quinta-feira, 12 de novembro de 2015

O GOVERNO QUE AINDA NÃO É GOVERNO JÁ ESTÁ A BRINCAR COM OS MAIS CARENCIADOS?



Antes foi admitido que era uma boca da reação na sua recusa a um eventual governo apoiado pelos partidos de esquerda, hoje podemos concluir com toda a certeza que não era boca da reação mas sim intenção do governo de Costa, que ainda não é governo, de brincar com os mais carenciados: anuncia que aumenta o salário mínimo num valor de trampa, anuncia que aumenta o miserável pagamento de reformas até pouco mais de 600 euros 0,3%. Só podem estar a brincar ao picócu com os reformados e pensionistas. É que tal aumento para a maioria nem dá para comprar um pão! Além disso continuam na política de quem tem maiores reformas recebe mais aumento em vez de procurar equilibrar as aproximações daqueles que menos recebem aos que mais recebem. Neste caso os que aufiram 600 euros claro que recebem mais que aqueles que aufiram 300 euros ou menos… Mas o que é isto? Esse ministro que ainda não é ministro, Centeno, já começa a brincar com os reformados e pensionistas? Na verdade estes gajos dos números são a maior trampa que pode acontecer aos povos. Andam de olhos em bico por ver tantos números e a humanidade que lhes devia preencher parte dos seus sentimentos e sabedoria desaparece. As reformas e pensões mais baixas, assim como o salário mínimo, têm de ser minimamente equiparados ao custo de vida que aumentou na realidade e não nas estatísticas. As reformas e pensões mais baixas devem ser objeto de um aumento superior - em percentagem - ao das mais elevadas. Só assim se poderá obter uma aproximação justa entre os que se encontram a mal sobreviver por essa situação de final de vida. Não pode acontecer que quem recebe 300 euros (ou menos) terá um aumento inferior a quem recebe 600. Não é justo. Claro que 600 euros são uma ridicularia nos tempos que correm mas 300 euros ainda são muito mais. É uma miséria!

Assim, este governo, se for empossado, vai começar mal. Vamos ter um Centeno da treta, saído das mesmas escolas de um Vítor Gaspar ou de uma Maria Luísa Albuquerque. Isso não queremos. Vão buscar aos excessiva e imoralmente ricos para compensar minimamente os que têm menores recurso devido às vicissitudes criadas por esta sociedade injusta manuseada por Cavacos, por Passos, por Portas. Vão buscar aos ricos que estão muito mais ricos para que os pobres empobreçam ainda mais e sejam constantemente empurrados para a miséria. O Centeno e o Costa que se cuidem, ou aqui no Página Global vão levar muita “porrada”. O que os portugueses querem é um governo de esquerda, de esquerda, de esquerda. Já leu senhor Costa? Já ouviu, senhor Costa? Então deixe de fazer miaques e de procurar ludibriar quem o elegeu e quem tem torcido para derrubar dos poderes a direita que tem andado a brincar connosco ao picócu com o maior dos descaramentos. Não pretenda fazer o mesmo, porque pode ser derrubado num ápice (se vier a ser PM). Depois não diga que não foi avisado. É que de Xicos Espertos estamos fartinhos!

Redação PG / CT

Bom dia, este é o seu Expresso Curto 

Martim Silva – Expresso

Centeno rockstar. O novo ministro das Finanças está a bombar

Bom dia,

Centeno. Mário Centeno. Decore bem este nome (se é que ainda não o fez) pois deve mesmo ser um dos homens fortes do próximo Governo liderado por António Costa, na pasta das Finanças. Está encontrado o ‘Gaspar’ de Costa. E basta passar os olhos pelos jornais e televisões para se perceber que este economista do Banco de Portugal, com passagem por Harvard, benfiquista ferrenho e algarvio especialista em cozinhar chocos com tinta, anda mesmo numa espécie de roadshow, cá dentro e lá fora.

O Expresso Curto de hoje podia mesmo chamar-se algo como Expresso Centeno (Centeno Curto poderia parecer mal).

Depois de na véspera ter falado ao Financial Times, ontem à noite, em entrevista na RTP3, e falando em nome do PS, Centeno deixou várias pistas interessantes. Garantiu que Portugal não seguirá o caminho da Grécia, não afastou a possibilidade do IRS aumentar para os rendimentos mais elevados e prometeu a dinamização do mercado interno. Ah, claro, e disse estar livre para ser ministro das Finanças. Como se não tivéssemos já todos percebido isso.

(Quem também ontem fez saber que está disponível para ir para o Governo foi o economista Manuel Caldeira Cabral. Aliás, mais um dos rostos em clara ascensão neste novo ciclo político.)

