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FMI considera que os países da Comunidade Económica e Monetária da África
Central, como a Guiné Equatorial, vão enfrentar um período prolongado de
petróleo barato e precisam de ajustar as políticas e procurar novas fontes de
crescimento.
Yaoundé, Camarões, 10 jan
(Lusa) - O FMI considera que os países da Comunidade Económica e Monetária da
África Central (CEMAC), como a Guiné Equatorial, vão enfrentar um período
prolongado de petróleo barato e precisam de ajustar as políticas e procurar
novas fontes de crescimento.
"Os membros da CEMAC estão a ser confrontados com uma nova realidade. Os
prolongados preços baixos do petróleo precisam de políticas de ajustamento para
preservar a estabilidade macroeconómica e criar novas fontes de
crescimento", disse a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional
(FMI), Christine Lagarde.
Na abertura de um encontro de trabalho com os responsáveis da economia e
finanças deste grupo de países, nos quais se inclui a lusófona Guiné
Equatorial, Lagarde disponibilizou os recursos financeiros e técnicos do Fundo
para ajudar a região a superar as dificuldades, principalmente nos países que
dependem da exportação de petróleo para equilibrar os orçamentos.
"O FMI pode ajudar através de aconselhamento político, construção de capacidade
e apoio financeiro se for necessário", disse a diretora-geral na abertura
da mesa redonda sobre "Os preços baixos do petróleo e o financiamento das
infraestruturas", que decorreu em Yaoundé, a capital dos Camarões.
"Nos últimos anos, tal como em muitas outras partes do resto da África
subsaariana, esta região registou um crescimento robusto e estabilidade
macroeconómica; a maré alta dos preços do petróleo potenciou a atividade e
suportou um crescimento exponencial da infraestrutura, mas hoje a maré baixou,
e pode ficar assim durante um período prolongado", disse Lagarde.
A responsável lembrou que, em média, o petróleo representa mais de 70% das
exportações totais dos países da CEMAC e vale mais de um terço das receitas
fiscais, portanto, "a queda nos preços do petróleo representa um grande
desafio".
A capacidade de resposta dos países, afetados principalmente pelo terrorismo e
pela descida do preço das matérias, variou, acrescentou Lagarde, notando que,
no ano passado, "por exemplo, a Guiné Equatorial teve uma recessão severa,
enquanto os Camarões conseguiram manter o crescimento robusto".
O défice da região alargou-se para 6,5% no ano passado, e deve só melhorar
ligeiramente este ano, ao passo que o PIB deve aumentar para 3,5% este ano.
Para acelerar e harmonizar o crescimento entre estes países, Lagarde defendeu
que a solução, resumidamente, está em "gastar melhor, tributar mais e
fazer a região ajudar cada país".
MBA // SO - Lusa
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