O
Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, subscreveu hoje a posição do
Governo em relação à condenação a prisão efetiva de 17 ativistas angolanos,
esperando que "num Estado de direito democrático haja uma tramitação
normal dos processos judiciais".
No
final de uma visita ao Hospital de Vila Franca de Xira, em Lisboa, Marcelo
Rebelo de Sousa foi questionado sobre a decisão conhecida segunda-feira de um
tribunal de Luanda que condenou a penas entre dois anos e três meses e oito
anos e seis meses de prisão efetiva os 17 ativistas angolanos que estavam desde
16 de novembro a ser julgados por coautoria de atos preparatórios para uma
rebelião e associação criminosa, entre os quais Luaty Beirão.
"Eu
subscrevo o que foi a posição do Ministério dos Negócios Estrangeiros, que é
esperar que num Estado de direito democrático haja uma tramitação normal dos
processos judiciais. É isso que foi dito pelo Governo português, é essa a
posição de qualquer órgão de soberania: num Estado de direito democrático deve
haver uma tramitação, isto é um decurso normal dos processos judiciais",
disse apenas o Presidente da República, escusando-se a mais comentários.
O
Ministério dos Negócios Estrangeiros regaiu na segunda-feira à condenação a
prisão efetiva de 17 ativistas angolanos, afirmando que o Governo português
"tomou boa nota" da intenção expressa pela defesa de recorrer da
decisão judicial.
"Tomamos
boa nota da comunicação, pela defesa, da intenção de interpor recurso judicial
em face da gravidade e dimensão das penas hoje decididas pelo tribunal de
primeira instância; e confiamos que a tramitação do processo, nos termos
previstos na legislação angolana, obedeça aos princípios fundadores do Estado
de Direito, incluindo o direito de oposição por meios pacíficos às autoridades
constituídas", podia ler-se na nota enviada à Lusa.
O
MNE indicou ainda que "o Governo português acompanhou pelos canais
diplomáticos adequados, quer no plano bilateral, quer no quadro da União
Europeia, o processo judicial conduzido, em Luanda, pelas autoridades
competentes, relativamente às ações de 17 cidadãos angolanos, um dos quais detém
também nacionalidade portuguesa".
JF
(ANC) // SMA - Lusa
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