Centeno também está na capa da Visão que hoje está nas bancas (“Centemo-nos no poder”, brinca a revista no título – o C está ali de propósito). No texto de perfil de Centeno (óptimo, por sinal) ficamos a saber como no ISEG era chamado, com o seu grande amigo e colega Sérgio Figueiredo, de “satélite”. “Éramos ambos independentes, embora próximos do PCP”.

Também a capa do i dá destaque a Centeno (e a mim já me doem os dedos de teclar o seu nome no computador): “Conheça o liberal a jogar no campeonato da esquerda”.

A Visão apresenta uma entrevista de António Costa. Há várias frases essenciais para se perceber o que vai na cabeça do líder do PS nesta altura:

“Até o Schauble está tranquilo”

“O grau de convergência com Bloco e PCP não foi suficiente para que integrassem o Governo”

“Temos condições para responder imediatamente, quer com a apresentação do programa de Governo quer com o elenco governativo”

“Não me lembro nos tempos mais recente de um Governo do PS sem alguns independentes”

“Não me passa pela cabeça que este ressabiamento nervoso que a direita apresenta neste momento não lhe passe ao fim de uns meses e que não passe a ter uma postura responsável”

“Relativamente à inquietações que o PR expressou publicamente, creio que o programa aprovado na Comissão Nacional do PS as satisfaz”

Ainda em matéria de economia e números e propostas, há mais coisas que se vão sabendo do que se vai passar e de quanto isso pode custar:

-A redução da TSU para salários até 600 euros vai ter um impacto de 100 milhões nos cofres da Segurança Social.

-A actualização das pensões mais baixas no próximo ano terá por sua vez um custo de 66 milhões.

-Já os aumentos na Função Pública vão ter uma factura de 450 milhões no próximo ano. Somados aos 250 milhões que custam a aceleração da devolução dos salários cortados nos últimos anos.

-PS vai manter o subsídio de Natal em duodécimos, afirma o Jornal de Notícias.

Com este acordo, quem arrisca mais, o PS, o PCP, ou o BE? E quem mais pode ganhar? Vale a pena ler o texto em que o Ricardo Costa tenta dar as respostas.

Ainda à volta da crise política:

O Presidente da República, que hoje se dedica a ouvir os parceiros sociais, em busca de ver a luz sobre o que fazer em relação à governação do país, parte para a Madeira no início da próxima semana. A visita decorre 2ª e 3ª feiras.

No Parlamento, com os dois blocos divididos como nunca e o PSD e o CDS a prometerem oposição sem tréguas à esquerda, está a arrumar-se a casa. E o PSD conseguiu já garantir a presidência da comissão parlamentar de Orçamento e Finanças, por onde muitas das discussões essenciais dos próximos anos devem passar.

E para dia 26 já está marcado um debate (mais um) que promete ser quentinho no hemiciclo de São Bento. O PS já agendou medidas sobre os salários da Função Pública e a sobretaxa do IRS.

No meio da agitação política, convém não perder o foco nos chamadosmercados. Andamos todos à procura de sinais de agitação. A Fitch, uma das maiores agências de notação do mundo, ontem lançou um alerta, dizendo que os riscos para a consolidação orçamental em Portugal são agora maiores.

OUTRAS NOTÍCIAS

Cá dentro,

Sobre a muito confusa situação na TAP, destaco três notícias lidas hoje na imprensa: “Venda da TAP ainda não tem luz verde da banca” (Diário Económico), “Governo PS não irá anular privatização” (jornal i) e “Parpública vai adiar venda da TAP” (Correio da Manhã).

A Polícia Judiciária já terá terminado o inquérito dos vistos dourados e o antigo ministro Miguel Macedo pode ser acusado de quatro crimes, afirma o Correio da Manhã.

As inacreditáveis ‘bocas’ do economista Pedro Arroja sobre as dirigentes do Bloco de Esquerda valeram já um pedido de desculpas do partido ao Porto Canal, estação onde as afirmações “esganiçadas” foram proferidas, por não se ter distanciado devidamente do que aconteceu.

Lá fora,

A FIFA divulgou a lista de cinco candidatos admitidos na corrida à liderança do organismo. A surpresa é a exclusão do francês Michel Platini deste lote.

Em Malta, governantes dos 28 países da União Europeia discutem acrise dos refugiados. Mas a resposta à questão “O que fazer?” está longe de ser encontrada.

Foram divulgados de forma acidental os planos secretos da Rússia para uma nova arma nuclear, o torpedo Status-6.

