quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

A PROSA DOS TINTINS E DO CURTO – O TAMANHO CONTA?



Orçamento, ratings e troika. Tudo junto para lixar os parceiros. Os parceiros são os portugueses. Quando um país, um Estado, governos, permitem que se apoderem da sua soberania está tudo dito: é um país ocupado por inimigos. Não por acaso Cavaco, num ido 5 de Outubro, comemoração da implantação da República, hasteou a bandeira de Portugal invertida. Para os Cavacos é indiferente, esta não é a Pátria deles. Têm por pátria o cifrão e outras matérias valiosas como o ouro, o petróleo, os diamantes, a força laboral, etc. Tudo matérias que roubam aos povos e lhes permitem acumular fortunas.

A abertura do Expresso, por Henrique Monteiro, traz-nos as referências e a estória desses que tais, da pátria do cifrão, dos usurários, dos vampiros que mandam no mundo em nome das suas ganâncias e das suas mentalidades avaras e criminosas. Num país com cidadãos de tintins a valer eles iam todos de retro como Satanás mas isso foi chão que já deu uvas, os portugueses renderam-se aos ocupantes já lá vai tempos. Fizeram do título da sua “bíblia” o que é nacional não presta. Votam na maior parte dos tempos em Miguéis de Vasconcelos encarnados em Passos Coelhos e Portas, e Cavacos – para compor. Do Marcelo teremos tempo de aqui descrever sobre o comunicador que nos irá fazer o ninho atrás da orelha, mais expedito que Cavaco, que é um bronco, um hipócrita com um grande H chapado na testa.

Vamos lá ao Curto do Expresso. A estória contada por Monteiro sobre os que nos andam a montar. Baixem as calcinhas. Descansem, não será indecoroso porque os tintins já lá vão para dar lugar a eunucos. De Portugal é o que se pode dizer, por via de uma prostituta chamada União Europeia que anda no capanço dos tintins portugueses e de outras nacionalidades em defesa de uma falsa democracia representativa, e blá, blá, blá.

Uma coisa é certa: sem tintins isto não vai lá. 

Por isso não clamem por justiça enquanto não forem os próprios lesados a exercê-la e a defendê-la.

Até parece que esta é a prosa dos tintins em que ficamos sem saber se o tamanho conta. Conta ou não conta? Que o digam os esbulhados deste país, da Europa, do mundo.

Curtam o Curto. Tem palha mas também miolo. É só uma questão de quem ler puxar pelos miolos e ver além de.

Tenham um diazinho mais ou menos.

Redação PG / MM

Bom dia, este é o seu Expresso Curto 

Henrique Monteiro – Expresso

Troika e ratings: o regresso das velhas senhoras

Bom dia, faltam quatro dias para as Calendas de janeiro e Marcelo tomará posse seis dias antes dos Idos de março!

Mas, agora que as presidenciais estão resolvidas, o Orçamento do Estado tornou-se a coqueluche da política portuguesa. O Governo apresenta um documento onde já cede a Bruxelas, fazendo descer o défice. Mas a Comissão Europeia, a exemplo do Conselho de Finanças Públicas liderado por Teodora Cardoso, não está muito convencida. Para já, enquanto só têm o rascunho do documento, existe aquele silêncio que pode anteceder tempestades ou… nada. Ao mesmo tempo, o tribunal de contas europeu diz que a crise foi mal combatida em países como a Irlanda e Portugal.

Diferente são as velhas senhoras, as agências de rating. A Moody’s não vai no nosso otimismo e a Fitch ameaça mesmo cortar o rating da República o que pode ter consequências se a DBRS, a agência canadiana que nos mantém em nível BBB (acima de lixo), decidir baixar também a nossa classificação. Nesse caso, o BCE não poderia continuar a financiar os bancos portugueses, o que teria consequências graves na economia. E ainda hoje chega a troika para mais uma avaliação que levará em conta o muito que foi revertido, diz o 'Diário Económico' enquanto o 'Público' elenca nove temas em que pode haver discussão . Suspense...

Se não está a perceber bem o que se passa, não se preocupe demasiado, é o que acontece a quase todos, economistas e técnicos incluídos. Se acha que nos estão a tramar, leia o que diz João Galamba do PS ou os dirigentes do PCP e veja se concorda com eles. Caso pense que o Governo está a dar cabo de tudo, junte-se a Maria Luís ao PSD e ao CDS e faça coro (Assunção Cristas, candidata à liderança do CDS em périplo pelo país, propôs, em Leiria, um Oscar de melhor ficção para Costa e Centeno).. Se é tão desconfiado quanto eu, saiba que este Governo, a exemplo de todos os anteriores neste século, se propõe cortar 600 milhões de euros em… gorduras do Estado. E, como se sabe, alguns impostos (combustíveis, tabaco, selo) vão aumentar, tal e qual como fizeram todos os Governos que prometeram não os aumentar – que foram mesmo todos. O último Executivo, que tinha quase prometido devolver uma parte cobrada, também não devolve. A ex-ministra Maria Luís lamenta. A este respeito, destaque para a manchete do 'Público': "Multas e taxas cobradas pelo Estado cresceram 50% nos últimos 5 anos". Seria um excelente número se não fosse o facto de serem os contribuintes a pagá-las.

