O
secretário-geral do PS considerou hoje "bastante inconclusiva" a
reunião com o PSD e CDS sobre as condições de governabilidade do país, alegando
que os dois partidos da coligação não apresentaram qualquer proposta concreta.
António
Costa falava no final de quase três horas de reunião com os líderes do PSD,
Pedro Passos Coelho, e do CDS-PP, Paulo Portas, na sede nacional dos
sociais-democratas, em Lisboa.
O
líder socialista adiantou que na terça-feira haverá nova reunião entre as
delegações do PS e da coligação PSD/CDS.
"Esta
foi uma reunião bastante inconclusiva", declarou António Costa, tendo ao
seu lado o presidente do PS, Carlos César, os dirigentes Ana Catarina Mendes e
Pedro Nuno Santos, e o coordenador do cenário macroeconómico socialista, Mário
Centeno.
Perante
os jornalistas, o secretário-geral do PS frisou que o PSD "será
previsivelmente o partido mais parlamentar, cabendo-lhe por isso o ónus de
criar condições de governabilidade - aliás, na sequência do convite que foi
dirigido pelo Presidente da República [Cavaco Silva] ao doutor Pedro Passos
Coelho".
Neste
contexto, António Costa referiu que iniciou esta reunião com a expetativa de
que lhe fossem "explicitadas e apresentadas as condições de
governabilidade que a coligação PSD/CDS entende deverem ser criadas, tendo em
conta o novo quadro parlamentar em que perdeu a maioria e em que necessita de
criar condições de governabilidade e de estabilidade".
"Foi
por isso uma reunião em que não foi possível trabalhar aprofundadamente sobre
qualquer proposta. Está previsto que, nos próximos dias, essa proposta nos seja
apresentada e que, porventura, desejavelmente, na terça-feira, possamos voltar
a encontramo-nos já para podermos discutir uma proposta que venha a ser
apresentada pela coligação Portugal à Frente (PàF)", completou o líder
socialista.
Em
relação ao teor em concreto de três horas de reunião com a coligação PSD/CDS, o
secretário-geral do PS disse não pretender "esmiuçar" os assuntos que
estiveram em debate.
"Na
anterior legislatura, não havendo hábito de processos de conversações entre
partidos - e não tendo sido praticado pelo Governo o hábito de diálogo regular
com as oposições -, é natural que houvesse [agora] maior dificuldade em
acertar. Tendo em conta que não havia qualquer proposta concreta, foi
necessário definir um método de trabalho", disse.
Neste
ponto, António Costa fez questão de destacar que o método de trabalho com o
PCP, na reunião de quarta-feira passada, partiu de uma base negocial mais
avançada.
"Com
o PCP foi mais fácil, porque havia matéria concreta que foi posta em cima da
mesa e sobre a qual foi possível discutir e definir um método de trabalho mais
concreto. Nesta [com a coligação PSD/CDS-PP], vamos ter de aguardar pelo início
da próxima semana para podermos ter uma proposta que seja suscetível de
apreciação por parte do PS", alegou ainda o secretário-geral socialista.
Em
novo recado dirigido à coligação PSD/CDS-PP, António Costa disse que o diálogo
"tem de ser feito com base em propostas concretas e não em ideias
vagas", acrescentando que, hoje, "não foi discutida" qualquer
área da governação em concreto.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
Sem comentários:
Enviar um comentário