quinta-feira, 29 de outubro de 2015

PORTUGAL VOLTOU A SER UM PAÍS À SALAZAR, COM CAVACO, PASSOS E PORTAS



"Portugal é, de novo, país de emigração"

É o próprio governo que o reconhece. A frase consta do Relatório da Emigração, hoje divulgado pelo executivo, e que revela que cerca de 110 mil portugueses emigraram em 2014. O Secretário de Estado das Comunidades desdramatiza, dizendo que não é possível comparar realidades diferentes.

O Relatório sobre a Emigração, da autoria do gabinete de José Cesário, indica que no ano passado, houve cerca de "110 mil saídas", o mesmo que em 2013, valores "da ordem dos observados nos anos 60/70 do século XX".

"Hoje Portugal é, sobretudo, de novo, um país de emigração", à semelhança do que se verificou entre 1974 e o início do século XXI, lê-se no relatório, hoje divulgado pelo executivo.

"Desde 2010, com a natureza assimétrica da chamada crise das dívidas soberanas e os efeitos recessivos das políticas de austeridade, a emigração passou a crescer mais do que antes da crise, estabilizando entre 2013 e 2014 na casa das 110 mil saídas/ano, valor da ordem dos observados nos anos 60/70 do século XX", refere o estudo.

Ouvido pela TSF, o Secretário de Estado das Comunidades diz que as realidades são diferentes; não podem, por isso, ser comparadas. José Cesário diz mesmo que este fenómeno está a estagnar.

O relatório mostra que, no essencial, a emigração portuguesa realiza-se no interior da Europa: dos 21 países para onde mais portugueses se dirigem, 14 são europeus. Reino Unido, Suíça, França e Alemanha têm recebido, "nos últimos tempos", mais de dez mil emigrantes nacionais por ano.

A lista dos principais destinos dos portugueses foi liderada, no ano passado, pelo Reino Unido, que recebeu 31 mil emigrantes. Fora da Europa, os cidadãos nacionais escolheram sobretudo países lusófonos, principalmente Angola (5 mil portugueses no ano passado, colocando este país em sexto lugar entre os principais destinos).

No total, estima-se que haja cerca de 2,3 milhões de portugueses emigrados, mantendo-se em França o maior número (mais de 592 mil em 2011).

Quanto a aquisições da nacionalidade do país de destino, através das quais o emigrante deixa de ser considerado estrangeiro, França liderava também a lista (3,8 mil em 2013), seguida da Suíça (2,2 mil em 2013) e Luxemburgo (1,2 mil em 2014).

TSF com Lusa

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