O
Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) expulsou hoje
das suas fileiras Baciro Djá por desrespeito dos estatutos ao ter aceitado
tomar posse como primeiro-ministro em agosto.
A
expulsão do terceiro vice-presidente do PAIGC foi determinada pelo Conselho
Nacional de Jurisdição através de um acórdão afixado na vitrina na sede do
partido em Bissau.
Além
de Baciro Djá, único a ser expulso, foram suspensos, por um período de quatro anos,
os dirigentes Rui Diã de Sousa, Aristides Ocante da Silva e Respício Silva.
Todos
são considerados culpados pela justiça do partido de desrespeito pelos
estatutos, quando, em agosto, assumiram cargos ministeriais num executivo não
reconhecido pelo partido.
Depois
de exonerar Domingos Simões Pereira e o seu Governo no dia 12 de agosto, o
Presidente guineense, José Mário Vaz, nomeou Baciro Djá como primeiro-ministro.
Vaz
justificou a sua escolha com o facto de Djá ser o terceiro vice-presidente do
PAIGC e por ter sido responsável pela condução da campanha eleitoral do partido
nas últimas eleições legislativas.
O
partido, que é liderado por Simões Pereira, contestou a decisão argumentando
que a escolha não respeitou os estatutos da força política que mandam que o
nome a ser indicado é o do presidente do PAIGC ou, em caso de impedimento, de
um dirigente proposto pelo bureau político (órgão de decisão).
Baciro
Djá foi nomeado líder de um Governo que durou apenas 48 horas até ser declarado
inconstitucional pelo Supremo Tribunal de Justiça.
Rui
Diã de Sousa era chefe da diplomacia, Aristides Ocante ocupava o cargo de
ministro da Presidência do Conselho de Ministros e Respício Silva o de ministro
da Comunicação Social.
Baciro
Djá e Rui Diã de Sousa foram eleitos deputados, mas as medidas disciplinares
impedem ambos de tomarem parte nos trabalhos parlamentares em nome do PAIGC,
explicou fonte partidária.
O
Parlamento guineense retoma as sessões plenárias na próxima segunda-feira.
MB
// EL - Lusa
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