Líder
do Bloco de Esquerda diz que Bruxelas “fez pressão” até ter a garantia de que
os impostos indiretos seriam aumentados.
Esta
tarde, em Torres Novas, Catarina Martins deu uma sessão de esclarecimento sobre
o Orçamento do Estado para 2016, documento esse que, afirma, “entrou em
Bruxelas com menos 300 milhões de euros de recuperação das famílias do que saiu
de lá”.
A
culpa para essa alteração nas contas do Governo, segundo a líder do Bloco, é de
Bruxelas. “[O Orçamento] continua a recuperar os rendimentos, mas Bruxelas fez
pressão até conseguir aumentar impostos indiretos que de facto retiram 300
milhões de euros à recuperação de rendimentos que estava a ser conseguida”.
As
culpas, contudo, não são apenas da Comissão Europeia, uma vez que “a Direita
apoiou [Bruxelas] nesta chantagem contra o país”, ao “não hesitar em mandar o
nosso país gastar 3 mil milhões com o Banif para o entregar ao Santander”,
concluiu.
João
Oliveira – Notícias ao Minuto
Acordo
entre União Europeia e Reino Unido é "xenófobo"
A
porta-voz do BE considerou hoje como xenófoba a medida relativa aos benefícios
sociais, do acordo entre União Europeia e Reino Unido, considerando que, quem
fica calado, é cúmplice de políticas que fazem "crescer o ódio entre os
povos".
No
encerramento do 1.º Encontro Nacional +60 do Bloco de Esquerda, que decorreu
hoje, em Almada, Catarina Martins quis chamar a atenção para uma das medidas
aprovadas em Conselho Europeu, para que o Reino Unido não saia da União
Europeia, considerando que "mostra o beco sem saída em que a União
Europeia se encontra".
As
medidas preveem que, "daqui a alguns anos, os apoios sociais sejam
diferentes conforme a nacionalidade dos trabalhadores, ou seja, que os
trabalhadores nacionais tenham direitos de proteção social num país, que não
têm os trabalhadores não nacionais", explicou, considerando que "uma
Europa que admite que possa vir a ter uma lei em que trabalhadores têm proteção
social diferente, dependendo da sua nacionalidade, é uma Europa que se afirma
como xenófoba".
Na
opinião da porta-voz do BE, "não é possível olharmos para a Europa que
oferece como projeto de futuro o nivelamento por baixo e a desconfiança ou o
ódio crescente entre os seus povos".
"Essa
[é a] irresponsabilidade de uma direita que se instalou no coração da Europa, e
que muitas vezes, por omissão ou por silêncio, tem sido apoiada por um largo
setor político. Veja-se: 28 governos da União Europeia aceitaram uma medida que
só pode ser da [direita] mais radical, da mais extrema-direita europeia. É um
perigo", condenou.
Para
Catarina Martins, "quem fica calado e quem aceita que medidas que são
intrinsecamente xenófobas e que são intrinsecamente ataques ao Estado social, é
cúmplice dessas mesmas políticas", e é por isso que o Bloco não pode ficar
calado.
"Há
quem nos venha dizer que tenhamos calma e que fiquemos sossegados, porque, para
os trabalhadores que já estão no Reino Unido, nada mudará, só mudará para os
que forem para lá, no futuro", disse ainda.
É
contra "a xenofobia e contra o 'dumping' social" que, na voz da líder
bloquista, "se faz todos os dias a ideia do europeísmo e da luta do Bloco
de Esquerda".
"Não
temos dúvidas nenhumas do perigo do passo que foi tomado neste Conselho
Europeu. Quando a nacionalidade serve para diminuir o apoio nacional, há duas
coisas que estão a acontecer à Europa: a primeira é o profundo desprezo por
quem trabalha, a segunda é crescer o ódio entre os povos", alertou.
O
primeiro-ministro britânico, David Cameron, conseguiu o acordo da UE para um
estatuto especial do país e reformas em quatro áreas para fazer campanha pelo
'sim' no referendo sobre a permanência do seu país entre os 28, o chamado
'Brexit': competitividade, governação da zona euro, benefícios sociais e
soberania nacional.
Em
relação aos benefícios sociais, foi acordado que a indexação dos abonos de
família a crianças residentes fora do Reino Unido, "às condições de
vida" do país de residência, começará a ser aplicada, a partir de 2020, a
trabalhadores de qualquer Estado-membro.
O
acordo alcançado permite que o líder britânico faça campanha pela permanência
do país na UE, no referendo que terá lugar a 23 de junho.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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