segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

MARCELO. GATO ESCONDIDO COM RABO DE FORA NAS PRESIDENCIAIS EM PORTUGAL




Mário Motta, Lisboa

O dito popular diz muito, por isso foi emprestado ao título. Significa que por mais que o candidato professor Marcelo Rebelo de Sousa pretenda esconder as suas tendências e raízes o certo-certinho é que ele é produto do salazarismo, tanto ou mais que Cavaco Silva. Daí ser um candidato da direita. Daí as análises e declarações sobre o figurão e a sua candidatura incidirem como incidem e que convidamos a lerem.

Marcelo teve a vantagem de fazer campanha ao longo de anos na televisão e ainda lhe pagarem a preço elevado. Não esperem que Marcelo seja na Presidência o Marcelo das televisões. Ali, ele, bom leitor de “O Principezinho” de Antoine de Saint-Exupéry, apreendeu a técnica imbuída da palavra “cativar”. Foi assim que Marcelo “cativou” os portugueses. Não todos, mas bastantes. Bastantes portugueses que, como com Cavaco, vão acabar por mergulhar numa enorme desilusão quando constatarem quem na realidade é Marcelo Rebelo de Sousa, se eleito PR. Será então que tardiamente perceberão que só muito raramente ou nunca os saídos das entranhas do salazarismo abraçam com sinceridade a democracia que permita, no cargo de PR, ser presidente de todos os portugueses e não de uma seita composta por alguns portugueses que tramam a vida de milhões. Portugal corre o risco de bisar com Marcelo um Cavaco Silva, versão 2, muito mais perigoso, por ser muito mais hipócrita e manhoso. Bom comunicador, culto e inteligente – qualidades muito deficitárias em Cavaco Silva.

Parece que Marcelo tem diferença de Cavaco no facto de não ter sido colaborador da polícia salazarista, a PIDE. Mas que foi parido numa família salazarista… Disso não restam dúvidas. Disso nunca recuperou nem recuperará. Realidade que é sempre de temer.

Recorrendo ao Notícias ao Minuto, sobre as presidenciais e sobre Marcelo, será novidade o que ali consta relativamente às habituais primeiras-damas. Eis uma agradável novidade: Mudam-se os tempos, muda-se a tradição. Não haverá primeira-dama

Alonga-se a notícia especificando que seja “Marcelo Rebelo de Sousa a vencer o sufrágio agendado para o próximo dia 24 de janeiro, seja Sampaio da Nóvoa, a verdade é que não haverá uma primeira-dama em Belém. Deste facto dá-nos conta, esta segunda-feira, o jornal i que recorda declarações dos dois candidatos.”

Que bom. Assim, a presidência poderá poupar o correspondente às despesas da dita primeira-dama. Verdade que já houve primeiras-damas que mereceram as verbas que lhes foram destinadas para as suas iniciativas naquela qualidade – caso de Manuela Eanes ou de Maria Barroso, sem dúvida – mas em outros casos mais valia ter mandado a dita primeira-dama ir para casa cozer meias. Pitoresco foi, por exemplo, Cavaco ter condecorado neste último 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades (não dia da raça como Cavaco considera) o costureiro ou alfaiate da sua consorte, a dita primeira-dama. E então? Não? Cavaco faz sempre lembrar José Saramago e aquilo que disse sobre o dito e nefasto político de Poço de Boliqueime: Que é um “génio da banalidade”. E então? Não?

Sobre Marcelo,  plasmamos a seguir o que alguns da nossa praça dizem. Que se leia. Depois não digam que não foram avisados. Depois não se queixem sobre a desilusão, e tal, e coisa… (MM / PG)

"Em crise, Marcelo, o ilusionista, não será muito diferente de Cavaco"

As eleições presidenciais e os respetivos candidatos são o tema do artigo de opinião, desta segunda-feira, de António Correia de Campos.

O ex-ministro da Saúde do governo de António Guterres traça, num artigo de opinião publicado hoje no jornal Público, aquele que é e será o caminho dos candidatos presidenciais.

Assim, Correia de Campos começa por lançar farpas a Cavaco Silva que, em “mais uma imprevisão do Presidente”, fez com que as “eleições presidenciais fossem relegadas para um indevido plano devido à proximidade de calendários”.

Feita a introdução ao tema, o professor catedrático já reformado debruçou-se sobre a candidatura de Sampaio da Nóvoa, da qual é apoiante.

“O PS dividiu-se entre os que vislumbraram em Nóvoa laivos de intervenção antipartidos e, por isso, sem outro argumento, o rejeitaram; e os que se foram aproximando, conhecendo o candidato há mais tempo e apreciando a sua vida cívica e académica”, começou por escrever.

Nesta senda, Correia de Campos ‘virou-se’ para Maria de Belém que, “com audácia, mas sem muitos mais atributos”, se lançou na corrida à Presidência, lembrando que o “modo e o lançamento” da sua candidatura “não caíram bem a muitos, mas atraíram poucos”.

Quanto à ‘guerra’ entre os dois candidatos não-oficiais do Partido Socialista, Correia de Campos diz que “se Nóvoa agregar votos afetos ao PCP e ao Bloco, pode vencer Belém”.

