As
chuvas que caíram durante o fim-de-semana nas província de Niassa e Cabo
Delgado aumentaram para mais de 23 mil o número de pessoas em situação de
emergência, devido a inundação das suas áreas de residência e outras pela
destruição das suas habitações de construção precária. As autoridades apelam
aos cidadãos que vivem “nas zonas baixas dos rios Messalo, Megaruma e Muaguide
para a tomada de medidas de precaução, evitando a travessia do leito dos rios”.
Mais dois óbitos foram registados elevando para 35 o número de mortos, desde
Outubro de 2015.
De
acordo com o Conselho Técnico de Gestão de Calamidades (CTGC) estão afectadas
pelas chuvas na província do Niassa 2.486 pessoas, 164 casas ficaram
completamente destruídas e outras 313 estão parcialmente danificadas. Uma
unidade sanitária e onze escolas também foram afectadas pela forte precipitação
havendo ainda 26 salas de aulas parcialmente destruídas. Uma pessoa perdeu a
vida durante o fim-de-semana.
O
Boletim Hidrológico Nacional indica que devido a chuva a bacia hidrográfica do
Messalo ultrapassou, às 12 horas de domingo(17), o seu nível de alerta na
estação de Nairoto, que é de 2,8 metros, chegando a atingir os 3,56 metros.
Entretanto, na manhã desta segunda-feira(18), registou-se uma descida do nível
hidrométrico que era de 2,45 metros às 6 horas.
Ainda
na mesma bacia, a estação de Meangalewa registou na manhã de domingo(17) 3,55
metros, cinco centímetros acima do nível de alerta, porém na manhã desta
segunda-feira registou-se uma descida gradual, tendo saído do alerta.
Já
na província de Cabo Delgado, onde foi registado mais um óbito entre
sexta-feira e domingo, são 3.010 os cidadãos afectados pelas chuvas, 159 casas foram
completamente destruídas e 433 estão parcialmente danificadas assim como uma
escola.
Segundo
o Boletim da Direcção Nacional de Gestão dos Recursos Hídricos, as bacias do
Ligonha na estação de Borror, Lúrio em Muite, e Namapa, Meluli na estação de
Meluli, Montepuez em Mecuia, Megaruma na estação de Megaruma estão a registar
uma ligeira subida de níveis hidrométricos, porém ainda situavam-se abaixo do
alerta.
Nampula
é a província onde mais moçambicanos estão afectados pela época chuvosa, que
está dentro das previsões das autoridades que ainda não registaram eventos de
cheias. São 7.095 os afectados, com registo de 630 casas danificadas e 820
parcialmente destruídas. Uma unidade sanitária foi afectada pela intensa
precipitação e 27 salas de aulas estão parcialmente danificadas.
Por
outro lado o deficiente saneamento do meio aliada a crónica escassez de fontes
de água potável estão a contribuir para o aumento dos casos de diarreias, só
nas primeiras semanas de 2016 foram registados 2.024 casos, a maioria afectando
crianças. Até ao último balanço das autoridades locais não havia registo de
nenhum óbito nem a iminência de eclosão da cólera.
Entretanto,
na região Centro, a bacia hidrográfica do Licungo registou um incremento do
volume de escoamento. O nível hidrométrico atingiu e superou o alerta, às 06
horas desta segunda-feira(18), na estação hidrométrica de Gurué, enquanto que
na estação de Mocuba, o nível está abaixo do alerta.
Para
as autoridades de emergência esta situação chuvosa ainda não é nada alarmante
pois está dentro das previsões para esta época e acauteladas no plano de
contingências do Governo.
Adérito
Caldeira - @Verdade
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