O certo, certinho é ainda termos crise e austeridade para uns tempos largos. O virar de página de que Costa tanto fala está longe do fim do capítulo.

OUTRAS NOTÍCIAS

Marcelo enviou um mail a agradecer a vitória, o voto dos portugueses, mesmo noutros candidatos e a anunciar… um ‘tempo novo’. Nãaaaao! Quem anunciava o tempo novo era Sampaio da Nóvoa, Marcelo apenas disse que se abria um “ciclo de renovação da esperança” (totalmente diferente), mandou um abraço amigo e disse obrigado. Por mim retribuo com boa educação o abraço e fico obedientemente cheio de esperança. A ver vamos como dizia o… invisual (isto do politicamente correto obriga a certas coisas, como todos os portugueses e portuguesas sabem).

A propósito de Presidentes, informa o DN em manchete que a Lei da adoção por casais homossexuais ficou quatro dias a marinarna portaria de Belém. Isto por ter sido entregue no dia 30 de dezembro, depois de fechada a secretaria. Dia 31, havia tolerância de ponto, dia 1 foi feriado, dias 2 e 3 fim de semana, de modo queCavaco começou a contar o prazo de 20 dias a partir do dia 4. Parece haver quem conteste. Continuando em matéria de contestação, a UGT está contra a discriminação de a baixa na TSU não se aplicar à Função Pública. Vai daí, o jornal I diz que pode haver chumbo no Constitucional.

Chumbada parece estar a administração da Caixa Geral de Depósitos. Veremos os movimentos, mas para já o 'Jornal de Negócios' afirma que a limpeza é total - Governo varre cúpula da CGD, grita em manchete.

A greve na função pública anunciada para sexta-feira foi suspensa pelos sindicatos da Administração Pública afetos à UGT (os da CGTP mantém a ameaça) ao terem verificado que o Governo e o PS querem repor as 35 horas de trabalho o mais depressa possível (e não só no longínquo segundo semestre como, certamente, por lapso, o ministro tinha anunciado). Aleluia, também, porque segundo dizem os jornais de hoje, com destaque no DN, quatro anos depois o Estado volta a contratar pessoal.

Já o Ministério da Educação não tem problemas com sindicatos. O departamento do Estado encarregado de revogar todas as medidas tomadas por Nuno Crato e até por governos anteriores, anunciou mais uma: vai acabar com os cursos vocacionais no básico. Se faz bem ou mal, eles lá sabem, os magos das Ciências da educação.

Francisco Assis entre o sim e o não. Depois de mais uma derrota do PS o socialista mais crítico de Costa promete que tudo está em abertoaté ao Congresso. O líder do PS e primeiro-ministro deve achar o mesmo. E todos nós também.

De Sócrates, sabe-se que foi acusado de ter recebido também do GES(Ricardo Salgado) para não deixar a PT ir parar à Sonae de Belmiro e Paulo Azevedo, pondo a CGD, representada por Vara, a votar contra a oferta que vinha do Norte. O ex-primeiro-ministro desmente.

O Tribunal da Relação de Évora confirmou o arquivamento da acusação ao estudante da Lusófona no ‘caso Meco’. Mas os familiares dos seis estudantes mortos ainda não se conformam com a sentença.

Estátuas de nus foram tapadas em Roma para não ofender o presidente do Irão, Rouhani. Sempre foi melhor do que quando há quase dois mil anos andaram a partir a arte grego-romana para não ofender os cristãos. E assim defendemos e nos orgulhamos danossa civilização aberta e livre (até aparecer alguém com um bom negócio). O Papa Francisco aproveitou a presença em Roma do presidente do maior país xiita e pediu-lhe que contribuísse para a paz no Médio Oriente.

Pior do que estátuas escondidas para a nossa cultura, foi a medida tomada pela Dinamarca de confiscar bens a refugiados quando estes ultrapassem 1340 euros. A medida está a fazer escola noutros países e mesmo em certas regiões da Alemanha. E é uma vergonha!

