domingo, 15 de novembro de 2015

PENTÁGONO TERÁ GASTO 384 MILHÕES DE DÓLARES A ARMAR ESTADO ISLÂMICO



Numa altura em que o exército sírio, preparando-se para os bombardeamentos da aviação russa sobre grupos terroristas – lançados em 30 de setembro –, persegue com maior eficiência esses grupos em várias partes do país, e particularmente onde eles pareciam intocáveis, como na região de Aleppo, por exemplo, o jornal norte-americano USA Today voltou a abordar o plano de financiamento e de armamento da oposição dita moderada para lutar contra o Daech implementado pelo Pentágono. A notícia é do portal Afrique-Asie.

Referindo-se a dados obtidos junto de funcionários do Pentágono, o jornal diz que os EUA gastaram 384 milhões de solares neste apoio militar a grupos armados «moderados» – isto é, segundo o jornal, dois milhões dólares por pessoa. Mas este dinheiro, em última análise, serviu para o EI. Os EUA tentam encobrir esta parte, evocando sempre o «Exército Sírio Livre», que existe apenas na imaginação dos media ocidentais.

Anne Patterson, secretária de Estado adjunta para o Médio Oriente dos Estados Unidos, acaba de reconhecer, ela mesma, perante o Congresso, que elementos desses grupos ditos moderados, treinados e armados pelo seu país, entraram para a Frente Al-Nosra, filiada na Al Qaeda. Explicou que foram «forçados a aliar-se com a Al-Nosra, porque não tinham para onde ir». Isto foi, sublinhe-se, reconhecido por uma dirigente americana que está totalmente ao corrente da situação no terreno, e que sabe que o Exército Sírio Livre é uma ficção. O Pentágono gastou cerca de 500 milhões de dólares para treinar e equipar, no exterior, «combatentes», a fim de os enviar para a Síria, supostamente para lutar contra o EI – mas estes acabaram por se juntar ao EI. O USA Today lembra que o Pentágono já concedeu, em 2015, um montante de 501 milhões de dólares para financiar os seus esforços para treinar e equipar 3 mil homens dos grupos ditos moderados que estavam a constituir as chamadas «novas forças sírias».

Este programa deveria ser intensificado para treinar 5 mil combatentes a cada ano, destinados a lutar contra o EI. O jornal observa que duas em cada quatro bases de treino estabelecidas pelo Pentágono para este seu programa não receberam um único elemento sírio. Esta operação só pode ser descrita, posta assim, como um fiasco, escreve o Afrique-Asie, a menos que se pense que o objetivo do programa norte-americano era fortalecer o EI.

Seja como for, este programa foi interrompido. Os EUA mudaram, obviamente, a sua abordagem, ao abandonar o programa de treino e tomar a decisão de enviar equipas de resposta rápida para a Síria, para treinar localmente os membros de grupos armados que se dizem moderados.

Um opositor sírio do interior, Hassan Abdel Azim, líder do Comité Nacional de Coordenação, disse à agência russa Sputnik que «alguns grupos armados ditos moderados estão dispostos a estabelecer e a respeitar um cessar-fogo, se a decisão for tomada como parte da resolução do conflito». A mesma fonte indica que «os grupos da oposição estão otimistas quanto às operações aéreas russas na Síria e adaptam mesmo as suas ações aos avanços da força aérea russa contra o EI». Estes factos correspondem a alterações significativas no teatro de operações na Síria, e tornam ainda mais claro o fracasso dos Estados Unidos na sua manipulação do EI.


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