segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Portugal. CAVACO SILVA TERMINA O MANDATO SEM DIGNIDADE. OBRA SUA



Hélder Semedo, Coimbra

Vendo pela positiva Cavaco está acabado. O que vimos nele são os estertores de um cadáver político que anda por aí há anos demais a inquinar a democracia. RIP.

Sabemos que Portugal não tem um Presidente da República mas sim um Cavaco que ocupa aquele lugar da República desempenhando o cargo à sua imagem e semelhança. Quando o elegeram, uma minoria de dois milhões, já deviam saber que seria assim que aconteceria. Por esse motivo e perante o que vem acontecendo na indigitação do governo apoiado e suportado pela maioria de esquerda na Assembleia da República está a ser para mim difícil compreender a indignação que lavra na sociedade portuguesa e em figuras públicas mais, ou menos, mediáticas. Os portugueses devem olhar para a atitude de Cavaco como seja o canto do cisne. O sombrio personagem chegou ao fim da linha. E chega praticamente sozinho, isolado da maioria dos portugueses, sem dignidade. Até mesmo muitos dos que nele votaram para este seu segundo mandato prestes a terminar, desiludiram-se e excomungaram-no das suas boas vontades em lhe tolerar a negritude com que invade a democracia e aplica vãs tentativas de a golpear, de a aniquilar.

Cavaco já é passado. Um triste passado que no presente ainda possui as artes prejudiciais de espalhar escolhos no caminho das liberdade e direitos constitucionais que regulam a democracia. Cavaco extrapola as suas competências, Cavaco ignora com azedume a maioria dos milhões de portugueses de quem ele devia ser representante. Cavaco tomou por opção o caminho de proteger aqueles que o beneficiaram e o protegeram a troco da sua proteção politica e financeira. Fez o caminho com toda a ganância e avareza. Não se cansando de olhar para o seu umbigo, satisfazendo-se em prazenteiros olhares e consultas aos seu saldos de contas bancárias e outros mimos que lhe asseguram uma velhice avara e solitária mas que ele perseguiu com toda a energia e obsessão.

Vendo pela positiva o que está a acontecer, Cavaco acaba o seu derradeiro cargo em Belém com uma estrondosa derrota política e pessoal. Nunca mais os portugueses vão olhar para Cavaco como alguém democrático, honesto, cumpridor da Constituição da República. Em vez disso verão em Cavaco um empecilho, alguém que só não encabeça um golpe de Estado por não encontrar os que tenham coragem para o fazer com toda a força e evidência. Todos esses, uma minoria, se acobardam por detrás do maior sinuoso mas cobarde: Cavaco.

Vendo pela positiva o que está a acontecer, Cavaco vai ter de se mostrar ainda mais como o radical de direita que apoiou os radicais de direita Passos e Portas se não indigitar António Costa para primeiro-ministro. Ou terá então de indigitar o governo de Costa apoiado pela maioria de esquerda no parlamento - somando mais temperos à sua cobardia e subversão da democracia e da Constituição por andar a empatar o país. Cavaco terá de engolir o veneno que andou destilando desde 4 de Outubro, dia em que os eleitores portugueses se pronunciaram maioritáriamente pela desaprovação ao seu governo com Passos e Portas, a que chamaram PáF (Portugal prá Frente).

Vendo pela positiva o que está a acontecer, a Páf virou pufff e esvaziou-se nas intenções de voto. Portugal rejeitou por maioria as políticas dos últimos quatro anos e vê-se livre de um bando de mentirosos radicalizados na direita desonesta e desumana.

Vendo pela positiva o que está a acontecer, Cavaco está acabado. O que vimos nele são os estertores de um cadáver político que anda por aí há anos demais a inquinar a democracia.

Vendo pela positiva o que está a acontecer, Cavaco Silva termina o mandato sem dignidade. Obra sua.

RIP - Rest in peace.

Sem comentários:

Mais lidas da semana