Opera
Mundi, São Paulo
Com
foco em terrorismo e política externa norte-americana no Oriente Médio, debate
dos democratas ocorreu um dia após atentados em Paris
Os
pré-candidatos democratas à presidência dos Estados Unidos participaram de um
debate na noite de sábado (14/11) em que um dos principais temas foi a política
externa norte-americana no Oriente Médio. O evento ocorreu um dia após a onda
de atentados em Paris que matou ao menos 129 pessoas e deixou outras 352
feridas, segundo o último balanço das autoridades francesas.
Na discussão, o senador pelo estado de Vermont, Bernie Sanders, responsabilizou os EUA pelo surgimento de grupos islâmicos extremistas, dado o vácuo de poder no Oriente Médio. Para o candidato, trata-se de um sintoma que vem se desenvolvendo desde a autorização para a invasão do Iraque, em 2002, que foi sustentada à época por Hiillary Clinton, sua rival na corrida à Casa Branca.
Na discussão, o senador pelo estado de Vermont, Bernie Sanders, responsabilizou os EUA pelo surgimento de grupos islâmicos extremistas, dado o vácuo de poder no Oriente Médio. Para o candidato, trata-se de um sintoma que vem se desenvolvendo desde a autorização para a invasão do Iraque, em 2002, que foi sustentada à época por Hiillary Clinton, sua rival na corrida à Casa Branca.
“Eu
diria que a desastrosa invasão do Iraque, que eu me opus fortemente, desatou a
região completamente, e levou ao surgimento da Al Qaeda e do Estado Islâmico”,
declarou Sanders. “Acho que foi um dos piores erros de política externa na
história dos Estados Unidos”, definiu.
"Agora, na verdade, o que temos que fazer - e eu acho que há um amplo consenso aqui - é que os Estados Unidos não podem continuar sozinhos. O que precisamos fazer é liderar uma coalizão internacional que inclua de forma muito significativa as nações muçulmanas naquela região”, acrescentou.
Hillary Clinton, que foi secretária de Estado do primeiro mandato do presidente Obama (2009-2013), defendeu-se, alegando que a segurança no Oriente Médio é “incrivelmente complicada” e ainda recordou que o atentado de 11 de setembro de 2011 ocorreu antes da invasão do Iraque.
"Agora, na verdade, o que temos que fazer - e eu acho que há um amplo consenso aqui - é que os Estados Unidos não podem continuar sozinhos. O que precisamos fazer é liderar uma coalizão internacional que inclua de forma muito significativa as nações muçulmanas naquela região”, acrescentou.
Hillary Clinton, que foi secretária de Estado do primeiro mandato do presidente Obama (2009-2013), defendeu-se, alegando que a segurança no Oriente Médio é “incrivelmente complicada” e ainda recordou que o atentado de 11 de setembro de 2011 ocorreu antes da invasão do Iraque.
“Acredito
que o que temos mesmo que fazer é enfrentar os problemas colocados pelo
terrorismo extremista jihadista e entender que há antecedentes em relação ao
que ocorreu no Iraque e devemos ficar vigilantes quanto a isso”, argumentou a
candidata, que rejeitou a idéia de que ela e o resto da administração Obama
teriam subestimado a ameaça crescente do Estado Islâmico.
Hillary é conhecida por ter uma atitude mais agressiva em relação à política externa dos EUA, desde o período em que foi chefe da diplomacia do país. Nas últimas semanas, ela pediu uma resposta mais robusta dos militares norte-americanos na guerra civil síria. “Nós estamos em uma guerra com extremismo violento e com pessoas que usam sua religião para fins de poder e opressão”, afirmou neste sábado.
Já Sanders concluiu seu ponto, afirmando que os Estados Unidos têm um “histórico de realizar mudanças em regimes" que trazem, sim, "conseqüências" a esses países. "Não acredito que nenhuma pessoa sensível iria discordar que a invasão no Iraque levou a um nível massivo de instabilidade que estamos vendo agora", pontuou.
Sobre a questão do terrorismo em Paris e o papel da política externa norte-americana, o terceiro pré-candidato democrata presente no debate, o ex-governador de Maryland, Martin O’Malley, concordou em certa medida com Sanders. “Não foi só a invasão do Iraque, mas foi a falha em investimento de inteligência humana”, declarou.
Hillary é a pré-candidata favorita entre os democratas, com 52% das intenções de voto, de acordo com pesquisas feitas entre 6 e 10 de novembro e encomendadas pela CBS News e pelo New York Times. Sanders figura em segundo lugar, com 33%; e O'Malley, com 5%.
Hillary é conhecida por ter uma atitude mais agressiva em relação à política externa dos EUA, desde o período em que foi chefe da diplomacia do país. Nas últimas semanas, ela pediu uma resposta mais robusta dos militares norte-americanos na guerra civil síria. “Nós estamos em uma guerra com extremismo violento e com pessoas que usam sua religião para fins de poder e opressão”, afirmou neste sábado.
Já Sanders concluiu seu ponto, afirmando que os Estados Unidos têm um “histórico de realizar mudanças em regimes" que trazem, sim, "conseqüências" a esses países. "Não acredito que nenhuma pessoa sensível iria discordar que a invasão no Iraque levou a um nível massivo de instabilidade que estamos vendo agora", pontuou.
Sobre a questão do terrorismo em Paris e o papel da política externa norte-americana, o terceiro pré-candidato democrata presente no debate, o ex-governador de Maryland, Martin O’Malley, concordou em certa medida com Sanders. “Não foi só a invasão do Iraque, mas foi a falha em investimento de inteligência humana”, declarou.
Hillary é a pré-candidata favorita entre os democratas, com 52% das intenções de voto, de acordo com pesquisas feitas entre 6 e 10 de novembro e encomendadas pela CBS News e pelo New York Times. Sanders figura em segundo lugar, com 33%; e O'Malley, com 5%.
- Na foto: Bernie Sanders e Hillary
Clinton mostraram ruptura entre democratas em relação às políticas militares
dos EUA no Oriente Médio / Reprodução/CBS
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