Ainda na Rússia, Putin diz que é preciso fazer tudo para erradicar odoping do Desporto. Isto quando a Rússia pode ser banida (no atletismo) dos Jogos Olímpicos por se ter descoberto como o recurso ao doping era utilizado de forma generalizada e como política oficial.

Três homens são acusados pelo maior ataque cibernético nahistória dos EUA.

Angola vai perdoar 600 milhões de dívida de Moçambique.

Elementos da força de paz das Nações Unidas na República Centro Africana estão a ser acusados de abuso sexual.

Há uma nova vacina em estudo que pode prevenir e evitar o colesterol alto, afirma a Time.

Todos conhecemos o chamado “efeito placebo”. Então e já ouviu falar do “efeito nocebo”? É mais ou menos o mesmo, só que ao contrário.

Rene Redzepi, chef e proprietário do Noma, o restaurante em Copenhaga que é considerado um dos melhores do mundo, decidiu fechar o espaço em 2016. No more Noma.

Se já andávamos a sentir o “efeito uber” nos transportes, agora a tendência chega às lavandarias. Sim, leu bem, às lavandarias.

As notícias sobre o uso indevido das redes sociais são como pãezinhos quentes. Agora, há quem utilize contas de twitter de pessoas que já morreram para lançar campanhas de difamação.

A Pixar prepara-se para lançar em 2016 uma sequela de Nemo, um dos filmes de animação de maior sucesso da história. Chama-se“Finding Dory”.

Fox prepara-se para criar um novo canal televisivo dedicado à comédia. Com a novidade de incluir a “Criada Malcriada” (tiras de humor que começaram por fazer furor no Facebook) entre os seus formatos.

Adele vai estrear-se nos palcos.

FRASES

“O PS não é o Syriza, não vai haver surpresas”, Seixas da Costa, antigo secretário de Estado socialista (e que agora é falado para integrar o Governo de Costa), em entrevista ao Jornal de Negócios

“Cavaco, depois de tanto estudo sobre os cenários, deve estar cansado. Podia despachar-se na indigitação de um novo primeiro-ministro e tirar férias”, Eduardo Dâmaso, Correio da Manhã

“A pouco tempo de abandonar o palco que foi boa parte da sua vida, o homem que não gosta de surpresas tem de procurar fundo na sua cartola furada o caminho, o mais óbvio ou o mais criativo, para sair deste circo político”, Tiago Freire, Diário Económico

“A opção de Cavaco não tem de ser um governo de gestão, nem de iniciativa presidencial. O que ele tem de fazer é (…) pedir a António Costa para parar de brincar connosco e assinar alguma coisa séria, se quer ser primeiro-ministro”, João Miguel Tavares, Público

“Ponham-se daqui para fora”, o árbitro Artur Soares Dias para Lopetegui e Antero Henriques, no intervalo do Porto-Benfica quando os portistas invadiram o balneário dos árbitros, citado pelo Correio da Manhã

O QUE EU ANDO A LER

Os leitores que me perdoem, mas nos últimos dias verdadeiramente não ando a ler muita coisa que não sejam as coisas da política caseira.

Ainda assim, e de modo telegráfico, deixo três sugestões de mesa de cabeceira que valem bem a pena.

Em primeiro lugar, encontrei lá em casa um Dostoievski ainda por ler (e é tão bom encontrar um Dostoievski ainda por ler). “Demónios”. Imperdível. Embora, se não leu Dostoievski não comece por aqui (Os Irmãos Karamazov e Crime e Castigo são clássicos da literatura universal).

Depois, Já tenho o livro de Filipe Santos Costa (aqui da casa) e Liliana Valente “O Independente – A máquina de Triturar Políticos”,da Matéria-Prima Edições, como prioridade para os próximos dias. A qualidade da escrita do Filipe aqui no Expresso conheço bem, o cuidado gráfico da obra é notável e as referências que tenho lido e ouvido são todas positivas. E, sobretudo, eu também sou um “filho do Indy” e portanto nunca perderia estas páginas.

Finalmente, aqui da casa, e por estar de férias, deixei passar “Os Mistérios de Maria Antónia”, do Valdemar Cruz, publicado na última Revista do Expresso. “Desenhava como ninguém e morreu aos 32 anos nos braços de Álvaro Siza. O arquitecto assumiu uma viuvez eterna, com as causas da morte a alimentarem especulações. O Expresso conta pela primeira vez a história da mulher cuja obra chega agora à Gulbenkian”. Eu vou ler. Leia também se ainda não o fez.

Por hoje é tudo


Tenha uma quinta-feira cheia de coisas boas.

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