terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Países como a Guiné Equatorial precisam de novas políticas e fontes de crescimento - FMI



O FMI considera que os países da Comunidade Económica e Monetária da África Central, como a Guiné Equatorial, vão enfrentar um período prolongado de petróleo barato e precisam de ajustar as políticas e procurar novas fontes de crescimento.

Yaoundé, Camarões, 10 jan (Lusa) - O FMI considera que os países da Comunidade Económica e Monetária da África Central (CEMAC), como a Guiné Equatorial, vão enfrentar um período prolongado de petróleo barato e precisam de ajustar as políticas e procurar novas fontes de crescimento. 

"Os membros da CEMAC estão a ser confrontados com uma nova realidade. Os prolongados preços baixos do petróleo precisam de políticas de ajustamento para preservar a estabilidade macroeconómica e criar novas fontes de crescimento", disse a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde. 

Na abertura de um encontro de trabalho com os responsáveis da economia e finanças deste grupo de países, nos quais se inclui a lusófona Guiné Equatorial, Lagarde disponibilizou os recursos financeiros e técnicos do Fundo para ajudar a região a superar as dificuldades, principalmente nos países que dependem da exportação de petróleo para equilibrar os orçamentos. 

"O FMI pode ajudar através de aconselhamento político, construção de capacidade e apoio financeiro se for necessário", disse a diretora-geral na abertura da mesa redonda sobre "Os preços baixos do petróleo e o financiamento das infraestruturas", que decorreu em Yaoundé, a capital dos Camarões. 

"Nos últimos anos, tal como em muitas outras partes do resto da África subsaariana, esta região registou um crescimento robusto e estabilidade macroeconómica; a maré alta dos preços do petróleo potenciou a atividade e suportou um crescimento exponencial da infraestrutura, mas hoje a maré baixou, e pode ficar assim durante um período prolongado", disse Lagarde. 

A responsável lembrou que, em média, o petróleo representa mais de 70% das exportações totais dos países da CEMAC e vale mais de um terço das receitas fiscais, portanto, "a queda nos preços do petróleo representa um grande desafio". 

A capacidade de resposta dos países, afetados principalmente pelo terrorismo e pela descida do preço das matérias, variou, acrescentou Lagarde, notando que, no ano passado, "por exemplo, a Guiné Equatorial teve uma recessão severa, enquanto os Camarões conseguiram manter o crescimento robusto". 

O défice da região alargou-se para 6,5% no ano passado, e deve só melhorar ligeiramente este ano, ao passo que o PIB deve aumentar para 3,5% este ano. 

Para acelerar e harmonizar o crescimento entre estes países, Lagarde defendeu que a solução, resumidamente, está em "gastar melhor, tributar mais e fazer a região ajudar cada país". 

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