O
embaixador do Brasil junto das Nações Unidas, António Patriota, que preside ao
Grupo de Contacto para a Guiné-Bissau da Comissão de Consolidação da Paz na
ONU, pediu hoje aos membros do Conselho de Segurança que financiem a missão de
paz da África Ocidental no país.
"Acreditamos
que é de extrema importância que o Conselho de Segurança apoie a continuidade
da missão da CEDEAO além do fim do seu mandato, em junho. Peço aos membros
deste conselho e outros países que garantam suficiente apoio político e
financeiro para a extensão do ECOMIB", disse Patriota, num encontro do
Conselho de Segurança.
A
ECOMIB é a força de manutenção de paz da Comunidade Económica dos Estados da
África Ocidental (CEDEAO) na Guiné-Bissau, que tem tido problemas de
financiamento.
Na
sua comunicação, Patriota falou ainda da situação política no país.
"O
falhanço da classe política em alcançar um consenso em determinados assuntos
que colocariam a Guiné-Bissau no caminho da estabilidade gerou um indesejado e
longo período de incerteza", disse o diplomata.
O
brasileiro disse ainda que a situação "é igualmente dececionante e
lamentável porque as condições de estabilidade no país forçaram os parceiros
internacionais a adiar consideráveis ajudas financeiras que ficaram prometidas
na conferência de parceiros", que aconteceu em março do ano passado, em
Bruxelas.
"É
desanimador ver que o entusiasmo conseguido no ano passado está a perder
vapor", acrescentou.
Patriota
sublinhou, no entanto, que a instabilidade política ainda "não se traduziu
em violência nas ruas" e que "as forças armadas têm respeitado e
mantido a ordem constitucional".
O
diplomata defendeu ainda que "as dificuldades de governação não devem
impedir o país de avançar com oportunidades cruciais de desenvolvimento" e
que, para acelerar esse processo, o Grupo de Contato Internacional para a
Guiné-Bissau deve reunir-se em breve.
Patriota
falou depois de o Representante Especial para a Guiné-Bissau, Miguel Trovoada,
ter informado publicamente os membros do conselho sobre a situação no país.
Na
sua comunicação, Trovoada apresentou as conclusões do último relatório da ONU
sobre a Guiné-Bissau.
No
documento, o secretário-geral mostra-se preocupado com a situação no país, pede
a renovação do mandato da missão da ONU, Uniogbis, que termina este mês, e
aborda o tema do financiamento da missão da CEDEAO.
"Quero
também reconhecer o importante papel do ECOMIB e pedir aos estados membros que
considerem prestar à CEDEAO a assistência financeira que lhe permita continuar
a desenvolver a sua missão", escreve o secretário-geral.
Após
estas conclusões terem sido apresentadas, os membros do Conselho de Segurança
prosseguiram para um encontro à porta fechada.
O
Conselho de Segurança deve votar a extensão do mandato da Uniogbis a 26 de
fevereiro.
AYS
// VM - Lusa
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