Falta
de camas tem sido constrangimento para o setor. Durante a ITB, CI - Agência de
Turismo e Investimentos de Cabo Verde admite problema e garante ainda que não
houve cancelamentos massivos devido à epidemia do Zika.
Ataques
terroristas em locais turísticos que vitimaram viajantes e a instabilidade
gerada por conflitos internos em alguns países fizeram desacelerar o interesse
dos visitantes por países do Norte de África. Tunísia e Egito, por exemplo,
viram a demanda cair. O mesmo aconteceu também com a Turquia.
Durante
a 50ª edição da Feira Internacional de Turismo de Berlim (ITB), que terminou
este domingo (13.03) na capital alemã, a expectativa do mercado era de que
destinos percebidos como seguros se beneficiem deste cenário.
Seria
o caso de Cabo Verde, que em 2015 registrou um aumento de 5,5% no volume de
hóspedes, em relação 2014.
Mas
apesar de disponibilizar 18.055 camas, o país não tem capacidade para absorver
a crescente demanda, admite Débora Abu-Raya, administradora executiva da CI -
Agência de Turismo e Investimentos de Cabo Verde.
"Ninguém
gosta de perder cliente. Agora, obviamente também que a construção de camas não
é o que acontece de um dia para o outro. Se calhar, uma onda que a gente
poderia apanhar, já teremos que trabalhar mais, quando tivermos as camas, a
nível de promoção," avalia.
Segundo
a CI, quatro investimentos em curso devem resultar em mais de 1.500 novas
acomodações até o fim de 2017.
Epidemia
do Zika não afetou o setor
Outro
fator que tem preocupado as autoridades caboverdianas é a epidemia do vírus
Zika que se registra no país, onde desde outubro do ano passado já foram
registrados 7.373 casos suspeitos – segundo os últimos dados.
Mas
Débora Abu-Raya garante que não houve cancelamentos massivos de reservas devido
à epidemia.
"O
que mais a gente tem tentado, é evitar que circule informação que seja
demasiado alarmista, que não vá traduzir o que na realidade está acontecendo em
Cabo Verde. As ilhas turísticas, mesmo tendo havido casos em Boa Vista, não
chegou a um caso de alerta muito grande, não," defende.
Aumentam
entradas de alemães em STP
São
Tomé e Príncipe tem colhido frutos das participações na ITB. Sobretudo nos
últimos dois anos, o número de entradas de visitantes provenientes da Alemanha
aumentou e o país está agora entre os seis maiores emissores de turistas para
as ilhas santomenses.
Segundo
a diretora do Turismo, Mirian Daio. O trabalho na ITB tem focado o perfil
desses turistas, "mais ligado à natureza e que buscam pequenos alojamentos
que preservam as características locais".
"Começamos
a perceber mais o que eles buscam, onde estão mais satisfeitos e estamos a
moldar alguns produtos em função disto," acrescenta Daio.
Este
ano o país investe não apenas no stand na Feira Internacional de Turismo de
Berlim, mas contratou uma assessoria de marketing na Alemanha.
"Nós
já tivemos algumas ações de apresentação do destino ao nível de várias cidades
em Alemanha, junto aos operadores, junto aos média. Essa assistência vai
garantir o nosso contato permanente com essa imprensa e com esses operadores de
forma a termos efetivamente resultados," revela a diretora do Turismo.
Outros
PALOP na ITB
O
ministro do Turismo da Guiné-Bissau, Malam Djaura, também marcou presença na
ITB. Segundo a Embaixada do país em Berlim, ele participou dos painéis da feira
para obter informações atuais sobre o setor e dar a conhecer a realidade guineense.
Angola,
que havia retornado à ITB em 2012 depois de dois anos de ausência, não teve um
stand na Feira Internacional de Turismo de Berlim este ano.
Já
Moçambique manteve seu stand no pavilhão África.
Os
organizadores da Feira Internacional de Turismo de Berlim anunciaram que o
Botswana será o país parceiro da ITB em 2017. Pela primeira vez, um país da
África Austral estará em foco em um dos eventos internacionais mais importantes
para o setor turístico.
Cristiane
Vieira Teixeira – Deutsche Welle
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