O último dos vírus transmitidos por mosquitos (e também, presume-se, pelo sangue e pelo sexo), o zika, está a preocupar uma boa parte do mundo. Do Brasil a Nova Iorque, passando por inúmeros países do Continente americano, já levou dirigentes políticos a sugerir que os cidadãos não tivessem filhos. Procura-se uma vacina (texto em inglês) e no Brasil utilizam-se todos os meios para o combate, incluindo o exército.

O fenómeno meteorológico El Niño, o mais forte em várias décadas, ameça milhões de pessoas de fome, com a seca e as cheias que está a provocar. O gado morre, as culturas murcham e a fome anuncia-se em África, mas também na zona da Ásia-Pacífico.

No futebol houve Taça da Liga, aquela a que ninguém… liga. OSporting ganhou (1-0) em Arouca, mas foi afastado das meias-finais porque o Portimonense, da II Liga, ganhou todos os jogos do grupo, incluindo 2-0 ao Sporting e ontem 3-2 em Paços de Ferreira. Já o Benfica goleou o Moreirense por 6-1 e já tinha ganho os jogos anteriores, pelo que é o único clube dos grandes na próxima eliminatória. De qualquer modo, o Marítimo e o Braga, que jogam hoje, ainda têm hipóteses de se juntar aos algarvios e aos encarnados. Recorde-se que esta taça costuma ser ganha pelo Benfica que tem 6 vitórias em 8 edições.

FRASES

“Um relaxamento orçamental que resulte numa trajetória menos favorável na dívida pública poderá levar a uma ação negativa sobre o rating” comunicado da Agência de Notação Fitch, que considera o Orçamento de Estado apresentado pelo Governo português irrealista.

“Quando se comparam as previsões de crescimento que constam do esboço de Orçamento para 2016 (de 2,1 por cento) com as previsões das instituições internacionais, estamos a comparar alhos com bugalhos”, João Galamba, porta-voz do PS, respondendo à Fitch

“Os efeitos da crise ainda são sentidos hoje” Tribunal de Contas Europeu, no relatório onde considera fraca e desajustada a intervenção da Comissão Europeia nos pedidos de ajuda financeira de países como a Irlanda e Portugal.

“É uma arbitrariedade e mandam os representantes de cinco milhões de eleitores para o galinheiro”, Iñigo Erréjon, porta-voz do Podemos, a protestar com as cadeiras atribuídas ao seu partido no Parlamento pelos representantes dos partidos na mesa do Congresso – PP, PSOE e Ciudadanos

O QUE EU ANDO A LER

Pode parecer estranho – interrogar-se-ão, até, só agora? – mas ando a ler o Manifesto do Partido Comunista, de Karl Marx eFriedrich Engels. Porquê? Porque o Manuel S. Fonseca, que podemos ler a propósito de cinema na Revista E (do Expresso) tem uma pequena editora, Guerra e Paz, e decidiu reeditar este clássico de 1848, data também da revolução dos povos, como ele assinala e fez ao Manifesto uma ‘maldade’. Precedeu-o de 56 páginas de uma – cito – “Visão Heróico-Trágica da Revolução” que acabou de escrever, como ele nos informa provocatoriamente, no dia dos Fiéis Defuntos (afinal ele, eu e muitos mais somos infiéis viventes destas ideias). O prefácio já foi criticado, porque temos por aí adeptos do comunismo mais ortodoxos do que os teólogos que fixaram os livros da Bíblia. Mas, além de em muito com concordar com Fonseca, agrada-me a estética do livro e a sua organização. As fotos a alto contraste, monocromáticas, como na propaganda da minha juventude; o humor anticomunista e as sérias realidades como o Gulag. Não que o livro as defenda ou prenuncie, mas porque foi em nome destas ideias, conjugadas com as do senhor Vladimir Ulianov, mais conhecido por Lenine, que muitas barbaridades se fizeram. Ainda que haja que reconhecer que estas ideias contém inúmeras soluções que hoje são comuns e universais. Como hei de chamá-las… hum!... talvez sociais-democratas, como o partido alemão que primeiro as apresentou.

Ando ainda a ler (em inglês) “Notes on a century; reflections of a Middle East Historian” de Bernard Lewis. Não o encontro em português (comprei-o em versão Kindle na Amazon), mas recomendo os seus livros. Há alguns em português, como ‘A Crise do Islão’ ou “A descoberta da Europa pelo Islã” (brasileiro), mas os melhores são este que ando a ler e um outro que só vejo em inglês ou em espanhol – “What went wrong?” ou “Qué ha fallado?”, no qual se explica por que estagnou o islamismo numa fase em que estava bastante à frente do Ocidente. Bernard Lewis é indispensável para perceber o que se passa e o que aí vem.

E por hoje é tudo. Logo às 18 tem o Expresso Diário e amanhã por esta hora, mais um Expresso Curto, desta feita da autoria da sempre atenta Luísa Meireles.

Bom dia!


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