O
PAIGC expulsou das suas fileiras os 14 deputados que se abstiveram durante a
votação da moção de confiança do programa de Governo liderado por Carlos
Correria em dezembro último.
Segundo
o acórdão do Conselho Nacional de jurisdição do Partido Africano da
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) no poder na Guiné-Bissau, que
funciona como um tribunal, esses deputados violaram os estatutos por via de
inobservância da disciplina de voto ou incumprimento da orientação de voto
fixado pelo Bureau Político do partido, órgão de decisão partidária.
O órgão considera ainda a não votação favorável de um deputado ao programa de Governo do partido que representa na Assembleia Nacional Popular (ANP) é contranatura, ou seja, um ato de traição aos princípios do partido.
O órgão considera ainda a não votação favorável de um deputado ao programa de Governo do partido que representa na Assembleia Nacional Popular (ANP) é contranatura, ou seja, um ato de traição aos princípios do partido.
Foram
expulsos os deputados Abel da Silva, Braima Camará, Amido Keita, Bacai Sanhá
Júnior, Eduardo Mama, Adulai Djaló (Nhiribui), Tcherno Sanhá, Tumane Mané,
Aurora Sanó, Rui Diã de Sousa, Manuel Nascimento Lopes, Isabel Buscardini, Satú
Camará e Soares Sambú.
PAIGC
procura substitutos
Do
grupo, Baciro Djá já tinha sido expulso das fileiras do PAIGC em novembro,
também por alegado desrespeito aos estatutos do partido.
Em sua defesa, os 14 deputados justificam que não votaram a favor do programa do Governo por este não ter sido discutido pelo Comité Central (órgão máximo entre Congressos) como "mandam os estatutos".
Em sua defesa, os 14 deputados justificam que não votaram a favor do programa do Governo por este não ter sido discutido pelo Comité Central (órgão máximo entre Congressos) como "mandam os estatutos".
Para
o Conselho de Jurisdição, a atitude dos 14 deputados "é uma conduta
subversiva e de traição política grave "aos estatutos do PAIGC, pelo que
são expulsos".
Neste sábado (16.01.) o Comité Central do partido deverá reunir-se para avançar com a substituição dos deputados suspensos.
Neste sábado (16.01.) o Comité Central do partido deverá reunir-se para avançar com a substituição dos deputados suspensos.
Na
segunda-feira (18.01.), a ANP deve apreciar e votar de novo o programa do
Governo. Na passada quarta-feira (13.01.), em conferência de imprensa, os
deputados ora suspensos prometeram não abandonar os lugares no Parlamento.
UA
defende diálogo como solução
Falando
à DW-África, o representante residente da União Africana (UA) no país, Ovídio
Pequeno, diz que a organização apanafricana está apreensiva com o evoluir da
crise: "Não interessa neste momento passarmos as culpas, o mais importante
é encontrarmos uma forma de resolvermos a situação, porque o país não pode
continuar, semana sim semana não, mês sim mês não, numa situação de
crise."
O diplomata são-tomense manifestou-se indignado com a falta de diálogo entre os principais atores políticos guineenses: "É isto que me custa a entender, porque é que cada uma se fecha e se crispa numa situação sem que se esgote toda a possibilidade de diálogo?"
O diplomata são-tomense manifestou-se indignado com a falta de diálogo entre os principais atores políticos guineenses: "É isto que me custa a entender, porque é que cada uma se fecha e se crispa numa situação sem que se esgote toda a possibilidade de diálogo?"
Segundo
Ovídio Pequeno os fundos prometidos pela comunidade internacional na mesa
redonda organizada pela Guiné-Bissau com os doadores internacionais não estão
em risco.
O
Parlamento da guineense reúne-se na segunda-feira para a reapreciação do
programa do Governo, dia em que se saberá se os deputados expulsos das fileiras
do PAIGC vão estar ou não na bancada do Partido Africano da Independência da Guiné
e Cabo Verde.
Braima
Darame (Bissau) – Deutsche Welle
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