O
candidato presidencial António Sampaio da Nóvoa disse este domingo em Seia que
votar em Marcelo Rebelo de Sousa "é o mesmo que escolher uma rifa",
pois nunca se sabe "o que nos vai calhar em sorte".
Sampaio
da Nóvoa discursava num almoço, em Seia, na Guarda, que marcou o arranque
oficial da campanha para as presidenciais e no qual participaram 250 pessoas,
entre as quais o ex-ministro socialista e mandatário nacional da campanha
António Correia de Campos.
Segundo
o candidato, no caso "cada vez mais improvável" de Marcelo Rebelo de
Sousa ganhar as eleições, "ninguém saberia qual dos Marcelos viria a
encontrar em 2017 ou 2018", se aquele que durante a campanha defende o
Estado social ou aquele que, em 2010, defendeu o projeto de revisão
constitucional que, entre outras medidas, retirava a gratuitidade da saúde.
"Seria
esse Marcelo que em campanha anda num namoro pegado com o Estado social ou
seria o Marcelo que defendeu em 2010 o projeto de revisão constitucional de
Passos Coelho que acabava com a gratuitidade na saúde e que nos punha a todos a
financiar escolas pública e privadas com se fossem a mesma coisa?",
questionou Sampaio da Nóvoa.
O
antigo reitor da Universidade de Lisboa criticou também a candidata Maria de
Belém, que, tal como Marcelo, esteve do lado "dos que entenderam que a
Constituição valia menos do que um acordo com os credores", lembrando que
o desfecho "foi esmagador", com o Tribunal Constitucional (TC) a
decidir que os cortes nos salários dos funcionários públicos eram mesmo
ilegais.
Insistindo
no facto de que fazer cumprir e defender a Constituição "é a principal
responsabilidade" do Presidente da República, Sampaio da Nóvoa considerou
que aqueles dois candidatos não souberam valorizar a Constituição em
"momentos chave" do passado recente.
"Se
Cavaco Silva não esteve à altura das suas responsabilidades, a forma como estes
dois candidatos desvalorizaram a Constituição num momento absolutamente
decisivo da nossa vida e da nossa história, não nos deixa um quadro otimista do
que poderiam fazer se fossem eleitos presidentes da república", sublinhou.
Relativamente
ao facto de ter escolhido Seia, no distrito da Guarda, para o arranque da
campanha, Nóvoa admitiu que a escolha não foi "inocente" e sim
"um sinal político forte" que quis dar para alertar para o
despovoamento que atinge o interior.
"O
despovoamento do interior é um dos bloqueios mais preocupantes que o país
atravessa", referiu, frisando que no interior vive-se o problema da
emigração a dobrar, seja para o estrangeiro ou para os grandes centros urbanos
do país.
Antes
do início do almoço discursaram também o diretor concelhio de campanha, João
Viveiro, e o mandatário para o distrito da Guarda, Albino Bárbara.
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