sexta-feira, 20 de novembro de 2015

EUA CONTAM COM ANGOLA



A segurança e estabilidade do continente africano, as relações bilaterais entre Angola e EUA e a próxima Cimeira sobre o Clima, que vai decorrer em França, foram alguns dos temas que dominaram o encontro, na quarta-feira, em Washington, entre o ministro das Relações Exteriores, Georges Chicoti, e o secretário de Estado norte-americano, John Kerry.

O encontro serviu ainda para falar da importância dos Países Menos Avançados (PMA), plataforma que é presidida por Angola. “Os EUA desejam que Angola tenha uma posição construtiva em relação ao assunto”, disse o ministro das Relações Exteriores, à saída do encontro.

John Kerry reafirmou a vontade de ambos os países continuarem a partilhar opiniões sobre vários temas da agenda mundial, como o terrorismo internacional. “A parte americana encorajou os esforços empreendidos por Angola em prol do seu desenvolvimento e também pela maneira como está a ser conduzido o processo de julgamento dos 17 indivíduos acusados de actos preparatórios de rebelião.”

Em relação ao Burundi, os EUA pediram que Angola intervenha no sentido de usar a sua influência no continente, para que este país consiga cooperar com a Comunidade Internacional. Angola tem envidado esforços juntamente com o Burundi e o Ruanda para que a recente decisão do Conselho de Paz e Segurança possa ser devidamente implementada.

Georges Chicoti sublinhou que no âmbito da cooperação bilateral entre Angola e os EUA ambos os países vão continuar a trabalhar em conjunto. Como exemplo citou a recente instalação do escritório do Departamento de Agricultura em Luanda, que vai participar no desenvolvimento do sector cafeícola e as acções tendem a continuar de forma bastante positiva. Na audiência, a que assistiram, entre outros diplomatas, os embaixadores de Angola nos EUA e dos EUA em Angola, Agostinho Tavares e Helen La Lime, respectivamente, e ainda o chefe da Missão Permanente de Angola nas Nações Unidas, Ismael Martins, foi também discutido o papel de Angola na Conferência Internacional para Região dos Grandes Lagos (CIRGL). Os EUA encorajaram Angola a permanecer à frente da mesma pelo “papel positivo que tem vindo a desempenhar”.

No dia anterior ao encontro com Kerry, Georges Chicoti participou na terceira edição da Conferência “Angola Day”, evento que marcou o encerramento das actividades comemorativas dos 40 Anos da Independência Nacional, organizadas pela embaixada de Angola nos EUA em parceria com o Programa para África do Woodrow Wilson Center e a Câmara de Comércio EUA-Angola, em Washington, D.C.

Subordinado ao tema “Angola 40 Anos - Progresso, Desafios e o Futuro”, o evento teve como oradores principais Agostinho Tavares, embaixador de Angola nos EUA, e Helen La Lime, embaixadora dos EUA em Angola. Na sua intervenção o ministro das Relações Exteriores enfatizou a oportunidade de reflexão sobre o percurso histórico, as conquistas e as expectativas da nação angolana.

“Hoje 40 Anos depois, somos uma nação respeitada,  uma referência na  solução de conflitos, na promoção de uma cultura de paz, tolerência e de desenvolvimento, particularmente em África, e muitos têm sido os progressos registados", sublinhou o chefe da diplomacia angolana, que acrescentou: "Animados de uma vontade e visão comuns, os angolanos estão empenhados na consecução de objectivos estratégicos tais como a consolidação da unidade e reconciliação nacional, promoção do crescimento económico e desenvolvimento social, o reforço da democracia, dos direitos humanos e do Estado de Direito, a afirmação de Angola na arena internacional."

Desde Julho de 2010, Angola e os Estados Unidos da América, estabeleceram um memorando de entendimento sobre o Diálogo da Parceria Estratégica, para promover a cooperação política, económica, técnica e cultural, mais consentâneo com a estratégia nacional do nosso país, a evolução das relações bilaterais e o momento que o mundo hoje atravessa.

A Conferência “Angola Day” foi constituída por três painéis, cujos temas estiveram relacionados com o decurso dos 40 Anos de Independência Nacional, economia e perspectivas de negócios e conquistas e desafios no sector privado, seguidos de um debate. Os mesmos serviram para avaliar o progresso de Angola desde a Independência Nacional e para discutir o que se apresenta de momento, e traçar o caminho a seguir em várias áreas, incluindo aspectos políticos, sociais e económicos. 

Participaram no encontro o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Rui Mangueira, o embaixador de Angola na Missão Permanente na ONU, Ismael Martins, diplomatas de ambos os países, representantes da sociedade civil, ONG, e Think Thank americanos, representantes de várias companhias americanas, académicos e membros da comunidade angolana residente.

Jornal de Angola

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