O
secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, exortou hoje os portugueses a usarem
as próximas eleições legislativas como uma forma de luta para acabar com a
política de direita e dar uma oportunidade a uma alternativa política de
esquerda.
"Façam
das próximas eleições legislativas um momento alto da luta, transportando-a até
ao voto para pôr um ponto final na política de direita e no Governo
PSD-CDS", disse o sindicalista aos milhares de pessoas que participaram na
manifestação do Dia do Trabalhador, em Lisboa.
Arménio
Carlos defendeu que os votos dos portugueses podem "pode dar corpo à
alternativa de esquerda e soberana comprometida com os valores de Abril".
"Este
é um desafio que se coloca a todos nós, pois não queremos uma alternância,
queremos alternativas", disse.
No
seu discurso de encerramento do comicio sindical junto à Fonte Luminosa,
Arménio Carlos prometeu que o movimenro sindical não se vai resignar, mas sim
intensificar "a ação reivindicativa, o esclarecimento e a unidade na ação
em cada local de trabalho" para pôr fim à "austeridade
permanente" e ao empobrecimnento.
O
aumento dos salários e a reposição integral dos salários e pensões do setor
público, o desbloqueio da contratação coletiva, o direito à estabilidade de
emprego e a atribuição de subsídio a todos os desempregados foram algumas das
reivindicações reafirmadas pelo líder da Intersindical.
Reivindicações
que ficaram expressas numa resolução aprovada pelos manifestantes que
assumiram, assim, "o compromisso de levar a luta ao voto, para derrotar a
política de direita nas próximas eleições legislativas".
No
seu discurso, Arménio Carlos criticou fortemente as políticas do Governo e as
propostas por si apresentadas recentemente, assim como as propostas do Partido
Socialista.
"Aí
está o caderno de encargos com um novo pacote de medidas inscritas no 'Programa
Nacional de Reformas' para 2016-2019, a confirmar que depois do 'Memorando da
Troika' continua a política de esmagamento dos rendimentos dos trabalhadores e
pensionistas", afirmou.
Para
o sindicalista, este documento e o do PS, denominado "Uma década para
Portugal" mostram uma política idêntica para o futuro dos trabalhadores e
dos pensionistas.
Arménio
Carlos considerou que o país não está melhor, ao contrário do que tem sido dito
ultimamente, porque foram destruídos 500 mil postos de trabalho, há um milhão e
trezentos mil desempregados ou subocupados, há 3 milhões de portugueses a viver
abaixo dos níveis mínimos de dignidade e, apesar de terem sido criados mais de
8 mil milhões euros de riqueza, a dívida pública disparou para 130% do PIB.
No
final do comício, depois de todos os discursos e hinos, e tendo como cenário um
relvado repleto de gente, o sindicalista disse à agência Lusa que "este
1.º de Maio foi extraordinário, com uma participação massiva da
população", tanto em Lisboa como noutras cidades.
"Isto
mostra que [os portugueses] estão disponíveis para continuar a lutar pelos seus
direitos e por uma política alternativa de esquerda", afirmou.
As
estruturas sindicais da CGTP promoveram iniciativas para assinar o Dia do
Trabalhador em cerca de 40 localidades, embora tenham sido as de Lisboa e do
Porto que tiveram maior impacto, como é habitual.
Em
Lisboa, o ponto alto foi o desfile entre o Martim Moniz e a Alameda Afonso
Henriques, onde se juntaram militantes sindicais de todas as idades, famílias,
jovens e reformados, que aproveitaram para comer a primeira sardinha da época
nas tasquinhas sindicais ou desfrutar do bom tempo nos amplos relvados.
Lusa,
em Notícias ao Minuto – foto Reinaldo Rodrigues / Global Imagens em JN