'o nosso partido incentiva todas as acções que podem levar Dhlakama a aceitar uma reunião com o Presidente Nyusi. Se as iniciativas vêm de companheiros dentro de nossa parte ou de outras forças, elas são todas bem-vindas'.

'A Frelimo encoraja todas as iniciativas para convencer Dhlakama a abandonar a sua postura belicista, e para desarmar seus homens uma vez por todas', acrescentou.


(AIM) Anacleto Mercedes (ALM)/DT/sn

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