“Já Belém dificilmente compete na Direita com Marcelo. Mesmo desconfiada de Marcelo, a Direita é pragmática e segurá-lo-á", sublinhou, acrescentando que “por saber limitado esse crescimento, não surpreende que Maria de Belém se proclame de Centro-Esquerda, ataque Marcelo mesmo em termos pessoais, jure cooperação a Costa e até esquerdize aqui e ali o seu discurso”.

Quanto ao papel do Partido Socialista em toda esta situação “não será visível qualquer movimento”.

“Acobertado pela trincheira do respeito pelos dois candidatos que tão bem quadra aos dois PS, o da Esquerda e o do Centro, encontrou o álibi perfeito. Até à primeira volta nem o periscópio levantará”, assegurou.

E assim, chegado ao candidato Marcelo, Correia de Campos escreve que este “frui a vinha que semeou desde há mais de vinte anos: notoriedade imensa, simpatia semanalmente renovada, penetração em todos os meios, sortidas ao PCP e Bloco, borlas ao PS”.

Ainda assim, o ex-governante lembra: “Marcelo será sempre o esteio da Direita, desengane-se a Esquerda”.

Já quanto ao PSD e CDS “não terão alternativa senão apoiar Marcelo” que, “perante uma crise não será muito diferente de Cavaco”.

“Apenas mais habilidoso. Um verdadeiro ilusionista. Pode é deixar-se encadear com as luzes da pista”, rematou.

Notícias ao Minuto

"Eu conheço o Marcelo. Não tenho dúvidas de que não é de confiança"

O capitão de Abril Vasco Lourenço não poupa críticas a Marcelo Rebelo de Sousa.

A pouco mais de um mês das eleições presidenciais, as sondagens apontam para uma vitória de Marcelo Rebelo de Sousa logo na primeira volta do sufrágio.

Com o candidato da Direita a fazer uma campanha eleitoral muito discreta, os seus adversários da Esquerda decidiram passar ao ataque e muitas têm sido as críticas que têm sido dirigidas ao professor.

As apreciações mais reprovadoras chegaram da parte do capitão de Abril Vasco Lourenço. Em entrevista ao jornal i, o apoiante de Sampaio da Nóvoa começou por dizer que a ausência de Marcelo Rebelo de Sousa da campanha eleitoral se deve ao facto de o professor saber que “é conhecido em todo o país e [por isso] não precisa de fazer campanha”.

“Apresenta-se como menina virgem, como se entrasse agora na política”, acusou.

Indo mais longe nas críticas, o capitão de Abril garantiu que “há muitos episódios que mostram que Marcelo é um indivíduo em quem não se pode ter o mínimo de confiança”.

“Eu conheço o Marcelo há muito tempo e não tenho dúvidas nenhumas de que ele não é um homem de confiança”, rematou em declarações ao jornal i.

Mas as críticas não chegam apenas da parte de Vasco Lourenço. Sampaio da Nóvoa, o seu candidato, já disse que o professor “pode perturbar e muito o ciclo político que agora se abriu”.

Já Maria de Belém acusou Marcelo de “gostar muito de criar factos” e de ser instável. “A função presidencial precisa de uma pessoa com grande estabilidade”, lembrou em entrevista à SIC.

Para a candidata do Bloco de Esquerda, Marisa Matias, o professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa está a “tentar fazer das eleições um passeio ou a tentar evitar todas as questões que são verdadeiramente relevantes”.

Por fim, Edgar Silva, do PCP, acusou Marcelo Rebelo de Sousa de “andar de braço dado com os grandes banqueiros, os grandes nomes da finança e a grande fidalguia deste país”.

Notícias ao Minuto

"Marcelo Rebelo de Sousa insere-se nos projetos de PSD e CDS"

O líder comunista teceu duras críticas sobre a posição de Marcelo enquanto candidato a Belém.

Ao comentar o atual quadro político das eleições presidenciais, Jerónimo de Sousa referiu-se a Marcelo Rebelo de Sousa, apontado pelas sondagens como o provável sucessor de Cavaco Silva, como não sendo um candidato independente, mas sim alguém com um “percurso ao serviço do PSD”.

“A candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa insere-se nos projetos que PSD e CDS têm para, a partir daquela ordem de soberania, procurar recuperar o que perderam a 4 de outubro [eleições legislativas]. Ao contrário do que se afirma, Marcelo Rebelo de Sousa não é um candidato independente, mas sim alguém que tem um continuado percurso ao serviço do PSD”, esclareceu o líder comunista.

Por outro lado, à saída do Comité Central do PCP, Jerónimo de Sousa relembrou que a candidatura de Edgar Silva “não só assume como objetivo principal a derrota do candidato de PSD/CDS, como faz a opção pela valorização do trabalho e trabalhadores”, explica.

Mais ainda, o candidato apoiado pelo PCP “adota a necessidade de defesa da soberania nacional, contra a subordinação ao estrangeiro e de rendição aos mercados financeiros e ao diretório de potências da União Europeia”, relembra.

Notícias ao Minuto

Leia mais em Página Global

Sem comentários:

Mais lidas da semana