domingo, 21 de fevereiro de 2016

Portugal. “DIREITA APOIOU A COMISSÃO EUROPEIA A CHANTEGEAR O PAÍS”



Líder do Bloco de Esquerda diz que Bruxelas “fez pressão” até ter a garantia de que os impostos indiretos seriam aumentados.

Esta tarde, em Torres Novas, Catarina Martins deu uma sessão de esclarecimento sobre o Orçamento do Estado para 2016, documento esse que, afirma, “entrou em Bruxelas com menos 300 milhões de euros de recuperação das famílias do que saiu de lá”.

A culpa para essa alteração nas contas do Governo, segundo a líder do Bloco, é de Bruxelas. “[O Orçamento] continua a recuperar os rendimentos, mas Bruxelas fez pressão até conseguir aumentar impostos indiretos que de facto retiram 300 milhões de euros à recuperação de rendimentos que estava a ser conseguida”.

As culpas, contudo, não são apenas da Comissão Europeia, uma vez que “a Direita apoiou [Bruxelas] nesta chantagem contra o país”, ao “não hesitar em mandar o nosso país gastar 3 mil milhões com o Banif para o entregar ao Santander”, concluiu.

João Oliveira – Notícias ao Minuto

Acordo entre União Europeia e Reino Unido é "xenófobo"

A porta-voz do BE considerou hoje como xenófoba a medida relativa aos benefícios sociais, do acordo entre União Europeia e Reino Unido, considerando que, quem fica calado, é cúmplice de políticas que fazem "crescer o ódio entre os povos".

No encerramento do 1.º Encontro Nacional +60 do Bloco de Esquerda, que decorreu hoje, em Almada, Catarina Martins quis chamar a atenção para uma das medidas aprovadas em Conselho Europeu, para que o Reino Unido não saia da União Europeia, considerando que "mostra o beco sem saída em que a União Europeia se encontra".

As medidas preveem que, "daqui a alguns anos, os apoios sociais sejam diferentes conforme a nacionalidade dos trabalhadores, ou seja, que os trabalhadores nacionais tenham direitos de proteção social num país, que não têm os trabalhadores não nacionais", explicou, considerando que "uma Europa que admite que possa vir a ter uma lei em que trabalhadores têm proteção social diferente, dependendo da sua nacionalidade, é uma Europa que se afirma como xenófoba".

Na opinião da porta-voz do BE, "não é possível olharmos para a Europa que oferece como projeto de futuro o nivelamento por baixo e a desconfiança ou o ódio crescente entre os seus povos".

"Essa [é a] irresponsabilidade de uma direita que se instalou no coração da Europa, e que muitas vezes, por omissão ou por silêncio, tem sido apoiada por um largo setor político. Veja-se: 28 governos da União Europeia aceitaram uma medida que só pode ser da [direita] mais radical, da mais extrema-direita europeia. É um perigo", condenou.

Para Catarina Martins, "quem fica calado e quem aceita que medidas que são intrinsecamente xenófobas e que são intrinsecamente ataques ao Estado social, é cúmplice dessas mesmas políticas", e é por isso que o Bloco não pode ficar calado.

"Há quem nos venha dizer que tenhamos calma e que fiquemos sossegados, porque, para os trabalhadores que já estão no Reino Unido, nada mudará, só mudará para os que forem para lá, no futuro", disse ainda.

É contra "a xenofobia e contra o 'dumping' social" que, na voz da líder bloquista, "se faz todos os dias a ideia do europeísmo e da luta do Bloco de Esquerda".

"Não temos dúvidas nenhumas do perigo do passo que foi tomado neste Conselho Europeu. Quando a nacionalidade serve para diminuir o apoio nacional, há duas coisas que estão a acontecer à Europa: a primeira é o profundo desprezo por quem trabalha, a segunda é crescer o ódio entre os povos", alertou.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, conseguiu o acordo da UE para um estatuto especial do país e reformas em quatro áreas para fazer campanha pelo 'sim' no referendo sobre a permanência do seu país entre os 28, o chamado 'Brexit': competitividade, governação da zona euro, benefícios sociais e soberania nacional.

Em relação aos benefícios sociais, foi acordado que a indexação dos abonos de família a crianças residentes fora do Reino Unido, "às condições de vida" do país de residência, começará a ser aplicada, a partir de 2020, a trabalhadores de qualquer Estado-membro.

O acordo alcançado permite que o líder britânico faça campanha pela permanência do país na UE, no referendo que terá lugar a 23 de junho.

Lusa, em Notícias ao Minuto

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