O
dirigente socialista Augusto Santos Silva disse, sábado, que a situação do
Banif demonstrou "quão ilusórias" eram as "supostas verdades
sobre que assentava a propaganda da direita" e sublinhou que terminou o
"tempo da fantasia eleitoral".
"Não
é verdade, não era verdade e não é verdade que o sistema financeiro e em
particular o sistema bancário tivesse sido corrigido pela intervenção da
troika. Embora fosse o segundo dos objetivos do programa de ajustamento -
consolidar o sistema bancário português -, o que aconteceu foi o agravar das
dificuldades de vários bancos portugueses", declarou o agora também
ministro dos Negócios Estrangeiros durante o jantar de Natal da Federação
Distrital do Porto do Partido Socialista (PS), em Matosinhos.
Santos
Silva declarou, em relação ao Banco Internacional do Funchal (Banif), que
"hoje o país confronta-se com uma crise, que se está a procurar resolver,
mas que ela própria demonstra quão ilusórias, quão fantasiosas, quão
manipulativas eram as supostas verdades sobre que assentava a propaganda da
direita".
"Acabou
um tempo de fantasia, de ilusão, de demagogia e de manipulação. Nós conhecemos
bem os problemas, conhecemos os graves problemas que o país enfrenta, conhecemos
os problemas que foram atirados para baixo do tapete por razões apenas
eleitorais", disse Augusto Santos Silva.
Perante
uma sala onde estavam sentadas figuras socialistas como o líder distrital José
Luís Carneiro, os antigos dirigentes da federação Carlos Lage e Renato Sampaio,
Augusto Santos Silva disse haver razões para viver a quadra natalícia "com
esperança" em termos políticos.
Isto
porque, entre outros motivos, está em funções "um Governo do Partido
Socialista com o programa do Partido Socialista que beneficia de apoio
parlamentar maioritário, mas que se inscreve na linha moderada de
centro-esquerda que caracteriza o Partido Socialista".
Santos
Silva sublinhou que o Governo está a concretizar aquilo com que se comprometeu:
"Se já estamos a fazer agora aquilo que dissemos que fazíamos, isso
significa que vamos, nos próximos quatro anos, concluir o nosso programa,
concluir o nosso mandato e então apresentar-nos, no devido tempo, ao eleitorado
para pedir e merecer a renovação do mandato".
Também
no jantar esteve a secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, que
realçou ser necessário "ter um PS preparado para o combate, capaz de
suportar este Governo, mas que não desapareça por o PS estar no Governo".
O
Banif está em processo de reestruturação desde 2012. No final desse ano, o
Estado injetou 1100 milhões de euros no banco para o recapitalizar.
Desde
então, o banco começou a negociar com a Comissão Europeia o seu plano de
reestruturação, que até hoje não foi aprovado, mas que se sabia incluir a saída
das unidades que tem fora de Portugal.
O
Banif tem estado sob os holofotes mediáticos nos últimos dias, perante a
confirmação da administração de que o banco está "envolvido num processo
formal e estruturado" com vista à venda a um investidor da posição do
Estado. São já conhecidos cinco candidatos à compra.
Jornal
de Notícias, ontem
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